Jesus ensina que, para podermos orar com poder, temos que colocar Deus em nosso pensamento e reconhecer sua soberania. Devemos dizer: “Seja feita a tua vontade”. É aqui que muitas pessoas tropeçam, perdem o alento e se afastam de Deus. Eu creio saber a causa disso.
Quando estudava psicologia na faculdade, formulei um teste de associação de idéias. Diria a palavra “Natal”, por exemplo, a uma pessoa e pediria a ela que dissesse a primeira coisa que lhe viesse a mente. As respostas que eu recebia eram quase sempre: Papai Noel, presentes, enfeites, etc. Raramente alguém dizia: Cristo. Cheguei à conclusão de que nós temos comercializado e paganizado o dia do aniversário do Senhor. Penso que. resguardados certos limites, este teste e bastante válido.
Vamos fazer uma prova agora mesmo. Eu mencionarei uma palavra. e o leitor verificará qual é o seu primeiro pensamento — “vontade de Deus”.
Que é que isto lhe sugere? A morte de um ente querido ou um grande revés, uma enfermidade incurável ou um grande sacrifício? A maioria das pessoas quando pensa em “vontade de Deus” forma um quadro mental sombrio.
Talvez uma das razões disto seja a oração de Jesus no Getsêmani. “Não se faca a minha vontade, e sim, a tua”. (Lc 22,42). E em conseqüência de sua submissão, Ele se encaminhou para o calvário. E é assim que a “vontade de Deus” e “cruz” acabam-se tornando idéias sinônimas.
Parece-me que a crença geral é que a intenção de Deus é tornar nossa vida desagradável, como quando temos que ingerir remédios amargos. Pensamos que seriamos mais felizes se não nos submetêssemos à vontade de Deus. Na realidade, nunca chegamos a dizer: “eu me recuso a acatar a vontade de Deus”. No entanto, afirmamos: “Desta vez, vou fazer o que quero”.
É preciso que nos lembremos de que o amanhecer também é vontade de Deus.
Há um tempo de colheita que resulta em alimentos e vestuário para nós, e sem o qual não haveria vida sobre a terra Deus criou as estações do ano; portanto, o fato de elas existirem também é parte da vontade de Deus. A verdade é que as coisas boas da vida superam em muito as más. Há mais alvoradas que ciclones.
Na verdade, as geadas invernais são da vontade de Deus, mas as diversas formas de aquecimento também foi Deus quem providenciou para nós. A maneira como encaramos a vontade de Deus é que mostrará se nós a aceitamos de bom grado ou nos esquivamos dela.
Jesus disse: “Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu”. em que é que pensamos quando a palavra céu nos vem a mente? Pensamos em paz, plenitude, perfeita alegria e a ausência de dores, sofrimentos e lágrimas. Jesus disse que isto é a vontade de Deus para nós. Antes que possamos dizer: “Seja feita a tua vontade…” temos que crer que ela é a melhor coisa para nós. Muitas vezes nós nos preocupamos com as situações imediatas enquanto Deus vê nossa vida como um todo.
Em 1972, Willian Carey entregou um sermão baseado no texto: “Alarga o espaço da tua tenda; estenda-se o toldo da tua habitação, não o impeças; alonga as tuas cordas e firma bem as tuas estacas”. (Is. 54,2). Foi uma das mensagens mais eloqüentes que alguém já pregou, cuja história não caberia em cem livros. Naquele sermão, Carey disse sua famosa frase: “Espere grandes coisas de Deus; realize grandes coisas para Deus”.
Charles L Allen, em “A PSIQUIATRIA DE DEUS”
pemiliocarlos
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