Você tem depressão? Talvez estejam lhe faltando esses 10 nutrientes!
A depressão é um transtorno do humor que provoca sentimentos persistentes de tristeza e uma perda geral de interesse pela vida.
Outros sinais e sintomas da depressão incluem perda de apetite, perda
ou aumento significativo de peso, alterações nos padrões de sono, falta
de energia, dificuldade de concentração e dores inexplicáveis.
Algumas das causas e fatores de risco para o desenvolvimento de
depressão incluem o isolamento social, o estresse, o histórico familiar
de depressão, problemas de relacionamento familiar ou social,
dificuldades financeiras, traumas de infância ou abusos sofridos,
álcool, drogas e determinadas condições de saúde.
Mas as deficiências nutricionais também contribuem para o risco de depressão.
Pesquisadores descobriram que as pessoas que sofrem de depressão e
transtornos do humor apresentam carência não só de um, mas de vários
nutrientes.
“Sempre se lembrem de que a comida alimenta o cérebro e o corpo”, reforça o professor Giacinto Miggiano, diretor de Dietética e Nutrição Humana da Fundação Policlínica Gemelli, de Roma. Trata-se do hospital que atende o Papa.
Aleteia apresenta, a seguir, 10 nutrientes citados pelo Dr. Miggiano – recordando que a falta deles pode causar depressão.
1. Ácidos graxos ômega-3
Os ácidos graxos ômega-3 oferecem numerosos benefícios à saúde. Eles
desempenham um papel fundamental no desenvolvimento e funcionamento do
sistema nervoso central. O ômega-3 DHA é fundamental para a estrutura
das células do cérebro, enquanto o ômega-3 EPA tem impacto na função dos
neurônios e na redução de inflamações. Além disso, os ácidos graxos
ômega-3 podem ajudar a diminuir o colesterol ruim e contribuem para a
saúde geral do coração.
Um estudo de 2007 publicado na Medical Hypotheses relata que a
deficiência de ácidos graxos ômega-3 no transtorno depressivo maior se
deve à interação entre dieta e uma anomalia geneticamente determinada no
metabolismo dos fosfolipídios. Em estudo publicado em 2014 pela
Oxidative Medicine and Cellular Longevity, os pesquisadores apontaram
que a ingestão adequada de ácidos graxos poli-insaturados ômega-3 PUFA e
as intervenções dietéticas com suplementos de ácidos graxos ômega-3
podem ajudar a prevenir e curar a depressão.
Como obter ômega-3:
Para fornecer ao seu corpo uma quantidade adequada de ácidos graxos ômega-3, é recomendado consumir linhaça, peixes gordos como o salmão, bem como nozes e ovos. Pode-se também tomar suplemento de ácidos graxos ômega-3, após consulta ao médico.
2. Vitamina D
A falta de vitamina D é associada tanto com a depressão quanto com a
demência e o autismo. Esta vitamina ajuda na produção de serotonina, o
hormônio do cérebro associado com o humor e a sensação de felicidade. Um
nível adequado de serotonina ajuda a prevenir e curar a depressão leve.
Além disso, a vitamina D é importante para o sistema imune e para a
saúde dos ossos.
Um estudo de 2010, publicado no Journal of Mental Health Nursing,
observa que a deficiência de vitamina D é comum entre os idosos,
adolescentes, indivíduos obesos e pessoas com doenças crônicas. Essas
pessoas, portanto, têm maior risco de depressão. Outro estudo, publicado
em 2014 pela Medical Hypotheses, relata uma ligação entre o distúrbio
afetivo sazonal (SAD) e a falta de luz solar. Os pesquisadores destacam
que a vitamina D participa da síntese da serotonina e da dopamina no
cérebro, fator associado à depressão e, portanto, à sua cura.
Como obter vitamina D:
Passar mais tempo ao sol ajuda o corpo a obter mais vitamina D. Pode-se também tomar suplementos de vitamina D, após consulta ao médico.
