Pedro Ravazzano
Até quando a esquerda estudantil vai continuar dominando toda a estrutura universitária do Brasil? O que ocorreu na USP é uma realidade possível e presente em grande parte das instituições públicas de ensino superior. Entretanto, enquanto os jovens se encontram embriagados com as mais estapafúrdias ideologias, os seus pais preferem acreditar que tudo não passa de um momento da juventude, de que é inexistente em nosso país o espírito marxista revolucionário de outrora.
Os jovens vivem ideologias, isto é, a segunda realidade que pressupõe a deformação do mundo concreto e real. Obviamente falar de “mundo” e “realidade” é quase um contra-senso se sabemos que, em sua grande maioria, estes estudantes bebem da fonte dos clichês e chavões repetidos ad infinitum. Qualquer brasileiro semi-alfabetizado pode em menos de três minutos reproduzir uma sentença “revolucionária” apenas com a montagem de alguma oração que contenha palavras como “opressão”, “burguesia”, “estruturas de poder”, “alienação”, “repressão”, “elites” e, obviamente, muitos adjetivos bem degradantes. Não há necessidade de lógica e nem de coesão, afinal estes parâmetros emanam de concepções filosóficas produzidas pelas classes dominantes.
Como bem sabia Popper o marxismo chega ao ápice da impossibilidade de ser falsificado, já que tudo se encontra dentro da dinâmica interna que, como também compreendeu Von Mises, parte da bizarra idéia polilógica. Se tudo é fruto da estrutura burguesa, desde instituições até a razão e a realidade, tudo é passível de ser destruído. O que aconteceu na USP é extremamente normal se olhamos o contexto completo, ou seja, a influência de pensamentos nefastos, a crise da razão, a ascensão da mentalidade positivista e dos princípios marxistas etc.
Entretanto o circo uspiano já ultrapassou o limite da ridicularidade dos próprios esquerdistas. Se alguém aparecesse com a idéia de que tudo fora orquestrado pelos “tucanos golpistas” para debochar da esquerda estudantil eu até acharia mais lógico e sensato. Mas tendo em vista que a lógica e a sensatez faltam aos montes por essas bandas, é realmente um verdadeiro estudante indignado aquele que aparece na televisão dizendo que quer o direito de fumar o seu “cigarrinho” e que a PM – que reduziu o índice de criminalidade na Cidade Universitária – é o cão da “elite”. E, do mesmo modo, tais jovens de fato apelam para as leis do estado democrático de direito – sim, o mesmo estado “burguês e elitista” que mantém a “satânica” polícia militar – buscando resguardar os seus direitos de cidadãos.
blogcamradelio
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