Ele não era a Luz, mas participava desta Luz; aquilo que brilhava nele e por ele não era dele.
«João não era a Luz, mas dava testemunho da Luz» (Jo 1, 8).
O precursor da Luz não era a Luz.
Então por que se lhe dá o nome da lamparina acesa (Jo 5, 35) e de estrela da manhã?
Ele era uma lamparina acesa, uma lamparina que ilumina, mas o fogo com que ardia não era o seu, a luz com que brilhava não era a sua.
Ele era a estrela da manhã, mas não era a fonte da sua própria luz; era a graça Daquele de Quem ele era o precursor que ardia e resplandecia nele.
Ele não era a Luz, mas participava desta Luz; aquilo que brilhava nele e por ele não era dele. [...]
Com efeito, criatura alguma, por muito dotada de razão ou de inteligência que seja, é luz por si mesma, na sua própria substância; todas participam da Luz única e verdadeira, da Luz substancial que está em todas as coisas que a nossa inteligência vê brilhar.
João Escoto Erígena (?-c. 870), beneditino irlandês
Homilia sobre o Prólogo do Evangelho de João, cap. 16 (a partir da trad. SC 151, p. 281 rev.)
com minha benção sacerdotal
Pe.Emílio Carlos+
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