Finalmente uma resposta que me convenceu.
Um
pai daria um revólver carregado ou uma navalha para o filho brincar?
Não, é claro que não, mesmo que o filho esperneie e chore.
Algumas vezes pedimos a Deus coisas que não são boas e que podem ser
um perigo para a nossa alma. Então, o que faz o bom Pai? Não nos atende,
mesmo que fiquemos magoados com Ele. Jesus disse aos Apóstolos um dia:
“Não sabeis o que pedis!”.
Muitas vezes Deus diz “NÃO” aos nossos pedidos, por pura
misericórdia, como o pai que se nega a dar uma navalha nas mãos do
filhinho. No Céu entenderemos e agradeceremos…
Muita gente pensa que só temos a bênção de Deus na prosperidade,
quando tudo vai bem e gozamos a vida. Não é verdade; somos lembrados por
Deus durante as provações.
Os Apóstolos passaram aquela noite toda sem pescar. Eis que chega
Jesus e lhes ordena: “Lançai a rede a vossa direita”. E ela se encheu de
peixes. Só depois da noite inteira de pescaria inútil é que Jesus
aparece…
Às vezes lutamos anos contra um problema, e eis que, de repente,
quando menos esperamos, ficamos livres do mal. É a graça benfazeja de
Deus. O povo diz sabiamente que “Deus tarda, mas não falha”.
Na verdade Ele tem a hora certa de agir; e isto só Ele sabe. Quanto a
nós devemos nos manter em oração perseverante, humilde e confiante.
Nunca deixar de rezar, nunca impor nada a Deus e nunca desanimar de
pedir e nem perder a fé. Deus tem a sua hora; e nós temos que saber
esperá-la com fé.
Quem conhece os desígnios de Deus? Quem sabe o que de fato é bom para nós mesmos?
Quantas vezes nos enganamos nesta vida! Muitas vezes um filhinho se
revolta contra o pai porque este não o deixa brincar com uma faca ou
perto do fogo!
Muitas vezes somos assim com Deus; filhos birrentos que se revoltam contra o pai que não nos dá o que nos é prejudicial.
A história da Igreja está cheia de exemplos de pessoas que só
receberam a graça procurada depois de muitos anos. O melhor exemplo
talvez seja o de Santa Mônica, a mãe de santo Agostinho. Esta mulher
simples e ao mesmo tempo heroica, rezou com fé, perseverança e
humildade, durante 20 anos pela conversão do seu amado e fogoso
Agostinho.
Em suas “Confissões” ele confessa que as lágrimas de sua mãe eram
como que o sangue do seu coração destilado em seus olhos, diante do
Sacrário. Mas um dia ele se converteu…
É preciso notar que a única coisa que esta mulher pedia
insistentemente a Deus, sem nunca desanimar, era que o seu filho se
tornasse um bom cristão. Nada mais. Mas quando ele se converteu, não
apenas se fez um bom cristão, mas logo se tornou um brilhante sacerdote,
depois aclamado bispo, e POR, um dos mais importantes Padres da
Igreja, defendeu a fé contra as heresias do arianismo, pelagianismo, e
outros erros; e hoje é um dos maiores santos e doutores da Igreja, que
nunca deixou de influenciar o mundo.
Tudo aconteceu porque aquela mulher não desanimou de pedir a Deus, com fé, perseverança e humildade.
Parece que Deus às vezes demora em nos atender os pedidos, porque quer nos dar coisas melhores… Tenhamos calma, e fé.
Tenho para comigo que sempre conseguiremos de Deus o que precisamos, desde que não desanimemos de pedir. Deus é bom Pai.
Em Deus tanto mais se lucra, quanto mais se sabe esperar. É como uma
conta de poupança, é preciso esperar o rendimento com paciência. Muitas
vezes a impaciência e a revolta afastam a graça que já se aproximava.
(via Felipe Aquino)
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