A humilhação que toca o
coração
Tudo se reverte justamente no caminho
que o leva a esta meta; e a de Paulo se torna a “história de um homem que deixa
que Deus mude o coração”. Paulo é envolvido por uma luz potente, sente uma voz
que o chama, cai e fica momentaneamente cego. “Saulo o forte, o seguro, estava
no chão”.
Naquela
condição, “compreende
a sua verdade: não era um homem como Deus queria, porque Deus criou todos nós
para estarmos em pé, com a cabeça erguida”. Mas a voz do céu não diz apenas
“Por que me segues?”, mas o convida a se levantar:
“Levanta-te e te será
dito, deves ainda aprender”. E quando começou a se erguer, não conseguia e
percebeu que estava cego: naquele momento havia perdido a visão. ‘E se deixou
guiar’: o coração começou a se abrir. Assim, levando-o pela mão, os homens que
estavam com ele o conduziram a Damasco, aonde por três dias não pôde ver, não
comeu e nem bebeu. Este homem estava no chão, mas logo entendeu que deveria aceitar
esta humilhação. A humilhação é o caminho para abrir o
coração. Quando o Senhor nos envia humilhações ou
permite que elas venham, é justamente para isso: para que o coração se abra,
seja dócil, se converta ao Senhor Jesus.
Espírito Santo protagonista
O coração de Paulo se derrete. O que
muda, naqueles dias de solidão e cegueira, é a sua vista interior. Depois, Deus
lhe envia Ananias, que lhe impõe as mãos e também os olhos de Saulo voltam a
enxergar. Mas há um aspecto desta dinâmica,
que deve ser ressaltado:
“Recordamos que o
protagonista destas histórias não são nem os doutores da lei, nem Estêvão, nem
Filipe, nem o eunuco, nem Saulo… É o Espírito Santo. O
protagonista da Igreja é o Espírito Santo que conduz o povo de Deus. E,
imediatamente, caíram dos olhos de Saulo algo como que escamas e ele recuperou
a vista. Levantou-se e foi batizado. A dureza do coração de Paulo – Saulo,
Paulo – se transforma em docilidade ao Espírito Santo”.
A dignidade de se reerguer
“É belo ver como o Senhor é capaz
de mudar os corações” e fazer que “um coração duro, teimoso, se torne um
coração dócil ao Espírito”.
“Todos nós temos durezas no coração,
todos nós. Se alguém de vocês não tem, levante a mão, por favor. Peçamos ao
Senhor que nos mostre que estas durezas nos jogam no chão. Que nos envie a
graça e também – se necessário – as humilhações, para não ficarmos no chão, mas
levantarmo-nos, com a dignidade com a qual Deus nos criou, ou seja, com a graça
de um coração aberto e dócil ao Espírito Santo”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário