quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

"VAI CHAMAR-SE FILHO DO ALTÍSSIMO [...] E REINARÁ ETERNAMENTE"



 

S. Lucas 1,26-38.
Naquele tempo, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um homem chamado José, da casa de David; e o nome da virgem era Maria.
Ao entrar em casa dela, o anjo disse-lhe: «Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo.»

Ao ouvir estas palavras, ela perturbou-se e inquiria de si própria o que significava tal saudação.

Disse-lhe o anjo: «Maria, não temas, pois achaste graça diante de Deus.

Hás-de conceber no teu seio e dar à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus.

Será grande e vai chamar-se Filho do Altíssimo. O Senhor Deus vai dar-lhe o trono de seu pai David,reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim.»

Maria disse ao anjo: «Como será isso, se eu não conheço homem?»

O anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo estenderá sobre ti a sua sombra. Por isso, aquele que vai nascer é Santo e será chamado Filho de Deus.

Também a tua parente Isabel concebeu um filho na sua velhice e já está no sexto mês, ela, a quem chamavam estéril,porque nada é impossível a Deus.»

Maria disse, então: «Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra.» E o anjo retirou-se de junto dela.

«Vai chamar-Se Filho do Altíssimo [...] e reinará eternamente»
Mostra-Te, doce criança,
Trazida ao mundo por mãe tão casta,
Que deu à luz sem ter conhecido homem;
Mostra-Te, Mediador, em ambas as Tuas naturezas.


Ainda que nascido no tempo, da boca do Pai,
Engendrado pela Sua palavra (Lc 1,38),
Já habitavas no seio do Pai (Jo 1,2)
Ó Sabedoria eterna (1Co 1,24).


Tu és a Sabedoria que tudo criou (Pr 8,27),
Os céus, a luz e todas as coisas.
Tu és o Verbo poderoso que fez o universo (Heb 1,3)
Porque o Verbo é Deus (Jo 1,2).


Tendo ordenado o curso dos séculos
E fixado as leis do universo,
Este artesão do mundo, este construtor,
Permaneceu no seio do Pai.


Mas, quando se cumpriu o tempo,
Passados milhões de anos,
Desceste a visitar
Este mundo há muito pecador. [...]


Cristo não suportava a queda
Dos povos que se perdiam;
Não podia aceitar que a obra do Pai
Se dissolvesse em nada.


Revestiu-Se de um corpo mortal
A fim de que a ressurreição da nossa carne
Quebrasse as cadeias da morte
E nos conduzisse ao Pai. [...]


Não sentes, ó nobre Virgem,
Apesar dos dolorosos pressentimentos,
Que esse glorioso nascimento
Faz aumentar o brilho da tua virgindade?


Teu seio puríssimo contém o fruto bendito
Que encherá de alegria toda a criatura.
Por ti nascerá um mundo novo,
Aurora de um dia brilhante como o ouro.





Prudêncio (348-após 405), poeta em Espanha
«Emerge, dulcis pusio», extracto do hino de Natal «Quid est quod artum circulum»

A

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