segunda-feira, 6 de setembro de 2010

CARDEAL LAMENTA PERDA DA VIRTUDE DA OBEDIÊNCIA.

Cardeal lamenta perda da dimensão sobrenatural da virtude da obediência.
Dom Eugenio Sales assinala importância da fidelidade e lealdade à própria vocação.


RIO DE JANEIRO, (ZENIT.org) – O cardeal Eugenio de Araújo Sales, arcebispo emérito do Rio de Janeiro, afirma que, “em certos meios eclesiásticos, causa estranheza perceber restrições veladas às diretrizes do Santo Padre”.
Em artigo divulgado no dia 26 pela arquidiocese do Rio, Dom Eugenio lamenta a perda da dimensão sobrenatural da virtude da obediência, em espírito verdadeiramente evangélico.

Segundo Dom Eugenio Sales, a virtude da obediência “é parte integrante na vida do cristão. Este, iluminado pela Fé, vê no Sucessor de Pedro e em seu próprio Bispo não apenas o homem, mas o próprio Cristo que eles representam”.
“Essa atitude tem sua tradução teológica na ideia de ‘communio’, comunhão que une todos os discípulos de Jesus, pela adesão à Igreja. Ela está sob o pastoreio do Colégio Apostólico, cuja cabeça é Pedro, dos Bispos com e sob o Papa, para usar a expressão conciliar.”Segundo o cardeal, esta dimensão sobrenatural da obediência transcende a simples dimensão humana.
“Por isso, quando tomo conhecimento de comentários desairosos ou apreciações restritivas a quem serve o Papa, no cumprimento da missão que lhe foi confiada pelo Senhor, fico a pensar se ainda há espírito de Fé em tais pessoas”, afirma.
O arcebispo emérito do Rio assinala ainda o avanço do relativismo, “que se insinua sempre mais fortemente em meios eclesiásticos, entre sacerdotes e na vida religiosa”. “A obediência, há quem o afirme, deve primeiro passar pelo crivo da própria opinião, do discernimento pessoal. O critério não é mais a verdade objetiva, é o meu próprio eu.”“Tal mentalidade errônea, fortalecida pela omissão dos que se recolhem para evitar atritos, provoca não apenas uma falta de submissão ao Magistério, mas uma resistência aos legítimos Pastores, para espanto dos leigos fiéis. Os exemplos estão aí, bem como seus frutos de rebeldia insana que escandaliza os bons, afasta os débeis e dificulta a difusão do Evangelho.”
Dom Eugenio Sales considera que “é tempo de recuperarmos a virtude da obediência. É preciso voltar a ouvir, no íntimo da nossa consciência, a voz de Cristo: ‘Quem vos ouve, a mim ouve; quem vos despreza, é a mim que despreza’ (Lc 10, 16)”.Segundo o cardeal Sales, “a principal preocupação de todo o cristão há de ser a fidelidade, a lealdade à própria vocação, como discípulo que quer seguir o Senhor”.
O arcebispo emérito cita palavras de Bento XVI em sua recente viagem a Portugal: ‘Se o Batismo é um verdadeiro ingresso na santidade de Deus através da inserção em Cristo e da habitação do seu Espírito, seria um contrassenso contentar-se com uma vida medíocre, pautada por uma ética minimalista e uma religiosidade superficial’”.
NOTA DO BLOG:
Só para ilustrar mais o que Dom Eugênio afirma e que se estende também aos sacerdotes, existe a INSTRUÇÃO REDEMPTIONIS SACRAMENTUM, Sobre algumas coisas que se devem observar e evitar acerca da Santíssima Eucaristia, CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO E A DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS.
De acordo com a Congregação para a Doutrina da Fé, depois de discorrer sobre a autoridade da hierarquia sobre a regulamentação da liturgia e o papel simplesmente participativo dos fiéis leigos, que podem, entretanto, ser chamados a atuar em casos excepcionais, lista uma série de "abusos" referentes à celebração da missa, à comunhão eucarística e a outras práticas do culto eucarístico, terminando por propor algumas pistas para a coibição de tais abusos.
São mais de 200 citações em um único documento que descreve detalhadamente como se deve celebrar a Eucaristia e o que pode ser considerado "abuso grave" durante a cerimônia. Mas, o que se sabe, é que em muitas paróquias espalhadas pelo nosso estado e país, é que esse documento é muitas vezes, em sua parcialidade desobecido ou ignorado.
Como exemplo, o documento diz no capítulo 7, onde versa sobre "os ministérios extraordinários dos fiéis leigos". O documento especifica que: Está reprovado o costume de sacerdotes que, apesar de estar presentes na celebração, abstêm-se de distribuir a comunhão, encomendando esta tarefa a leigos.
O Documento conclui no capítulo 8, dizendo que qualquer católico tem direito a expor uma queixa por um abuso litúrgico, ao Bispo diocesano ou o Ordinário competente de igual direito, ou à Sé Apostólica, em virtude da primazia do Romano Pontífice.
NO FINAL DA TARDE DE HOJE, POSTAREMOS UM RESUMO DAS NORMAS QUE O DOCUMENTO RECORDA A TODA A IGREJA.
Wellington Dantas

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