domingo, 2 de janeiro de 2011

SOLENIDADE DA EPIFANIA DO SENHOR.


LEITURA I –
Is 60,1-6
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 71 (72)
LEITURA II – Ef 3,2-3a.5-6
EVANGELHO – Mt 2,1-12


A liturgia deste domingo celebra a manifestação de Jesus a todos os homens…

Ele é uma “luz” que se acende na noite do mundo e atrai a si todos os povos da terra.

Cumprindo o projeto libertador que o Pai nos queria oferecer, essa “luz” encarnou na nossa história, iluminou os caminhos dos homens, conduziu-os ao encontro da salvação, da vida definitiva.

A primeira leitura anuncia a chegada da luz salvadora de Deus, que transfigurará Jerusalém e que atrairá à cidade de Deus povos de todo o mundo.

No Evangelho, vemos a concretização dessa promessa: ao encontro de Jesus vêm os “magos” do oriente, representantes de todos os povos da terra… Atentos aos sinais da chegada do Messias, procuram-n’O com esperança até O encontrar, reconhecem n’Ele a “salvação de Deus” e aceitam-n’O como “o Senhor”.

A salvação rejeitada pelos habitantes de Jerusalém torna-se agora um dom que Deus oferece a todos os homens, sem exceção.

Os “magos” são apresentados como os “homens dos sinais”, que sabem ver na “estrela” o sinal da chegada da libertação… Somos pessoas atentas aos “sinais” – isto é, somos capazes de ler os acontecimentos da nossa história e da nossa vida à luz de Deus? Procuramos perceber nos “sinais” que aparecem no nosso caminho a vontade de Deus?

Impressiona também, no relato de Mateus, a “desinstalação” dos “magos”: viram a “estrela”, deixaram tudo, arriscaram tudo e vieram procurar Jesus. Somos capazes da mesma atitude de desinstalação, ou estamos demasiado agarrados ao nosso sofá, ao nosso colchão especial, à nossa televisão, à nossa aparelhagem? Somos capazes de deixar tudo para responder aos apelos que Jesus nos faz através dos irmãos?

Os “magos” representam os homens de todo o mundo que vão ao encontro de Cristo, que acolhem a proposta libertadora que Ele traz e que se prostram diante d’Ele. É a imagem da Igreja – essa família de irmãos, constituída por gente de muitas cores e raças, que aderem a Jesus e que O reconhecem como o seu Senhor. Nos passos dos Magos… Como os Magos, ponhamo-nos a caminho. Não sabemos exatamente o que será a aventura. Tenhamos confiança.

Como eles, ergamos os olhos. A luz vem de Deus, deixemo-nos iluminar. Como eles, procuremos, não tenhamos demasiadas certezas. Tenhamos somente convicções, descubramos os sinais de uma presença. Como eles, ofereçamos presentes: o da oração, o do respeito de todo o homem.

Procuremos agradar a Deus e aos irmãos. Como eles, aceitemos começar um novo caminho.

Deixemo-nos interpelar por Deus e pelo seu Evangelho, pelos homens e mulheres deste tempo.

A segunda leitura apresenta o projeto salvador de Deus como uma realidade que vai atingir toda a humanidade, juntando judeus e pagãos numa mesma comunidade de irmãos – a comunidade de Jesus. Estamos dispostos a aceitar que essa “luz” nos liberte das trevas do egoísmo, do orgulho e do pecado? Será que, através de nós, essa “luz” atinge o mundo e o coração dos nossos irmãos e transforma tudo numa nova realidade?

O tema mais importante da Carta aos Efésios é aquilo que o autor chama “o mistério”: trata-se do projeto salvador de Deus, definido e elaborado desde sempre, escondido durante séculos, revelado e concretizado plenamente em Jesus, comunicado aos apóstolos e, nos “últimos tempos”, tornado presente no mundo pela Igreja.
Destinatários, todos, do mistério, somos “filhos de Deus” e irmãos uns dos outros. Essa fraternidade implica o amor sem limites, a partilha, a solidariedade… Sentimo-nos solidários com todos os irmãos que partilham conosco esta vasta casa que é o mundo? Sentimo-nos responsáveis pela sorte de todos os nossos irmãos, mesmo aqueles que estão separados de nós pela geografia, pela diversidade de culturas e de raças?
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BILHETE DE EVANGELHO.
Nos passos dos Magos… Como os Magos, ponhamo-nos a caminho. Não sabemos exatamente o que será a aventura.

Tenhamos confiança. Como eles, ergamos os olhos.

