quinta-feira, 2 de junho de 2016

MARIA GLORIFICA O SENHOR QUEM N'ELA ATUA.

A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito exulta em Deus meu Salvador. Com estas palavras Maria reconhece, em primeiro lugar, os dons singulares que Lhe foram concedidos e enumera depois os benefícios universais com que Deus favorece continuamente o gênero humano. [...]
Porque fez em mim grandes coisas o Todo-poderoso, e santo é o seu nome. Maria nada atribui aos seus méritos, mas reconhece toda a sua grandeza como dom d’Aquele que, sendo por essência poderoso e grande, costuma transformar os seus fiéis, pequenos e fracos, em fortes e grandes. Logo acrescentou: E santo é o seu nome, para fazer notar aos que a ouviam e mesmo para ensinar a quantos viessem a conhecer as suas palavras, que, pela fé em Deus e pela invocação do seu nome, também eles poderiam participar da santidade divina e da verdadeira salvação, segundo a palavra do Profeta: E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. É precisamente o nome a que Maria se refere ao dizer: E o meu espírito exulta em Deus meu Salvador. 

Por isso se introduziu na liturgia da santa Igreja o costume, belo e salutar, de cantarem todos este hino de Maria na salmodia vespertina, para que o espírito dos fiéis, ao recordar assiduamente o mistério da Encarnação do Senhor, se entregue com generosidade ao serviço divino e, lembrando-se constantemente dos exemplos da Mãe de Deus, se confirme na verdadeira santidade. E pareceu muito oportuno que isto se fizesse na hora de Vésperas, para que a nossa mente, fatigada e distraída ao longo do dia com pensamentos diversos, encontre o recolhimento e a paz de espírito ao aproximar-se o tempo de descanso.
 
 
 
 
 
 
 
Das homilias de São Beda Venerável, presbítero
(L. I, 4: CCL 122, 25-26. 30) (Sec VIII)

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