3. Magnésio
O magnésio é outro nutriente importante cuja falta pode levar à
depressão. Ele ajuda a ativar as enzimas necessárias para a produção da
serotonina e da dopamina, além de influenciar vários sistemas associados
com o desenvolvimento da depressão. O magnésio ainda mantém os ossos
saudáveis e reduz a ansiedade e a pressão sanguínea.
Um estudo de 2006, publicado na Medical Hypotheses, observou que a
deficiência de magnésio está entre as principais causas de depressão
maior e de problemas de saúde mental, incluindo a perda de QI. Outro
estudo, publicado em 2013 na Pharmacological Reports, lança luz sobre o
efeito benéfico do magnésio no tratamento da depressão.
Como obter magnésio:
Para evitar a deficiência de magnésio, é recomendado comer alimentos ricos nesse nutriente, como algas,
amêndoas, abacate, banana, feijão, sementes de abóbora, tofu, leite de
soja, cereais integrais e vegetais de folhas verdes. Além disso, é necessário evitar o consumo excessivo de álcool, sal, café e açúcar, pois eles podem reduzir o nível de magnésio.
4. Zinco
O zinco é outro micronutriente essencial para ajudar a reduzir o
risco de depressão, graças ao seu papel-chave nas funções neuronais. Ele
aumenta a produção dos neurotransmissores e seu funcionamento, além de
estar envolvido em mais de 250 vias bioquímicas que dão suporte às
funções de diversos órgãos. Um estudo de 2013, publicado na Biological
Psychiatry, observa que a depressão está associada a uma concentração
menor de zinco no sangue periférico.
Como obter zinco:
Essa deficiência pode ser corrigida com a ajuda de alimentos ricos em zinco, tais como carne vermelha, ovos, crustáceos, legumes, nozes, cereais integrais e laticínios. Com orientação médica, também se pode optar por suplementos.
5. Selênio
O selênio é essencial para o funcionamento do cérebro e ajuda a
melhorar o humor e os sintomas depressivos. Além disso, desempenha um
papel fundamental no funcionamento adequado da tiróide.
Um estudo publicado na Complementary Therapies in Medicine, em 2012,
observa que a baixa ingestão de selênio guarda relação com risco de
transtorno depressivo maior. O papel do selênio como antioxidante, de
fato, ajuda na prevenção e no tratamento da depressão. Outro estudo,
publicado em 2015 no Journal of Nutrition, relata que boas concentrações
de selênio estão associadas com baixos sintomas depressivos e com menor
humor negativo entre os jovens adultos.
Como obter selênio:
O selênio pode ser obtido em alimentos como a castanha do Brasil (também conhecida como castanha do Pará), carnes magras, peixes, feijões, ervilhas, ovos, peru, frango e frutos do mar.
6. Vitamina B12
As vitaminas do complexo B são importantes para a saúde em geral,
notadamente para a saúde mental. A vitamina B12, em especial, ajuda na
formação dos glóbulos vermelhos e na manutenção de um sistema nervoso
saudável. Aliás, a sua deficiência pode ser o motivo fundamental para o
desenvolvimento da depressão. A vitamina B12 ajuda ainda a manter mais
baixos os níveis de homocisteína, um subproduto do metabolismo proteico.
Altos níveis de homocisteína aumentam o risco de depressão.
Um estudo de 2009, publicado no Journal of Clinical Psychiatry,
ilustra a importância de se avaliar a deficiência de vitamina B12 em
particular entre as pessoas maiores de 60 anos que sofrem de depressão.
Outro estudo, publicado em 2013 no Open Neurology Journal, enfatiza a
importância da suplementação de vitamina B12 no tratamento do transtorno
depressivo maior. Os pacientes com sintomas depressivos que foram
tratados com suplementação de vitamina B12 e com antidepressivos
mostraram significativa melhora.
Como obter vitamina B12:
Para evitar a carência de vitamina B12, é recomendado comer carnes magras, peixe, aves, ovos, laticínios, leveduras alimentares, cereais enriquecidos e leite de soja. Podem-se ainda tomar suplementos de vitamina B, com orientação médica.
