Não diminuir a atenção na vivência do amor. Ser vigilante e procurar expandir a força desse amor à nossa volta. Não temos idéia de até onde pode chegar um ato de amor puro, sem interesse e sem pretensões. Ele atinge diretamente o coração das pessoas e se dirige ao infinito para atingir Deus. Só passando através do outro o nosso amor chega a Deus e cumpre toda a sua trajetória.
Às vezes quero desviar a mira desse amor de algumas pessoas, mas se faço assim, este não chegará nunca a Deus. Não posso fazer acepção de pessoas, tenho que amar a todos.
Por isso devo estar sempre atento e vigilante para não diminuir a intensidade desse amor.
O autor da carta traz uma afirmação preciosíssima: “Quem não ama não conheceu sequer Deus, porque Deus é amor”.
Seria o mesmo que dizer, não pode conhecer Deus, porque Deus é amor.
De que impossibilidade se trata? Existem dois tipos de impossibilidade que eu transmitiria aqui didaticamente com dois exemplos.
Primeiro exemplo: Uma criança não pode adquirir um conhecimento universitário, porque não pode queimar etapas na existência; deve por primeiro realizar seu estudo primário, a seguir deve realizar seu estudo secundário e só então ingressar em uma universidade. Esta é apenas uma primeira impossibilidade. Uma impossibilidade real, atual ou presente que pode com o tempo ser vencida. Poderíamos entender esta frese desta maneira, aquele ama o próximo sobe um degrau para a seguir poder amar a Deus.
Segundo exemplo: Uma pessoa anormal, ou desequilibrada jamais poderá ter um conhecimento universitário.
Vejam que os dois exemplos não são iguais. Uma criança não pode no presente, mas poderá no futuro, se ela não queimar etapas, se ela não subir todos os degraus preparatórios ela chegará a ter um conhecimento universitário.
O amor ao próximo seria um degrau para se amar a Deus? Não, o segundo exemplo é que deve ser tomado. O desequilibrado ou anormal, jamais terá a possibilidade de ter qualquer conhecimento universitário na sua existência, e é disto que se trata aqui. Aquele não ama está num tal estado de anormalidade diante de Deus, que é amor, está num tal estado de separação de Deus, está num tal estado de oposição a Deus, que se torna ontologicamente incapaz de amar a Deus.
Sim, aquele que não ama o irmão que vê, não tem nenhuma capacidade de amar Deus que não vê. E isto pelo motivo simples: porque Deus é amor.
Ou se vive no clima, no ambiente do amor, se sente o amor, se percebe o amor, se ama ou se vive no contexto do amor. Vive-se fora disso, e não há nenhuma possibilidade de conhecimento e de amor de Deus.
Com minha pobre benção.
Pe. Emílio Carlos +
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