Segundo Viktor Frankl, o vazio que sentimos se deve a duas perdas essenciais que todos nós sofremos.
O vazio existencial é um fenômeno muito difundido no século XX.
Isto é compreensível; pode ser atribuído a uma dupla perda sofrida
pelo ser humano desde que se tornou um ser verdadeiramente humano.
No início da história, o homem foi perdendo alguns dos instintos
animais básicos que regulam o comportamento do animal e asseguram sua
existência. Tal segurança, assim como o paraíso, está cerrada ao ser humano para todo o sempre. Ele precisa fazer opções.
Acresce-se ainda que o ser humano sofreu mais outra perda em seu desenvolvimento mais recente. As tradições,
que serviam de apoio para seu comportamento, atualmente vêm diminuindo
com grande rapidez. Nenhum instinto lhe diz o que deve fazer e não há
tradição que lhe diga o que ele deveria fazer; às vezes ele não sabe
sequer o que deseja fazer. Em vez disso, ele deseja fazer o que os
outros fazem (conformismo), ou ele faz o que outras pessoas querem que
ele faça (totalitarismo).
(Trecho do livro “Em busca de Sentido”, de Viktor Frankl)
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