sexta-feira, 17 de setembro de 2010

BENTO XVI PEDE AOS CATÓLICOS QUE DEFENDAM A FÉ NA ESFERA PÚBLICA.

GLASGOW, 16 Set. 10 / 02:29 pm (ACI).- Na multitudinária Missa que presidiu no Bellahouston Park de Glasgow, Escócia, o Papa Bento XVI assinalou que os católicos têm como dever fazer-se presentes na esfera pública os valores fundamentais que são "promovidos pela sabedoria e a visão da fé" em meio de um mundo que vive imerso na ditadura do relativismo e que necessita com urgência ser evangelizado.
Ao começar a homilia, o Santo Padre se apresentou "como arauto da paz" que chega a confirmar os fiéis "na fé do Pedro"."Dirijo-me a vós com emoção, não muito longe do lugar onde meu amado predecessor o Papa João Paulo II celebrou a Missa convosco, há quase trinta anos, recebido pela multidão mais numerosa jamais vista na história da Escócia", recordou. Depois de animar ao diálogo ecumênico entre as distintas confissões cristãs do país, o Santo Padre se referiu à importante tarefa da Igreja de ensinar e pregar o Evangelho. Disse que as escolas católicas na Escócia constituem "um sinal de grande esperança para a Igreja" e animou "os profissionais católicos, os políticos e professores da Escócia a não perderem de vista jamais que estão chamados a pôr seus talentos e sua experiência ao serviço da fé, trabalhando pela cultura escocesa atual em todos seus âmbitos".
"A evangelização da cultura é de especial importância em nosso tempo, quando a ‘ditadura do relativismo’ ameaça obscurecendo a verdade imutável sobre a natureza do homem, sobre seu destino e seu bem último. Hoje em dia, alguns procuram excluir da esfera pública as crenças religiosas, relegá-las ao âmbito privado, objetando que são uma ameaça para a igualdade e a liberdade".
Entretanto, precisou Bento XVI, "a religião é em realidade garantia de autêntica liberdade e respeito, que nos move a ver cada pessoa como um irmão ou irmã. Por este motivo, convido particularmente a vocês, fiéis laicos, em virtude de sua vocação e missão batismal, a ser não só exemplo de fé em público, mas também a expor no foro público os argumentos promovidos pela sabedoria e a visão da fé".
A sociedade atual, disse o Papa, "necessita vozes claras que proponham nosso direito a viver, não em uma selva de liberdades autodestrutivas e arbitrárias, mas em uma sociedade que trabalhe pelo verdadeiro bem-estar de seus cidadãos e ofereça guia e amparo em sua debilidade e fragilidade. Não tenham medo de oferecer este serviço aos seus irmãos e irmãs, e ao futuro de sua amada nação". Ao recordar que hoje se celebra a festa de São Ninian quem não teve medo de elevar sua voz só e que evangelizou boa parte de Escócia, o Papa Bento XVI destacou também o serviço de São Mungo, Padroeiro de Glasgow, e outros Santos como São Columba e Santa Margarida aos quais pôs como exemplo do serviço a Deus e à Igreja. Dirigindo-se logo aos Bispos da Escócia, o Papa os alentou a servir adequadamente seus sacerdotes, vivendo "em plenitude a caridade que brota de Cristo, colaborando com todos eles, em particular com aqueles que têm escasso contato com seus irmãos no sacerdócio" e rezando "com eles pelas vocações, para que o Senhor da colheita envie trabalhadores à sua colheita. Já que a Eucaristia faz a Igreja, o sacerdócio é algo central para a vida da Igreja".Depois de alentá-los a cuidar da formação dos presbíteros sendo "pais e exemplos de santidade" para eles, Bento XVI se dirigiu aos sacerdotes que estão destinados à vida Santa e "ao serviço do povo de Deus conformando suas vidas com o mistério da cruz do Senhor. Preguem o evangelho com um coração puro e com reta consciência"."Dediquem-se só a Deus e serão exemplo luminoso de santidade, de vida singela e alegre para os jovens: eles, por sua parte, desejarão certamente unir-se a vós em seu solícito serviço ao povo de Deus", animou.
Falando logo aos milhares de jovens presentes, o Papa advertiu que "há muitas tentações que devem enfrentar cada dia –droga, dinheiro, sexo, pornografia, álcool– e que o mundo diz que lhes darão felicidade, quando, na verdade, estas coisas são destrutivas e criam divisão".
Seguidamente sublinhou à juventude presente que "só uma coisa permanece: o amor pessoal de Jesus por cada um de vós. Busquem, conheçam e amem, e ele os libertará da escravidão da existência deslumbrante, mas superficial, que propõe freqüentemente a sociedade atual. Deixem de lado tudo o que é indigno e descubram sua própria dignidade como filhos de Deus"."No evangelho de hoje, Jesus nos pede que oremos pelas vocações: elevo minha súplica para que muitos de vós conheçam e amem a Jesus e, através deste encontro, dediquem-se por completo a Deus, especialmente aqueles de vocês que foram chamados ao sacerdócio ou à vida religiosa. Este é o desafio que o Senhor vos dirige hoje: a Igreja agora lhes pertence".

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