terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

RCC, PROTESTANTISMO E IRMÃOS DE JESUS?


2. Pode o Espírito Santo agir no protestantismo? Sei que ele sopra onde quer, mas será que ele pode se contradizer quando no protestantismo existem diversas seitas espalhando seus erros dizendo estarem falando pelo Espírito Santo? Pode o Espírito Santo estar de acordo com tal divisão e práticas corrompidas, principalmente no meio pentecostal?

Esta é uma questão bem complexa e de interpretação muito cuidadosa, colocaremos alguns aspectos defendidos pela Igreja como Verdade, única e Santificadora, embasados nos ensinamentos da Sé Romana, vejamos:

1) Cristo fundou uma só Igreja que Ele confiou a Pedro e à qual Ele prometeu sua assistência infalível até o fim dos séculos (cf. Mt 16, 18s; Mt 18, 18; Lc 22, 31s; Jo, 21, 15-17; Mt 28, 18-20; Jo 14, 26; 16, 13).
2) A Igreja de Cristo subsiste na Igreja Católica, governada pelo sucessor de Pedro pelos Bispos em comunhão com o mesmo. Nela está a plenitude dos meios de Salvação:
“Esta é a única Igreja de Cristo, que no Credo confessamos ser una, santa, católica e apostólica (12); depois da ressurreição, o nosso Salvador entregou-a a Pedro para que a apascentasse (Jo. 21,17), confiando também a ele e aos demais Apóstolos a sua difusão e governo (cfr. Mt. 28,18 ss.), e erigindo-a para sempre em «coluna e fundamento da verdade» (I Tim. 3,5). Esta Igreja, constituída e organizada neste mundo como sociedade, é na Igreja católica, governada pelo sucessor de Pedro e pelos Bispos em união com ele (13), que se encontra, embora, fora da sua comunidade, se encontrem muitos elementos de santificação e de verdade, os quais, por serem dons pertencentes à Igreja de Cristo, impelem para a unidade católica.”

O Concílio usou o verbo “subsiste” para não excluir da Igreja de Cristo as comunidades separadas; logo após as palavras acima, continua o texto: “…fora da sua comunidade, se encontrem muitos elementos de santificação e de verdade…”. Com efeito; nas denominações cristãs não católicas existem diversos elementos próprios da Igreja de Cristo: a Bíblia, a Oração, a vida de Fé, o zelo missionário, o martírio… É preciso reconhecê-lo, daí dizer-se que tais denominações estão em comunhão “imperfeita” e “incompleta” com a Igreja Católica.
Como ficou claro acima a Igreja reconhece alguns aspectos do Espírito Santo em denominações protestantes, porém é salutar deixar bem claro aqui que, tudo isso é por causa da Catolicidade da única Igreja de Cristo, que é por causa da Santidade da Igreja Católica. Mas é importante também fazer outros levantamentos veja:

“Embora a Igreja tenha sido fundada por Cristo como única, diversas comunhões cristãs se propõem hoje como a verdadeira herança de Jesus Cristo. Todos se dizem discípulos do Senhor, mas tem sentimentos diversos e seguem caminhos diferentes, contrariam a vontade de Cristo estivesse dividido. Essas divisões, evidentemente, contrariam a vontade de Cristo, são um escândalo para o mundo e prejudicam enormemente a pregação do Evangelho a toda Criatura.” CONCÍLIO VATICANO II, 494

São Vicente de Lerins nos deixa outra reflexão:

“Na Igreja Católica é preciso pôr o maior cuidado para manter o que se crê em todas as partes sempre e por todos. Eis o que é verdadeira e propriamente católico segundo a idéia de universalidade que se encerra na própria etimologia da palavra. Mas isso será conquistado se nós seguirmos a universalidade, a antiguidade, o consenso geral. Seguiremos a universalidade se professarmos a única e verdadeira fé a que a Igreja inteira professa em todo o mundo; a antiguidade, se não nos separarmos de nenhuma forma dos sentidos que foram proclamados por nossos santos predecessores e padres; o consenso geral, por ultimo, se, nesta mesma antiguidade, abraçarmos as definições e as doutrinas de todos, ou de quase todos, os bispos e mestres.”COMONITÓRIO, II

Portanto você percebe que tudo na Santa Igreja tem um direcionamento maior, e não esporádico ou sem magistério, por isso temos a plenitude de todos os meios de Salvação, pois aqui, na SANTA Igreja Católica o Espírito Santo está em total plenitude desde todos os tempos.
3. Quando na bíblia diz “Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome ai estarei no meio deles”, isto significa que Jesus estaria presente nos cultos protestantes e estaria concordando com sua divisão, já que eles prestam cultos a Jesus?
Eu vos digo: se dois de vós estiverem de acordo na terra sobre qualquer coisa que quiserem pedir, isso lhes será concedido por meu Pai que está nos céus. Pois, onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou aí, no meio deles”.

