Nada melhor do que chegar ao fim do dia e poder dizer a si mesmo: "Hoje cumpri com os meus deveres e estou com minha consciência tranquila". Recentemente, li na Folha de S. Paulo um artigo de autoria de Ives Gandra da Silva Martins sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) relacionado à união civil entre pessoas do mesmo sexo. Gandra é advogado, professor emérito da Universidade Mackenzie, da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e da Escola Superior de Guerra, e também presidente do Conselho Superior de Direito da Fecomércio.
Em breves palavras, ele manifesta o seu "profundo desconforto diante dos integrantes do STF, ao atuarem como legisladores e não como julgadores" no caso específico da decisão sobre a união civil entre pessoas do mesmo sexo. Vejamos o que Gandra escreveu: "Sinto-me como o personagem de Eça, em ‘A Ilustre Casa de Ramires’, quando perdeu as graças do monarca: ‘Prefiro estar bem com Deus e com a minha consciência, embora mal com o rei e com o reino’", pontuou.
Esse é o comportamento de quem tem consciência de que nunca se deve compactuar com as meias verdades, com os pseudovalores, critérios e normas de vida, elencados por caprichos humanos. Com a certeza de que o bem de todos é o maior bem a ser conquistado, nada e ninguém podem desviar os esforços em defender e promover os verdadeiros valores da pessoa e da coletividade.
Desta forma lembro aqui o Apóstolo Paulo, que recomenda: "Timóteo, meu filho, esta é a instrução que lhe confio, conforme as profecias que foram outrora pronunciadas a respeito de vocês. Esteja firme nelas e combata o bom combate, com fé e boa consciência." (1Tm, 1,18-19).
Só é possível ter uma consciência tranquila quando o combate se faz com fé e retidão observando valores e apostando no ser humano. Diante da onda de "direitos", levando em conta os desejos e sentimentos, em nome da "liberdade de escolha" e do "livre arbítrio", a sociedade legítima comportamentos com base, apenas, na opinião de alguns.
Entretanto, as consequências serão incontáveis e os desastres sociais incontroláveis. Portanto, analisar os recentes episódios que atacam os valores da Família, finalizo com a certeza de que a Igreja manifestou a sua contrariedade à decisão do Supremo Tribunal Federal. Nós, Igreja, também neste caso, "combatemos o bom combate". Nada melhor do que ter uma consciência tranquila.
Por: Dom Anuar Battisti
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