quarta-feira, 30 de novembro de 2011

PROSELITISMO AGRESSIVO DAS SEITAS.


“Percebe-se, contudo, um certo enfraquecimento da vida cristã no conjunto da sociedade e da própria pertença á Igreja Católica, devido ao proselitismo de numerosas seitas e de novas expressões religiosas”, Papa Bento XVI (1).

O Papa Bento XVI pediu a Igreja Católica do Brasil que não poupe esforços para deter o crescente abandono dos fiéis e enfrentar, por outro lado, a rápida expansão das comunidades evangélicas e neopentecostais. O pedido foi feito durante discurso aos bispos brasileiros, recebidos em Castelgandolfo (a cerca de 30 quilômetros de Roma), na tradicional visita ‘ad limina’, realizada a cada cinco anos pelos representantes eclesiais de cada país.
“É observada um crescente influencia de novos elementos da sociedade, que há poucas dezenas de anos não existiam. Isto provoca um crescente abandono por parte de muitos católicos da vida eclesial ou inclusive a Igreja, enquanto no panorama religioso do Brasil se assiste á rápida expansão das comunidades evangélicas neopentecostais”, explicou o Papa Bento XVI.
Segundo o Papa, este afastamento se deve a “uma evangelização, em nível pessoal, às vezes superficial”.

EMPENHO DA EVANGELIZAÇÃO

“Às vezes, os batizados não são suficientemente evangelizados, por isso são facilmente influenciáveis, já que tem uma fé frágil e frequentemente baseada em uma ingênua devoção”, acrescentou. Por isso, o Papa instou que “a Igreja Católica se empenhe na evangelização e que não economize esforços na busca de católicos que tenham se afastado ou de pessoas que conheçam pouco ou nada da mensagem cristã”. (Ler DA n. 225 d).
O Pontífice explicou que, mediante “do desafio da multiplicação incessante de novos grupos, nos quais ás vezes é feito uso de um proselitismo agressivo”, é necessário reforçar o “dialogo ecumênico”. Em 2007, durante visita ao Brasil, o Papa já havia se queixado do “proselitismo agressivo das seitas”.
“A falta de unidade (entre as igrejas cristãs) mina a credibilidade da mensagem cristã divulgada á sociedade”, destacou Bento XVI. Ele acrescentou que, por isso, o diálogo agora “é mais necessário do que nunca” (2).
“No fiel cumprimento de sua vocação batismal, o discípulo deve levar em consideração os desafios que o mundo de hoje apresenta á Igreja de Jesus, entre outros: o êxodo de fiéis para seitas e outros grupos religiosos” (DA, 185).
“Hoje se faz necessário reabilitar a autêntica apologética que faziam os pais da Igreja como explicação da fé. A apologética não tem por que ser negativa ou meramente defensiva por si. Implica, na verdade, a capacidade de dizer o que está em nossas mentes e corações de forma clara e convincente, como disse São Paulo, fazendo a verdade na caridade (Ef 4,15). Mais do que nunca os discípulos e missionários de Cristo de hoje necessitam de uma apologética renovada para que todos possam ter vida n’Ele (Cristo)” (DA, 229).

Número de Brasileiros Católicos Cai Abaixo dos 70% pela 1ª Vez
De acordo com estudo divulgado pela FGV, evangélicos e pessoas sem religião estão em crescimento no País.

Em 1872, quando a religião no Brasil começou a ser mapeada, quase toda a população brasileira se declarava católica (99,72%). De lá pra cá, muito mudou. Segundo o “Novo Mapa das Religiões”, divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), em 2009 esse percentual caiu para 68,43%, o que representa cerca de 130 milhões de pessoas.
O grupo de evangélicos, no entanto, apresenta uma aceleração no crescimento do número de adeptos – nos primeiros anos da década passada, a subida foi de 16,2% para 17,9%. Em 2009, o salto alcançou o patamar de 20,23%.
Os brasileiros que se declaram sem religião também estão em maior números: o percentual aumentou entre 2003 e 2009 de 5,13% da população do País para 6,72%.
Ainda de acordo com o estudo da FGV, as mulheres são mais religiosas que os homens. No universo feminino, 5% não possuem religião, contra 8,52% dos homens.
A pesquisa também analisou a religiosidade em diferentes níveis escolares. De acordo com o estudo, a religiosidade é menor nos dois extremos estudados: 7,27% daqueles com até três anos de estudo dizem não ter religião, quase o mesmo percentual (7,46%) dos que têm 12 anos de estudo ou mais.

 
 
Pe. Inácio José do Vale
Professor de Historia Igreja
Especialista em Ciência Social da Religião
E-mail:
pe.inacio.jose@gmail.com .

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