“A oração pessoal certamente é importante, e mais ainda, indispensável, mas o Senhor garante sua presença à comunidade que – ainda que seja muito pequena – está unida e unânime, porque reflete a realidade de Deus Uno e Trino, perfeita comunhão de amor”, disse.
Por este motivo, o Bispo de Roma concluiu com seu conselho aos peregrinos: “Devemos nos exercitar tanto na correção fraterna, que requer muita humildade e simplicidade de coração, como na oração, para que se eleve a Deus a partir de uma comunidade verdadeiramente unida a Cristo”. BENTO XVI

Como vimos na questão acima a Igreja reconhece aspectos de santidade em outras denominações, e uma delas é a oração, sendo assim, ao clamarem o Santo Nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, Ele, por ser Infinitamente Misericordioso vai ao encontro dos nossos irmãos protestantes, porém isso jamais significaria que Ele concordasse com suas divisões e muito menos com suas maneiras isoladas de professarem sua fé. Jesus adentra estes locais por todos aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de conhecer a verdadeira Fé, que ainda não tiveram a oportunidade de estar em meio a plenitude da Verdade, que está tão somente na Igreja Católica.

4. O protestantismo pode ser considerado uma heresia e uma seita? E como e quando podem ser usadas tais terminologias de acordo com a Igreja?

Primeiro definiremos o conceito das duas. Segundo o Catecismo da Igreja Católica
§2089 A incredulidade é a negligência da verdade revelada ou a recusa voluntária de lhe dar o próprio assentimento. “Chama-se heresia a negação pertinaz, após a recepção do Batismo, de qualquer verdade que se deve crer com fé divina e católica, ou a dúvida pertinaz a respeito dessa verdade; apostasia, o repúdio total da fé cristã; cisma, a recusa de sujeição ao Sumo Pontífice ou da comunhão com os membros da Igreja a ele sujeitos.”

Hillaire Belloc em seu livro “As Grandes Heresias” também nos ajuda nesta reflexão:
“Heresia é o deslocamento de um esquema completo e auto-suficiente por meio da introdução de uma negação de uma de suas partes essenciais. Por esquema completo e auto-suficiente entendemos qualquer área, em que as várias partes são coerentes e sustentam-se mutuamente.”

Definiremos agora o significado de seita :

“A palavra seita vem do latim secta e significa cortada, separada. O estudo do Vaticano define seita como um “grupo religioso com uma concepção do mundo peculiar própria derivante, mas não idêntica, dos ensinamentos de uma das principais religiões do mundo”. (p. 317).

O termo seita tem uma conotação pejorativa. Jamais os membros de um grupo religioso admitem ser considerados sectários. Comumente eles julgam os verdadeiros e únicos fiéis continuadores de uma religião que reputam verdadeira.

Há seitas de todas as religiões. Não há, porém, propriamente seitas católicas, no sentido em que elas existem nas outras religiões. O shiismo, por exemplo, é uma seita maometana que permanece inserida no Islam. Quando surge uma seita entre os católicos, contudo, ela é logo expelida pela excomunhão. A unidade santa da Igreja Católica é incompatível com a existência de seitas em seu seio.

A tendência para a formação de seitas é diretamente proporcional à falta de coesão doutrinária e à falta de unidade da religião-tronco. O protestantismo é essencialmente sectarizante, pois o princípio do livre-exame da Bíblia gera continuamente novas divisões e impede qualquer unidade. Pelo contrário, a unidade da verdade católica e a unidade de seu governo monárquico obrigam os grupos sectários a saírem e a constituírem religiões autônomas. É o que deve ocorrer em breve com a seita progressista.

Com isso concluímos, em essência, o protestantismo foi e é uma heresia, chegando ao auge, em algumas ocasiões, de também ser considerado como uma “seita”.

5. Sobre a RCC que parece um pouco com o protestantismo, qual a opinião de vocês a respeito de tal movimento? Pode ele gerar uma nova divisão e ser um novo lutero do séc. XXI?