7. Folato
O folato, uma vitamina B solúvel em água, é necessário para a correta
biossíntese dos neurotransmissores serotonina, adrenalina e dopamina. A
falta de ácido fólico na alimentação pode afetar a saúde mental e levar
à depressão. Além disso, um nível baixo de folato no corpo é capaz de
diminuir o efeito de vários fármacos antidepressivos. O folato pode
também ajudar a prevenir defeitos congênitos, doenças do sangue e
tumores. Num estudo de 2008, publicado pela Alternative Medicine Review,
os pesquisadores demonstraram a ligação entre a deficiência de folato e
a depressão. O estudo também dá ênfase ao uso de suplementos de folato
para melhor resposta antidepressiva. Outro estudo, publicado em 2005 no
Journal of Psychopharmacology, sugere que doses orais de ácido fólico (a
forma sintética do folato) e de vitamina B12 deveriam ser usadas para
melhorar os resultados do tratamento da depressão.
Como obter folato:
Alimentos ricos em folato incluem, por exemplo, o chá verde, vegetais de folhas verdes, feijões, legumes e frutas.
8. Vitamina B6
A carência de vitamina B6 também pode levar à depressão e a outros
distúrbios cognitivos. Esse nutriente é necessário para a criação de
neurotransmissores e substâncias químicas cerebrais que influenciam o
humor. Ela ainda ajuda a manter o sistema nervoso saudável e auxilia o
corpo a absorver a vitamina B12, cuja deficiência, assim como a da
própria vitamina B6, também está ligada à depressão.
Como obter vitamina B6:
Entre as boas fontes de vitamina B6 estão a carne vermelha, aves, peixe, legumes, ricota, batatas, bananas, melancia, espinafre e sementes de girassol.
9. Ferro
A deficiência de ferro, um problema comum principalmente entre as
mulheres, também pode causar depressão, além de levar a um número
insuficiente de glóbulos vermelhos. Por sua vez, a insuficiência de
glóbulos vermelhos pode causar fadiga, confusão, perda de apetite,
irritabilidade e outros sintomas depressivos. Um estudo 2013, publicado
na BMC Psychiatry, observa que a anemia associada à deficiência de ferro
é significativamente associada a um risco aumentado de depressão
unipolar e transtorno bipolar, transtorno de ansiedade, déficit de
atenção / hiperatividade (TDAH) e atraso no desenvolvimento geral e
mental entre crianças e adolescentes.
Como obter ferro:
Para aumentar a ingestão de ferro, é recomendado comer alimentos como carne vermelha, soja, beterraba, peixe, farinha de aveia, manteiga de amendoim, espinafre, feijão, romãs e ovos.
No entanto, para aumentar a absorção do ferro pelo corpo, é preciso
consumir, juntamente com ele, também alimentos ricos em vitamina C.
10. Aminoácidos
Os aminoácidos, além de funcionarem como “tijolos” das proteínas, são
precursores de neurotransmissores: o cérebro os usa para fabricar os
neurotransmissores necessários ao seu funcionamento ideal. A deficiência
de aminoácidos pode causar uma série de distúrbios de humor, incluindo a
depressão e a ansiedade. Existem 9 aminoácidos necessários que têm
funções diversas. Por exemplo, o 5-hidroxitriptofano (5-HTP) ajuda a
aumentar os níveis de serotonina no corpo. Já a glutamina promove a
síntese de proteínas e melhora o equilíbrio do nitrogênio. Um estudo
publicado no Journal of Parenteral and Enteral Nutrition observa que os
pacientes tratados com suplementos de glutamina apresentam melhora do
humor.
Como obter aminoácidos:
Como os nove aminoácidos não podem ser produzidos pelo corpo, é
preciso incluir na alimentação boas fontes de aminoácidos, como ovos,
peixe, feijão, sementes e nozes.
Gelsomino Del Guercio
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