terça-feira, 27 de julho de 2010

BISPO SE POSICIONA CONTRA À PRESIDENCIAVEL ROUSSEFF.


SÃO PAULO, 26 Jul. 10 / 04:50 pm (ACI).- O bispo de Guarulhos (SP), Dom Luiz Gonzaga Bergonzini afirmou que não recuará e levará sua manifestaçãAdicionar imagemo de veto à presidenciável às missas e celebrações das 37 paróquias da cidade em uma recente entrevista ao jornal A Folha de São Paulo. Dom Bergonzini considera o PT favorável à descriminalização do aborto e divulgou um artigo recomendando que os católicos não votem pela candidata petista. Na sua entrevista à Folha, o bispo de 74 anos, diz não ter nada pessoal contra a candidata, que negou que ela ou o presidente Lula sejam a favor do aborto.
Abaixo reproduzimos os trechos mais destacados da entrevista feita à Folha.
Folha - Mesmo com a recomendação da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) pela neutralidade na campanha, o senhor decidiu explicitar sua posição contrária à candidata Dilma Rousseff. Por quê?
D. Luiz Gonzaga Bergonzini - Em primeiro ligar, que recomendação é essa? A CNBB não tem autoridade nenhuma sobre os bispos. Eu segui a voz da minha consciência. Sou cristão de verdade e defendo o mandamento "não matarás". Não tem esse negócio de "meio termo".Folha - A candidata afirma que não defende a descriminalização do aborto. Mesmo assim, o senhor cita o nome dela no artigo.Ela [Dilma] segue o partido, ela é a candidata. Então eu vou matar a cobra na cabeça. Pessoalmente não tenho nada contra ela. Mas o direito à vida é o maior direito humano. O aborto é atitude covarde e criminosa. Eu não arredo o pé, não.
Folha - Como o senhor concluiu que ela tem essa posição? Isso nunca ficou claro e ela nega.É o terceiro plano de governo que ela adota. Como percebeu que havia reação, foi mudando. Não vou recuar.Folha - O senhor pretende levar ao conhecimento dos fiéis da diocese essa recomendação de não votar na candidata Dilma?
D. Luiz Gonzaga Bergonzini: Os padres devem notificar ao povo a orientação do bispo. Eu não vou arredar o pé, não importa as consequências que eu venha sofrer, mas o que importa é minha consciência e seguir o Evangelho. Eu não tenho medo. O que pode acontecer? Deus saberá.
Folha - Inclusive nas missas, os padres vão tratar do tema? Vão citar o nome da candidata?D. Luiz Gonzaga Bergonzini: Tratar do tema, não. Podem citar o nome dela, porque vou mandar uma carta para os padres notificarem as pessoas da minha recomendação nas missas. Como cidadão, tenho direito de expressar minha opinião e, como bispo, tenho a obrigação de orientar os fiéis.
Folha - O senhor teme algum tipo de retaliação ou reação negativa, seja por parte da CNBB ou de partidários da candidata Dilma?
D. Luiz Gonzaga Bergonzini: Sempre tem alguma coisa. Tenho recebido muitos e-mails. Não sei se são ameaças, mas contestando. Mas posso te dizer que muitos de apoio. As pessoas dizem: "finalmente alguém que usa calça comprida resolveu reagir".

Segue a posição da presidenciável, sobre o artigo do Bispo, publicado no site jusbrasil.com.br.

Questionada sobre a posição do bispo, a presidenciável Dilma Rousseff defendeu que a interrupção da gestação seja tratada como questão de "saúde pública", sem interferência religiosa. Ela reiterou que o aborto clandestino é causa de morte materna e ressaltou o problema da desigualdade, que leva mulheres pobres a práticas insalubres, enquanto mulheres ricas têm acesso a clínicas.
- Defendemos que se trate essa questão não como uma questão religiosa, mas como uma questão de saúde pública e de obediência legal - disse Dilma, em entrevista à rádio Marano, de Garanhuns (PE). O aborto é uma violência contra o corpo da mulher. Nós reconhecemos uma outra coisa: é uma questão de saúde pública.
O programa de governo do PT - não endossado por Dilma ou sua coligação - defende a aprovação de uma lei de descriminalização. Hoje, o aborto ilegal pode ser punido com até três anos de detenção, exceto em casos de risco de morte da gestante ou de gravidez decorrente de estupro. Especialistas estimam que cerca de um milhão de gestações é interrompido de forma clandestina por ano no Brasil.


A CNBB explicou que retirou o artigo do Bispo(do site), porque ele cita nominalmente um candidato e um partido, o que fere a posição de neutralidade da entidade. "Recomendamos a todos verdadeiros cristãos e verdadeiros católicos que não deem seu voto à senhora Dilma Rousseff e demais candidatos que aprovam tais liberações , independentemente do partido a que pertençam", diz o texto, revelado no dia 23.07.10, pelo GLOBO.

Fonte: www.jusbrasil.com.br

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