quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

ONDE ESTAVA DEUS NO MOMENTO DO MEU ACIDENTE? - PARTE I



Antes de responder a tal questionamento, é preciso entender que, todas as tragédias são uma realidade constante na história da humanidade, até mesmo as de ordem natural. Mas quer sejam naturais ou humanas, todas tem uma origem, e  todas geram sempre a mesma pergunta: Onde está Deus diante de tanta calamidade e porque permite tais acontecimentos?
Seria esse Deus um Deus de bondade como pregado pelo Cristianismo? Se sim, então porque há Sua permissão quando centenas de crianças perdem suas vidas por falta de alimentos na África e no resto do mundo? Que culpa estas tem para pagarem um preço tão alto?   E Quando outros milhares de pessoas são dizimados pelos tsunamis e terremotos catastróficos nas diversas partes do planeta? Quanto ainda aos que já nascem com algum tipo de deficiência física, mental ou alguma doença degenerativa? Estariam pagando pelos seus pecados ou dos seus pais?
Diante do exposto, abro ainda um parêntese para perguntar: Onde estava Deus no momento do meu acidente? Encontrar a resposta para essa pergunta, certamente ajudará a compreensão nas demais.
Se entendermos que vivemos em um mundo caído e com seres de mentalidade decaída gerada pela desobediência de seu primeiro habitante, abre-se assim, espaço para o entendimento.  A não observação,  e o não cumprimento por parte de Adão no Jardim do Éden de um único mandamento, trouxe o pecado ao mundo e como todo pecado também as suas consequências. A partir dai, desencadeou-se uma série de estruição e morte, onde ninguém está isento de uma hora ser assolado por algum tipo de tragédia, afetando ainda a ordem natural.
A dor, o sofrimento  e as aflições, o próprio jesus Cristo, o filho de Deus,  não só as experimentou, como falou da constante presença delas  na vida humana.
“No mundo haveis de ter aflições” (Jo 16,33) ¹
Tal observação, também foi atentada pelo apóstolo Paulo (o maior discípulo por excelência) em seus escritos, quando deixa-se perceber suas grandes dificuldades e agruras.
Embora tenhamos a certeza e o porquê da existência do mal na vida humana, ainda não temos a resposta desejada das perguntas iniciais. Deus está no controle de tudo, e mesmo que não aceitemos ou percebemos, nada, absolutamente nada acontece sem Sua permissão. Então por que acontecem?
Onde está Deus quando nos sobrevêm  o dia da angústia? Estaria a resposta no versículo 1 do Salmo 10? “Javé, por que ficas longe, e te escondes no tempo da angústia”? ²
O salmista, claro, encontrava-se em meio a uma situação de desespero e como tal, se sentia sozinho e abandonado além da terrível sensação de impotência. É comum diante da tribulação, sentir que Deus insiste em esconder-se demonstrando uma letárgica indiferença.
Precisaria Deus em toda Sua onipotência, esconder-se da obra de suas mãos?
O que acontece é que todas as vezes que o homem assim procede, é porque se esqueceu do grande amor que Deus tem por ele.  Fechado em sua ignorância e escravo de seu egoísmo, no momento em que a tribulação mais pesa sobre sua alma, ele não percebeu que foi o momento em que Deus mais se aproximou dele e mais o amou, vendo seu sofrimento, sua angústia, sua dor e sua falta de esperança. A superficialidade presente na vida humana, faz com que a descrença em Deus  e na Sua verdade se torne cada vez mais enfraquecida ou até mesmo que desapareça no momento da dificuldade.
Não seria tão trágico se tais fatos acontecessem somente aos ignorantes no conhecimento de Deus, mas, não é esta a leitura que se faz. Entre os que se dizem professar a fé em Deus, muitos destes acabam por negá-Lo através de suas atitudes e também  já não conseguem permanecer de pé no "dia mal".
Não seria por conta destes que Jesus teria citado o profeta Isaías?(Is 29,13)
A grande verdade nisso tudo, é que Deus, nunca e em nenhum momento seja ele qual for, abandonou a nenhum de seus filhos, os deixando-os entregues à própria sorte, como se ela existisse de fato.
Deus não livra o homem da tribulação,  mas o livra na tribulação. Não o livra do acidente, mas o livra no acidente. não o livra da dor, mas se faz presente na dor, e traz todo o Seu consolo. Pensar dessa forma, é pensar de forma correta sobre o imenso amor que Ele tem sobre cada um de nós.
Mas como encontrar ainda as respostas sobre os inquietantes questionamentos do início? É possível através de tanta dúvida e em meio a tribulação chegar à luz da verdade e do reconhecimento de Deus?

Traduçao Ave Maria¹
Edição Pastoral ²


Por
Wellington Dantas
(foto representativa pesquisada na internet, conservando o modelo do veículo e a semelhança do sinistro que foram reais)

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