Não acreditamos em tal exagero, pois a Sé está muito mais embebida da sabedoria adquirida pelo transformar e ensinar do Espírito Santo, guia desta Igreja, porém há de fazermos algumas ponderações. Primeiramente gostaríamos de colocar um dos escritos do Padre Paulo Ricardo aonde ele nos exorta sobre alguns aspectos do movimento da RCC:

“Uma das coisas maravilhosas do Concílio Vaticano II e da Renovação Carismática é o retornar às fontes, às origens, nos padres da Igreja. Nada é mais em sintonia com a Renovação Carismática do que cultivar uma espiritualidade dos Padres da Igreja.
Uma dica: a Renovação Carismática tem no mundo duas correntes teológicas: a corrente americana, que é a original, e que a meu ver não é a melhor. A sociedade americana é muito embebida pela mentalidade evangélica, protestante. Eles pensam muito como os protestantes. Infelizmente são estes os livros mais traduzidos, lidos, decorados, aqui no Brasil.

Mas existe uma outra corrente teológica na Renovação Carismática que é a Européia, de grandes nomes, infelizmente não muito conhecidos no Brasil, o mais conhecido de todos no Brasil é o Padre Raniero Cantalamessa, pregador da Casa Pontifícia, que por acaso é patrólogo. E vocês conheceram o ano passado mais um: Daniel Ange. Se você lê os livros dele, verá que é Padre da Igreja do início ao fim. Ele é embebido em Patrologia. Em espiritualidade da Igreja antiga. E isto é muito conforme ao espírito fundacional da Renovação Carismática, pois a Renovação quer ser um renovar da Igreja através de suas fontes, de suas origens.
Só que a Igreja em suas fontes, não era protestante, era católica. Tinha santos Padres, teólogos, autores espirituais importantíssimos. Existem muitos patrólogos famosos que são da Renovação Carismática. Um deles é o próprio Cardeal de Viena, Christoph von Schönborn, é especializado em Patrística e é da Renovação Carismática. É o meu candidato a Papa. Ele é muito ligado à Renovação e é muito voltado para a Patrística, especializado em espiritualidade do oriente cristão, S. Máximo Confessor.

Se fôssemos um pouco mais estudiosos teríamos acesso a estes grandes teólogos. É muito mais fácil ler um livrinho aí com versículos bíblicos um atrás do outro. Tá bom! Se vamos na solidez da tradição católica, alcançamos muito mais. A Renovação nasceu nos Estados Unidos mas se solidificou na Igreja Católica por causa do esforço destes teólogos europeus.”

Fica claro aqui não apenas a posição do Padre Paulo Ricardo, mas também os ensinamentos da Santa Sé, é claro que existem variações acerca do movimento, porém seria injusto generalizar o “todo”, ainda em cima desta temática D. Estevão Bettencourt, OSB coloca sua reflexão:

“ A RCC merece apreço dos católicos quando bem orientada. Tem renovado a fé e a piedade de muitas pessoas afastadas ou tíbias. Pelos frutos bons se conhece a árvore boa. Não há dúvida, tem havido falhas, exageros, subjetivismos em várias expressões da RCC. O entusiasmo de pessoas despreparadas, destituídas de formação doutrinária tem provocado desastres pequenos e grandes.
Mas isso não extingue o valor da RCC concebida como tal. (…) O bem da Igreja pede que não se combata a RCC, mas se interessem os responsáveis por oferecer aos seus membros o estudo aprofundado da doutrina de fé católica assim como a orientação de dirigentes seguros na fé e na moral.” (BETTENCOURT, Estêvão. A RCC depende do protestantismo? In: PR nº 352/2006, p.478)

Portanto temos uma profunda reflexão por amor à Igreja com o movimento da RCC, os bens espirituais nos cumulam das esperanças mais vindouras para a Igreja de Cristo, devemos o respeito ao movimento da RCC buscando sempre minimizar o excesso.


1. Sei que quando a bíblia fala dos filhos de Maria, ela se refere aos primos de Jesus, pois a bíblia da forte embasamento para isso e foi apresentado por vocês de forma brilhante e clara. Porém a minha dúvida é, porque a bíblia usa o termo “primos” para designar o parentesco entre Maria e Isabel, e não o utiliza para o parentesco entre Jesus e Tiago, José, Judas Tadeu e Simão?
Baseados na exegese Bíblica e também na Tradição da Igreja traremos para você a elucidação de tal temática acerca dos parentescos de Jesus, que estudiosos colocaram a nossa disposição para retirada de dúvidas, a palavra “primo” está intimamente liga também com a palavra “filho” no contexto bíblico, mas tudo isto parte da discursiva a respeito da Maternidade de Maria vejamos:

