É
na Igreja dos santos, e não nas boates e festas mundanas, que os
homossexuais podem viver a plena felicidade. E é dever dos católicos
convencê-los disso!
O fenômeno da homossexualidade já não pode ser ignorado por nenhuma
esfera da sociedade. O tema já se tornou praticamente onipresente,
especialmente no mundo das artes e das comunicações, a ponto de as
pessoas se sentirem quase que impelidas a aceitar a propaganda LGBT
promovida pela mídia.
É verdade, a prática homossexual existe desde o pecado original. O que há de novo na contemporaneidade é
a tentativa de se construir uma "cultura gay", em que a homossexualidade seja vista como uma fonte positiva de comportamento, ainda que sua prática "esteja ameaçando seriamente a vida e o bem-estar de um grande número de pessoas" [1].
São incontáveis, de fato, os testemunhos de rapazes e moças que se
encontram escravos de suas próprias paixões porque adotaram ingenuamente
esse estilo de vida em que o sexo se torna um deus.
Joseph Sciambra é um caso notável. Em seu livro Swallowed by Satan ("Engolido
por Satanás", sem tradução para o português), o ex-ator homossexual
conta como a pornografia e a propaganda do movimento LGBT quase o
mataram.
Aos 19 anos, Sciambra saiu à procura de experiências mais "ousadas" que
aquelas que via nos filmes eróticos. Frequentando um bairro gay de São
Francisco, nos Estados Unidos, o então rapaz engatou um relacionamento
com um homem mais velho, que o conduziu para a indústria pornográfica.
Depois de envolver-se com o ocultismo e gravações cada vez mais
violentas, Sciambra desenvolveu sérios problemas de saúde e se viu às
portas do inferno. Uma vez recuperado do trauma e reconciliado com a
graça de Deus, o rapaz decidiu iniciar seu apostolado para ajudar outros
homossexuais a lidarem de maneira sadia com a própria sexualidade,
longe das promessas de felicidade da cultura LGBT. É chocante
um vídeo divulgado em seu site, no qual ele elenca uma série de atores pornográficos que morreram por causa do HIV.
De maneira idêntica à narrada acima, outros tantos homossexuais estão
aprisionados pela cultura gay, que os trata como objetos de prazer. E o
exemplo mais triste dessa desordem é o famoso caso do
"clube do carimbo", a prática de transmitir HIV propositalmente a outras pessoas — que se tornou moda nas casas noturnas dedicadas a esse público.
A resposta católica à homossexualidade
A dificuldade da maior parte dos católicos com relação a esse tema é
não saber distinguir a pessoa com tendências homossexuais — esta deve
ser acolhida e amada generosamente — e a "cultura gay" — uma ideologia
que tem como motor as paixões e as frustrações de muitos homossexuais.
Essa falta de conhecimento da moral da Igreja conduz a muitos
desentendimentos. Por isso, não há nada mais urgente que uma resposta
clara dos católicos à homossexualidade, a fim de que as pessoas que
experimentam essa tendência não se sintam seduzidas por um estilo de
vida autodestrutivo.
A grande diferença entre a perspectiva católica e a "cultura gay" é que
esta última define a identidade humana a partir de seu apetite
concupiscível, ao passo que aquela entende que
a "pessoa humana, criada à imagem e semelhança de Deus, não
pode definir-se cabalmente por uma simples e redutiva referência à sua
orientação sexual" [2]. A Igreja recusa-se "a considerar a
pessoa meramente como um 'heterossexual' ou um 'homossexual'" porque
sabe precisamente que a identidade fundamental de todo e qualquer homem é a de "ser criatura e, pela graça, filho de Deus, herdeiro da vida eterna"
[3]. É dessa autêntica antropologia, radicada no íntimo do coração
humano, que se pode desenvolver um verdadeiro serviço às pessoas com
atração pelo mesmo sexo.
