A cirurgia é uma mutilação do corpo do homem, a fim de torná-lo estéril
Quando
é preciso adiar ou evitar indefinidamente uma gravidez, pode surgir a
dúvida sobre a vasectomia e sobre o fato de esta cirurgia de
esterilização masculina entrar em contradição com os valores do homem
casado.
A vasectomia consiste em cortar os canais que levam o sêmen dos
testículos ao pênis e na ligação destes canais. Com isso, evita-se a
saída dos espermatozoides e, portanto, a fecundação de um óvulo, o que
daria origem a uma nova vida.
Pode ser um método bastante eficaz e, inclusive, reversível. Mas estamos falando de um ato de mutilação do corpo do homem para torná-lo infértil.
As relações sexuais são, verdadeiramente, enriquecedoras e
construtivas quando se respeita tanto a pessoa em sua integridade,
quanto a mesma essência misteriosa desta união íntima, longe de uma
visão utilitarista e hedonista.
Um leitor perguntou à Aleteia sobre a moralidade da vasectomia.
Citando o último documento da Igreja Católica sobre o amor na família, a Amoris Laetitia,
a Associação de Médicos Cristãos da Catalunha responde que esta técnica
não pode ser um ato de amor para com o outro ou um ato que contribua
com “o diálogo consensual dos esposos, o respeito aos tempos e a
consideração da dignidade de cada um dos membros de um casal”.
Um católico é chamado a viver a sexualidade como uma doação total de
amor fecundo que, fortalecida pelo sacramento do Matrimônio, “chega a
ser símbolo das realidades íntimas de Deus”.
Por isso, a Igreja propõe os métodos baseados nos “ritmos naturais da fecundidade” (Humanae Vitae),
que “fomentam o afeto entre o casal e favorece a educação de uma
liberdade autêntica”, o respeito mútuo e a comunicação (Catecismo).
Em outras palavras: a Igreja é contra a vasectomia como método direto
de esterilização, com base no que diz o Catecismo da Igreja Católica de
número 2399: “A regulação da natalidade representa um dos aspectos da
paternidade e da maternidade responsáveis. A legitimidade das intenções
dos esposos não justifica o recurso a meios moralmente inadmissíveis
(por exemplo: a esterilização direta ou a contracepção)”.
A vasectomia, como outros métodos anticonceptivos,
potencializa um individualismo e pode desvirtuar os vínculos familiares.
Os métodos naturais de regulação da fertilidade são mais exigentes, mas
respeitam a natureza e, no dia a dia, vão deixando a relação mais
madura e satisfatória.
Aleteia Brasil / Associação de Médicos Cristãos da Catalunha |
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