A PALAVRA DE DEUS

“Estando ainda a falar às multidões, sua mãe e seus irmãos estavam fora, procurando falar-lhe” (Mt 12,46)
“Não é este o carpinteiro, o filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão?
E as suas irmãs não estão aqui entre nós?” (Mc 6,3)
Chegaram, então, a sua mãe e seus irmãos e, ficando do lado de fora, mandaram chamá-lo.
Havia uma multidão sentada em torno dele. Disseram – lhe “A tua mãe, os teus irmãos e as tuas irmãs estão lá fora e te procuram”.E Jesus perguntou:“Quem é minha mãe e meus irmãos ? “E, percorrendo com o olhar os que estavam sentado ao seu redor, disse:“Eis a minha mãe e os meus irmãos . Quem fizer a vontade de Deus,esse é meu irmão, irmã e mãe “. (Mc 3,31-35)
“Sua mãe e seus irmãos chegaram até ele, mas não podiam abordá-lo por causa da multidão Avisaram- no então: Tua mãe e teus irmãos estão lá fora,querendo te ver .” Mas ele respondeu:“Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática “.

EXPLICAÇÃO
QUE SIGNIFICA OS IRMÃOS DE JESUS NA LINGUA DE JESUS ?

Há uma discussão entre católicos e protestantes em torno dos irmãos de Jesus.
Essa expressão ocorre várias vezes nos Evangelhos.
A igreja Católica, apoiando-se na sua própria tradição, já muito antiga, ensina que Nossa Senhora só teve um único filho, Jesus Cristo; e que ela foi sempre virgem antes do parto, no parto e depois do parto.

Os protestantes, apoiando-se na sua própria tradição, explicam essa expressão ao pé da letra “irmãos de Jesus” e afirmam que Maria teve outros filhos, além de Jesus.
E mostram, por exemplo, o texto de Marcos 6,3:

“Não é este o carpinteiro, o filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão?
E as suas irmãs não estão aqui entre nós?”

Tomando este texto ao pé da letra os protestantes concluem que, depois do nascimento virginal de Jesus, Maria e José tiveram, no mínimo, quatro filhos e duas filhas.(6)
Na Bíblia, a palavra irmão é muito elástica.

Lá dentro cabe muita gente, não só os irmãos filhos dos mesmos pais, mas também os primos e outros parentes.

Era mais ou menos como a palavra primo, hoje, no Brasil.
É também uma palavra muito elástica que não pode ser tomada ao pé da letra, por exemplo, um fulano chega perto de você e diz:

“Aquele lá é um primo meu”.
Você toma a palavra primo ao pé da letra e pergunta:
“Então, é filho do irmão de seu pai ou de sua mãe?”
Ele responde:
“Que nada! É filho do irmão de um tio de meu avô!”
Realmente, no Brasil, a gente não pode tomar ao pé da letra a palavra primo.
A mesma coisa vale para a palavra irmão na língua de Jesus.
Se você fosse perguntar a São Marcos:
“Então, aqueles quatro irmãos de Jesus são todos filhos de José e de Maria?” Ele responderia:
“Que nada! São filhos de uma prima ou irmã da mãe de Jesus!”
De fato o mesmo Marcos diz de Tiago que ele é irmão de Jesus (Marcos 6,3) e filho de uma outra Maria (Marcos 16,1).
São Mateus diz claramente que se tratava de uma “outra Maria” (Mateus 28,1).
Então na Bíblia a palavra irmão ou irmã de Jesus eram primos e primas.

EXEMPLOS DA PALAVRA IRMÃO QUE NÃO É IRMÃO

1)“Disse Abraão a Ló: Peço-te que não haja brigas entre mim e ti, nem entre nossos pastores, pois somos irmãos” (Gênesis 13,8).

Ora, a Bíblia nos fala que Ló era filho de Arão, e Arão era irmão de Abraão (GN 11,27-28).
Vejam só: Abraão era tio de Ló e chama Ló de irmão.

2) “Eleasar morreu e não deixou filhos, mas filhas e estas casaram-se com os filhos de Cis seus irmãos”(1CR 23,22).
Eleasar e Cis eram filhos de Mooli (1CR 23,21).

Logo os filhos de Cis eram primos primeiros das filhas de Eleasar.
E a Bíblia falou que os filhos de Cis eram “irmãos” das filhas de Eleasar.

Pe. Lucas de Paula Almeida, CM

Nesta reflexão fica claro a semelhança utilizada no contexto bíblico a respeito de seu questionamento, os relatos dos evangelistas a respeito desta discursiva rodeiam sempre Cristo, ou seja, é cristrocêntrica. Cuidando também daquilo que refere-se à Maria na vida pública de Jesus.




Ivanildo Oliveira Maciel Junior
Apostolado Spiritus Paraclitus

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