quinta-feira, 9 de março de 2017

A IDEOLOGIA DO GÊNERO E A DESCONSTRUÇÃO DO FEMININO

Esqueçamos a ideologia de gênero e celebremos as mulheres, sem dialética nem contradição. Precisamos da sua ternura, precisamos que continuem sendo quem sempre foram: mulheres!

Por Padre José Eduardo de Oliveira e Silva — Uma das estratégias do marxismo para destruir a família e, com ela, a sociedade foi interceptar os coletivos feministas para criar conflitos em nome da libertação: em primeiro lugar, libertar a mulher do homem; depois, libertar a mulher da família; e, por último, libertar a mulher da mulher, que é o escopo da ideologia de gênero.
A ideologia de gênero, portanto, alegando descoisificar o feminino que, segundo diz, está machistamente definido, para torná-lo incoisificável, inidentificável, acaba por pulverizar a noção mesma da identidade, tornando-a tão vazia que, por fim, produzirá um silenciamento tão universal e invencível que todas as reivindicações em nome das quais milita serão liquidadas, impossibilitadas, não farão mais o mínimo sentido.
Não há modo mais eficaz de tornar a sociedade passiva e manipulável. De fato, sem identidade, eu me torno o quê? Nada mais senão uma… COISA! E, nessa posição, acontecerá exatamente o contrário do que afirma, por exemplo, Jules Falquet: a abordagem de gênero não libertará a sociedade do capitalismo, como ela espera, mas o fortalecerá e o tornará inexpugnável, pois todos serão coisificados a ponto de serem reduzidos apenas a mão-de-obra, sem família, sem filhos, sem ninguém, mas com muita escravidão tecnocrática.
É por isso que os maiores propagadores da ideologia de gênero são os marxistas e os capitalistas: aqueles financiados por estes.
Caso queiramos libertar as mulheres, a primeira coisa que precisamos fazer é mostrar que são mulheres, que podem ser amadas pelos homens, que podem ser felizes tendo filhos, que podem ser rainhas em casa ao invés de empregadas na empresa, e que podem ser santas, chegando à contemplação, pois o fim do homem não está nessa ideologia chamada dinheiro, mas na aquisição e prática da sabedoria, que se alcança pelo estudo e pela vida espiritual, únicos bens inalienáveis.
Em certo sentido Foucault tem razão, mas contra ele mesmo: o que precisamos fazer é parar de recitar essa dialética, como se ela existisse; parar de viver em função da técnica e da economia; sair desse recital! Precisamos desvestir a camisa-de-força confeccionada para nós por Foucault, Butler, Scott et caterva. É simples como isso. Basta começar a viver o Evangelho, a doutrina católica, e entregar-se à contemplação.
Como essas ideias desconstrucionistas se estruturaram num sistema educacional, o nosso desafio é construir um novo sistema educacional que penetre o existente, desconstruindo a desconstrução. Isso requer estudo, mais que militância. E é aqui que começa nossa tarefa, se quisermos realmente trazer à realidade a verdadeira e necessária libertação.
Quando Simone de Beauvoir disse que o feminino é um "não masculino", e que isso precisaria ser revolucionado, estava apenas invertendo uma ideia bíblica. Segundo as Escrituras, a mulher proveio do homem, que, quando a viu, disse "carne de minha carne e osso dos meus ossos; tu serás chamada de mulher porque foste tirada do homem" (cf. Gn 2, 23). A missão do homem é, sim, reforçar a identidade feminina, amá-la, festejar com a mulher, carregá-la nos braços, elevá-la mais alto que antes…, "assim como Cristo amou a Igreja, e entregou-se a si mesmo, por ela" (Ef 5, 25).
Criando uma dialética aí, Beauvoir não conseguiu elevar a mulher, mas apenas a indefiniu, abrindo espaço que que Butler depois a aniquilasse, vendendo sua "teoria" sob a impostura da afirmação.
Esqueçamos a ideologia de gênero e celebremos as mulheres, sem dialética nem contradição. O mundo, sem elas, seria um quartel. Precisamos da sua ternura, precisamos que continuem sendo quem sempre foram: mulheres! — Abaixo a ideologia de gênero! Viva as mulheres!


Fonte: Facebook do Pe. José Eduardo

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