quarta-feira, 7 de maio de 2014

3 VISÕES ABSOLUTAMENTE ATERRORIZANTES DO INFERNO.

As descrições feitas por Santa Tereza de Ávila, Santa Faustina Kowalska e Irmã Lúcia de Fátima.

Quem declara que acredita no inferno e no diabo costuma ser ridicularizado, mas conta com aliados mais importantes do que os críticos: Jesus, o Filho de Deus, e seu vigário, o papa Francisco, falaram claramente sobre a existência do diabo e do inferno.

Para os católicos, é matéria de dogma: o Concílio de Florença, em 1439, ensinou que as almas daqueles que partem desta vida em pecado mortal descem imediatamente ao inferno para ser punidas. Embora reservado aos que morreram nessas condições, o inferno foi vislumbrado também por alguns santos ou videntes que, em vida, afirmaram ter tido experiências místicas do local do eterno sofrimento das almas privadas de Deus. Vamos ver, logo adiante, a descrição de três dessas visões.

O catecismo deixa claro que essas revelações privadas não "melhoram nem completam" o depósito da fé, mas podem nos "ajudar a viver mais plenamente em determinados momentos da história". Essas visões podem nos inspirar a levar a sério a realidade da condenação eterna.

A visão de Santa Teresa de Ávila

A grande santa espanhola do século XVI era freira carmelita e teóloga. Teresa faz parte do reduzido grupo dos 35 doutores da Igreja: seu livro “O Castelo Interior” é considerado um dos mais importantes da história sobre a vida espiritual. Em sua autobiografia, ela descreve uma visão do inferno, que atribui a uma graça de Deus destinada a afastá-la do pecado:


A entrada pareceu-me um túnel longo e estreito, semelhante a um forno muito baixo, escuro e apertado.  O chão tinha aparência de uma água, ou antes, de um lodo sujíssimo e de odor pestilencial, cheio de répteis venenosos. No fundo havia uma concavidade aberta numa parede, como um armário, onde me vi, encerrada de maneira muito apertada. O tormento interior é tanto que não há palavras para defini-lo, nem se entende como é realmente. Na alma senti tal fogo que não tenho capacidade para descrever. No corpo eram incomparáveis as dores. Tenho passado nesta vida dores gravíssimas. No dizer dos médicos, são as maiores que se podem suportar, como, por exemplo, quando se encolheram todos os meus nervos e fiquei tolhida. Já não falo de outras muitas dores de diversos gêneros e até de algumas causadas pelo demônio. Posso afirmar que tudo foi nada em comparação com o que ali experimentei.
 
O pior era saber que seria sem fim, sem jamais cessar.
 
Sim, repito: tudo pode ser considerado um nada em relação ao agonizar da alma: é um aperto, um afogamento, uma aflição tão intensa, e acompanhada de uma tristeza tão desesperada e pungente, que não sei como posso explicar semelhante estado! Compará-lo à sensação de que estão sempre a lhe arrancar a alma é pouco. Nesse caso, seria como se alguém acabasse com a nossa vida. Aqui é a própria alma que se despedaça. O fato é que não sei como descrever aquele fogo interior e aquele desespero que se sobrepõem a tão grandes tormentos. Eu não via quem os provocava, mas sentia-me queimar e retalhar. Piores, repito, são aquele fogo e aquele desespero que me consumiam interiormente.
 
Em lugar tão pestilencial, sem esperar consolo, é impossível sentar-se, ou deitar-se, nem há espaço para isso. Puseram-me numa espécie de fenda cavada na muralha. As próprias paredes, espantosas à vista, oprimem, e tudo ali sufoca. Por toda parte, trevas escuríssimas. Não há luz. Não entendo como, sem claridade, se enxerga tudo, causando dor aos olhos. Nesta ocasião, o Senhor não quis que eu visse mais de tudo aquilo que há no inferno.
 
Em outra visão, vi coisas horripilantes acerca do castigo de alguns vícios. Pareceram muito mais horrorosas à vista. Como não sentia a pena, não me causaram tanto temor como na primeira visão, na qual o Senhor quis que eu verdadeiramente sentisse aquelas torturas e aquela aflição de espírito como se o corpo as estivesse padecendo. Como foi isso, não sei, mas bem entendi ser grande graça do Senhor querer que eu visse, com meus olhos, de onde a sua misericórdia me havia livrado.
 
Verdadeiramente, é nada ouvir discorrer, ou ainda meditar, sobre a diversidade dos tormentos, como eu de outras vezes havia feito, embora raramente. A feição de minha alma não é ser levada pelo temor. Lia que os demônios atenazam as almas e lhes infligem outros suplícios. Tudo é nada em comparação com a pena verdadeira, que é muito diferente. Numa palavra, é tão diferente quanto o esboço o é da realidade. Queimar-se aqui na terra é sofrimento muito leve em comparação com aquele fogo de lá.
 