As pessoas com tendências homosssexuais podem, certamente, contribuir
de maneira positiva para a sociedade por meio de um testemunho louvável e
coerente, chegando mesmo à santidade. Não faltam exemplos de
homossexuais que demonstram,
e.g., um carinho imenso por seus familiares, zelando e
cuidando deles no tempo da velhice. A Igreja reconhece essas virtudes,
sublinhando, porém, que elas não derivam de uma vivência desordenada da
sexualidade, mas procedem justamente daquela "semente divina" que está
depositada no coração dos homens e por meio da qual eles são chamados à
comunhão com Deus [4].
De fato, a homossexualidade é um desafio e implica uma séria renúncia. Trata-se mesmo de uma cruz.
Porque a "atividade homossexual não exprime uma união
complementar, capaz de transmitir a vida", as pessoas que a ela se
entregam "reforçam dentro delas mesmas uma inclinação sexual
desordenada, caracterizada em si mesma pela auto-complacência"
[5]. E isso as impede de atingir a maturidade ideal como também torna
menos eficazes as suas virtudes humanas, que poderiam evoluir mais
perfeitamente se não fossem deturpadas pela perniciosidade de um
comportamento desordenado. Notem que a mesma crítica é válida para
heterossexuais que não vivem a vocação ao matrimônio, preferindo a
masturbação e as relações efêmeras.
Neste sentido é que a fé católica defende "uma particular solicitude
pastoral" para com os homossexuais, a fim de que eles não sejam "levados
a crer que a realização concreta de tal tendência nas relações
homossexuais seja uma opção moralmente aceitável" [6].
Os homossexuais necessitam encontrar um ambiente discreto,
seguro e amoroso, onde possam compartilhar seus dramas íntimos sem o
risco de serem expostos à humilhação pública ou, pior, ao isolamento.
O papel da família
Infelizmente, algumas situações de preconceito injusto e má vontade
existem no seio da família e em outros ambientes sociais, de sorte que
muitos jovens com atração pelo mesmo sexo acabam procurando refúgio no
mundo LGBT.
A Igreja mesmo deplora "firmemente que as pessoas homossexuais
tenham sido e sejam ainda hoje objeto de expressões malévolas e de ações
violentas", ao mesmo tempo em que defende "um programa
pastoral autêntico", por meio do qual esses jovens, sobretudo, possam
ser ajudados "em todos os níveis da sua vida espiritual, mediante os
sacramentos e, particularmente, a frequente e sincera confissão
sacramental, como também através da oração, do testemunho, do
aconselhamento e da atenção individual" [7]. É desta forma que "a
comunidade cristã na sua totalidade pode chegar a reconhecer sua vocação
de assistir estes seus irmãos e irmãs, evitando-lhes tanto a desilusão
como o isolamento" [8]. É evidente que os pais devem favorecer o diálogo
com os filhos para que eles não caiam em falsas promessas ideológicas.
Os homossexuais, assim como qualquer pessoa, são chamados a crescer no
amor a Deus e ao próximo, até que estejam totalmente configurados aos
sentimentos de Cristo. E isso depende também da ajuda de boas amizades,
que os motivem a adquirir mais e mais virtudes humanas e sobrenaturais,
de modo que o seu agir já não seja em função da carne, mas da conquista
de uma coroa incorruptível.
É na Igreja dos santos, não nas boates e noitadas, que os homossexuais podem viver a plena felicidade. E é dever dos católicos convencê-los disso!
Por Equipe Christo Nihil Praeponere
Referências
- Congregação para a Doutrina da Fé, Carta aos bispos da Igreja Católica sobre o atendimento pastoral das pessoas homossexuais, 1 de out. 1986, n. 9.
- Ibidem, n. 16.
- Ibidem, n. 2.
- Concílio Vaticano II, Const. Past. Gaudium et Spes, 7 de dez. 1965, n. 3.
- Congregação para a Doutrina da Fé, op. cit., n. 7.
- Ibidem, n. 3.
- Ibidem, n. 15.
- Ibidem.
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