A luz vem de Deus, deixemo-nos iluminar. Como eles, procuremos, não tenhamos demasiadas certezas.

Tenhamos somente convicções, descubramos os sinais de uma presença.

Como eles, ofereçamos presentes: o da oração, o do respeito de todo o homem.

Procuremos agradar a Deus e aos irmãos. Como eles, aceitemos começar um novo caminho.

Deixemo-nos interpelar por Deus e pelo seu Evangelho, pelos homens e mulheres deste tempo.

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No final da primeira leitura:
Deus de luz, erguemos os nossos olhos para Ti, cheios de admiração; nós Te bendizemos, porque a tua glória ergueu-se sobre nós, arrancaste-nos das trevas e colocas-nos de pé, a caminho da nova Jerusalém.
Nós Te pedimos por todos os povos da terra que ainda vivem nas trevas e pelas pessoas que conhecemos e que procuram o fim do túnel.

No final da segunda leitura:
Pai de todos os homens, nós Te bendizemos pela revelação do teu mistério, pela promessa que Tu destinas a todos os povos e pela herança à qual tanta desejas associá-los, na tua luz.
Nós Te pedimos por todos os missionários que partiram para longe a anunciar esta Boa Nova pela palavra e pelos actos.

No final do Evangelho:
Nosso Pai, único rei digno deste nome, nós Te louvamos pelos sinais que nos guiam para Ti e, sobretudo, pelo teu Filho Jesus, estrela que está sempre presente, em todos os instantes das nossas vidas.
Nós Te pedimos pela tua Casa, que é a tua Igreja, e por todas as suas comunidades: que o teu Filho Jesus nos guie, através da nova estrela que é o teu Espírito presente nas nossas vidas.
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PALAVRA EXPLICADA 1: A CASA IGREJA.
O Evangelho da Epifania precisa que os Magos entraram na casa. Esta palavra aparece muitas vezes nos Evangelhos. Jesus entrou em muitas casas. É na casa que Ele celebrou a Última Ceia (Mt 26,18), que Se manifestou aos discípulos e que partiu o pão, em Emaús. É ainda numa casa que os apóstolos receberam o Espírito Santo, no dia de Pentecostes. As primeiras comunidades cristãs reuniam-se nas casas para partir o pão, em Jerusalém, em Corinto, em Troas e noutros lugares (Act 1,3; 2,46; 20,7-12; 1Cor 11,19). Pelas saudações de Paulo, no final das suas cartas, sabemos que os cristãos punham as suas casas à disposição para reunir a Igreja de Deus: Gaio em Corinto (Rom 16,23); Áquila e Prisca em Éfeso (Rom 16,5; 1Cor 16,19). Durante os dois primeiros séculos, os cristãos não tinham outros locais para as suas assembleias dominicais senão as casas particulares. Consideravam-se, em cada localidade, como uma família.

PALAVRA EXPLICADA 2: SÃO GREGÓRIO E O CANTO.
O Papa São Gregório I (590-604) não interveio muito pela criação de instituições litúrgicas, porque tudo estava já organizado. Mas foi um pastor devotado, numa altura em que toda a Itália sofria duras provas. Nos séculos seguintes, o nome de Gregório serviu de referência para valorizar tudo o que vinha de Roma, em particular os livros litúrgicos. Quanto ao canto gregoriano, o seu qualificativo provém de legendas do século IX, que apresentavam o Papa Gregório como o autor dos cantos da missa, que teria composto por inspiração do Espírito Santo. Os pintores e os autores de miniaturas ilustraram a cena, apresentando o Papa na sua sala de trabalho, com a pomba do Espírito Santo perto da orelha. Esta ilustração contribuiu muito pouco para vulgarizar a atribuição do canto gregoriano ao Papa. De fato, no repertório gregoriano, os textos das orações provêm de livros compilados na época carolíngia. As anotações musicais só aparecem nestes livros a partir do século XI. Antes, as melodias eram transmitidas por tradição oral.

PALAVRA PARA O CAMINHO.

Audácia missionária. Assembleias dominicais cada vez mais diminutas… Vocações sacerdotais e religiosas cada vez mais raras…
Não reduzamos a Missão aos nossos problemas!
A Estrela que se levanta na escuridão brilha para todos os povos da terra e convida-nos à audácia missionária.
Que iniciativa poderíamos tomar - em comunidade paroquial, em comunidade religiosa, em equipe litúrgica – para nos abrirmos para além de nós mesmos?


Fonte:pemiliocarlos.blogspot.com

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