Novo
milagre eucarístico na Polônia: exames identificaram “partes
fragmentadas de músculo” em uma Hóstia consagrada e estudos genéticos
indicam “a origem humana do tecido”.
A terra do Papa São João Paulo II acaba de ser agraciada com um grande
milagre eucarístico. Foi o que reconheceu o bispo da cidade polonesa de
Legnica, Zibigniev Kiernikovski,
em carta assinada de próprio punho no último dia 17 de abril.
No documento, o bispo conta como, na Solenidade de Natal de 2013, em
uma paróquia de Legnica, "durante a distribuição da Sagrada Comunhão,
uma Hóstia consagrada caiu ao chão e foi logo recolhida e depositada em
um recipiente cheio de água", chamado de
vasculum. "Pouco depois, apareceram manchas de cor vermelha".
O então bispo do lugar "estabeleceu uma comissão para analisar o
fenômeno", e esta "mandou recolher amostras a fim de que exames
minuciosos fossem conduzidos por importantes institutos de pesquisa". A
conclusão do caso, emitida pelo Departamento de Medicina Forense, foi a
seguinte:
"Na imagem histopatológica verificou-se que os fragmentos de tecidos contêm partes fragmentadas de músculo estriado transversal. (...) O conjunto (...) se assemelha ao músculo cardíaco ao sofrer alterações que aparecem com frequência durante a agonia. Os estudos genéticos indicam a origem humana do tecido."
Neste ínterim, "um pequeno fragmento vermelho da Hóstia" já havia sido
separado e colocado em um corporal. O bispo polonês também conta que já
apresentou a questão ao Vaticano e, agora, "conforme recomendado pela
Santa Sé", já está providenciando um local adequado para a exposição da
milagrosa relíquia, "a fim de que os fiéis possam dar-lhe a devida
adoração".
Este é o segundo milagre eucarístico que acontece em anos recentes na
Polônia. O outro se deu em 2008, na cidadezinha de Sokólka, no nordeste
do país. Falaremos sobre este evento em outra ocasião.
Para saber mais sobre este assunto, leia também a nossa matéria especial sobre a origem e a causa dos milagres eucarísticos.
No momento, é preciso que nos detenhamos neste sinal divino (mais um)
confirmando a fé católica na transubstanciação; na doutrina de que,
pelas palavras ditas por Jesus Cristo na Última Ceia e repetidas por um
sacerdote validamente ordenado, o pão e o cálice de vinho que ele tem em
suas mãos já não são mais pão, já não são mais vinho — transformam-se
os dois no Corpo e Sangue do próprio Deus encarnado.
Alguém poderia perguntar como um acontecimento desse tipo poderia
relacionar-se com os Evangelhos. Os protestantes, por exemplo, têm uma
grande dificuldade em enxergar a ação de Deus nessas realidades
sensíveis usadas pela Igreja: relíquias de santos, milagres
eucarísticos, ícones e esculturas, todas essas coisas parecem
desnecessárias e, muitas vezes, são acusadas até de "empecilhos" para
prestar a Deus a verdadeira adoração que só a Ele compete. Pessoas de
natureza mais ativa, por sua vez, poderiam ver algum problema nessa
devoção dos católicos à Eucaristia, nessa preocupação excessiva com a
oração e com a espiritualidade. Talvez pensassem que seria mais útil dar
comida aos pobres, vestir os nus, ou qualquer coisa do gênero. Se
pudessem, convidariam o próprio Deus para oferecer os seus conselhos e
sugerir os próximos milagres que Ele deveria fazer.
Eventos como esses, no entanto, mostram o equilíbrio sadio que existe
na doutrina católica, ao mesmo tempo sobrenatural e sensível, espiritual
e visível, transcendente e material. Justamente porque o homem não é
"um espírito preso dentro de um corpo",
mas unidade de corpo e alma, convinha
que Deus nos elevasse às verdades celestes através das coisas materiais
que existem no mundo. Os sacramentos são uma conjugação dessas duas
realidades: através de um sinal sensível, é infundida nas almas a graça invisível de Deus. Essa infusão acontece porque os sacramentos são instrumentos da humanidade de Cristo:
assim como Jesus operava milagres com as palavras que saíam de Sua boca
e com o toque de Sua carne, Ele perdoa os pecados pela boca dos Seus
sacerdotes e alimenta espiritualmente as almas com a Eucaristia.
Compreender o que significa isso é essencial para entender, por exemplo,
por que a Igreja venera as relíquias dos santos ou por que permite o culto das imagens sacras.
Mergulhe fundo nessas questões assistindo ao nosso curso exclusivo "Por que não sou protestante".
Quanto às pessoas mais ativas e mais "práticas", por assim dizer, é
preciso responder com o episódio de Marta e Maria: de nada adianta
preocupar-se e ficar agitado com muitas coisas, se deixamos de lado "a
melhor parte", que é a nossa relação de comunhão e intimidade com Deus
(cf.
Lc 10, 38-42). Esse é, na verdade, o grande motor da própria
caridade cristã: os seguidores de Cristo só dão pão a quem tem fome,
água a quem tem sede e abrigo a quem não tem porque enxergam no próximo
que sofre o próprio Jesus sofredor: "Então o Rei lhes responderá: 'Em
verdade, vos digo: todas as vezes que fizestes isso a um destes mais pequenos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes" (Mt 25, 40).
Por isso, em tudo o que existe na Igreja Católica — sacramentos,
relíquias, esculturas de santos, obras de caridade —, absolutamente tudo
se refere a Cristo, e tudo nos convida à comunhão com Ele. Não sem
razão o sacramento da Eucaristia,
o maior de todos os sacramentos,
também é chamado de "Comunhão". O que aconteceu há pouco tempo na
Polônia toca a todos os homens, portanto, porque ninguém está excluído
da boa nova da salvação, do anúncio do Evangelho, da verdade de que Deus
nos ama e quer que nós entremos em comunhão de amor com Ele. É para
levar as pessoas a essa comunhão que Cristo instituiu uma religião. A Igreja vive da Eucaristia e para a Eucaristia.
Por Equipe Christo Nihil Praeponere
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