Fiquei tão aterrorizada, e ainda permaneço enquanto escrevo, apesar de terem decorrido quase seis anos. De tanto temor, tenho a impressão de ficar gelada. Desde então, ao que me recordo, cada vez que tenho sofrimentos ou dores, tudo o que se pode passar na terra me parece nada. Penso que, em parte, nos queixamos sem motivo. Foi esta, repito, uma das maiores graças que o Senhor me deu. Valeu-me imensamente, seja para perder o medo das tribulações e contradições desta vida, seja para me esforçar ao padecê-Ias e dar graças ao Senhor por me ter livrado, ao que agora me parece, de males tão perpétuos e terríveis.
 
Foi essa visão que me encheu da grande angústia que sinto ao ver tantas almas perdidas [...] e que também me deu a maioria dos desejos veementes de salvação das almas, pois acredito que, para poupar-me um daqueles tormentos esmagadores, eu preferiria suportar muitas mortes. 
Santa Maria Faustina Kowalska era uma freira polonesa que afirmou ter tido uma série de visões que incluíam Jesus, a Eucaristia, os anjos e vários santos. Foi das suas visões, registradas em seu diário, que a Igreja recebeu a hoje popular devoção do Rosário da Divina Misericórdia. Em escrito de outubro de 1936, ela fala de uma visão do inferno:

Hoje, conduzida por um anjo, fui levada às profundezas do inferno, um lugar de grande castigo; e como é grande a sua extensão! Tipos de tormentos que vi:
 
O primeiro tormento que constitui o inferno é a perda de Deus;
o segundo, o contínuo remorso da consciência;
o terceiro, o de que esse destino nunca mudará;
o quarto tormento é o fogo que atravessa a alma, mas não a destrói; é um tormento terrível, é um fogo puramente espiritual, aceso pela ira de Deus;
o quinto é a contínua escuridão, o terrível cheiro sufocante e, embora haja escuridão, os demônios e as almas condenadas veem-se mutuamente e veem todo o mal dos outros e o deles mesmos.
O sexto é a continua companhia do demônio;
o sétimo tormento, o terrível desespero, ódio a Deus, maldições, blasfêmias.
São tormentos que todos os condenados sofrem juntos. Mas não é o fim dos tormentos. Existem tormentos especiais para as almas, os tormentos dos sentidos. Cada alma é atormentada com o que pecou, de maneira horrível e indescritível. Existem terríveis prisões subterrâneas, abismos de castigo, onde um tormento se distingue do outro. Eu teria morrido vendo esses terríveis tormentos, se não me sustentasse a onipotência de Deus.
Que o pecador saiba que será atormentado com o sentido com que pecou, por toda a eternidade.
 
Estou escrevendo por ordem de Deus, para que nenhuma alma se escuse dizendo que não há inferno ou que ninguém esteve lá e não sabe como é.
 
Eu, irmã Faustina, por ordem de Deus, estive nos abismos para falar às almas e testemunhar que o inferno existe. Sobre isso não posso falar agora, tenho ordem de Deus para deixar isso por escrito. Os demônios tinham grande ódio contra mim, mas, por ordem de Deus, tinham que me obedecer. O que eu escrevi dá apenas uma pálida imagem das coisas que vi. Percebi, no entanto, uma coisa: o maior número das almas que lá estão é justamente daqueles que não acreditavam que o inferno existisse. Quando voltei a mim, não podia me refazer do terror de ver como as almas sofrem ali terrivelmente e, por isso, rezo com mais fervor ainda pela conversão dos pecadores; incessantemente, peço a misericórdia de Deus para eles. Ó meu Jesus, prefiro agonizar até o fim do mundo nos maiores suplícios a ter que vos ofender com o menor pecado que seja! (Diário de Santa Faustina, 741).

A visão da irmã Lúcia, de Fátima

A irmã Lúcia não é santa canonizada, mas foi uma das videntes de Fátima, em Portugal. Trata-se de uma das revelações privadas mais importantes do século XX, feita em 1917 às três crianças portuguesas que afirmam ter tido várias visões de Nossa Senhora. A irmã Lúcia conta que Maria lhe proporcionou uma visão do inferno, que ela descreveu mais tarde em suas memórias:

[Maria] abriu de novo as mãos, como nos dois meses passados. O reflexo pareceu penetrar a terra e vimos como que um mar de fogo. Mergulhados nesse fogo, os demônios e as almas, como se fossem brasas transparentes e negras, ou bronzeadas, com forma humana, que flutuavam no incêndio, levadas pelas chamas que delas mesmas saíam juntamente com nuvens de fumo, caindo para todos os lados, semelhante ao cair das faúlhas nos grandes incêndios, sem peso nem equilíbrio, entre gritos e gemidos de dor e desespero, que horrorizava e fazia estremecer de pavor. (Devia ter sido ao deparar com esta vista que dei esse “ai!” que dizem ter-me ouvido). Os demônios distinguiam-se por formas horríveis e asquerosas de animais espantosos e desconhecidos, mas transparentes como negros carvões em brasa. Essa visão só durou um momento, graças à nossa bondosa Mãe do Céu, que na primeira aparição tinha prometido levar-nos para o Céu. Sem isso, acho que teríamos morrido de terror e de medo.
 
Que todos nos confiemos à misericórdia de Deus em Cristo e passemos a eternidade em união com Deus no paraíso. 









Brantly Millegan

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