Uma das grandes preocupações da Igreja, no seu papel de evangelizar, é despertar nas pessoas, principalmente cristãs, a capacidade de olhar e agir de forma livre e consciente. Nos momentos de decisão, muitos têm sido manipulados, comprados e vendidos, prejudicando a sociedade.
Tendo em vista esta realidade, a Pastoral Fé e Política e as entidades organizadas, devem criar espaço de discussão, de debates, de troca de experiências e manifestação de compromisso em nível de comunidade. Assim, ajudarão a identificar verdadeiras e autênticas lideranças que poderão ter o apoio de todos.
Na verdade, não podemos continuar como está. Estamos preocupados com os legislativos municipais em toda a Região; com o nível de suas autoridades. Elas, em muitos casos, não correspondem à pujança dos municípios. Com isso vemos o privilégio de pessoas e grupos prejudicando a coletividade. Podemos até sentir que os “maus” políticos ficam “abusando” do brio do povo.
Cada dia que passa as coisas ficam piores. O nível, em vez de melhorar, vai caindo vertiginosamente. É lamentável que isto aconteça. Ficamos nos perguntando: onde estão as nossas boas lideranças? Elas não existem mais, ou existem e se escondem na omissão. Elas devem ser acordadas ainda em tempo!
A história passa e urge atitudes concretas de quem está vendo tudo isto. As próximas eleições municipais não demoram a chegar. Será momento de votar de novo. Será que vamos nos deixar levar pelos mesmos erros? É hora de acordar.
A Lei N. 9840, contra a corrupção eleitoral, trouxe alguns relevantes resultados positivos. Pelo menos fez com que candidatos e eleitores agissem com mais cuidado e até diminuindo o nível de corrupção. Apesar dos bons resultados, a Lei não atingiu o auge de seus objetivos. Isto depende da atuação de todos nós.
Agora temos a Lei da Ficha Limpa. É mais um instrumento de ação popular que poderá ser burlada pelas lideranças mal intencionadas. Mas isso não vai acontecer se deixarmos clara a nossa disposição de fiscalizar. Esse instrumento é mais um dado de esperança do povo no sentido de passar a limpo a identidade dos nossos políticos, cobrando deles autenticidade.
Como temos sentido, a melhoria do processo eleitoral e político depende da ação popular. O povo precisa estudar e discutir política com seriedade, não se deixando manipular no momento de ir às urnas. A consciência livre revela a voz de Deus presente nas pessoas.
Alguns dados são importantes. Entre eles está a formação da consciência crítica, da formação política, que é conseguida através dos espaços formativos. Consciência tal em que a pessoa não venda a própria liberdade e sua capacidade de decisão.
Por isto são importantes os fóruns de discussão, de estudo e de formação de critérios. Não basta, apenas, esta preocupação. Temos de identificar candidatos em quem realmente podemos confiar. Não só isto, mas também acompanhá-los em sua gestão.
Não estamos em ano eleitoral, mas o trabalho formativo não pode ficar para os últimos momentos. As verdadeiras escolhas devem começar cedo, com bastante antecedência, para assim errarmos menos.
Enfim, não podemos continuar apáticos politicamente. Isto vem acontecendo ultimamente entre nós. Não nos deixemos influenciar por maus políticos. Vamos trabalhar para fazer jus a esperança que ainda nos resta.
Enfim, não podemos continuar apáticos politicamente. Isto vem acontecendo ultimamente entre nós. Não nos deixemos influenciar por maus políticos. Vamos trabalhar para fazer jus a esperança que ainda nos resta.
Dom Paulo Mendes Peixoto
Bispo de São José do Rio
Bispo de São José do Rio
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