sexta-feira, 4 de março de 2011

ONDE OS JOVENS BUSCAM A FELICIDADE?


- "Os jovens e a felicidade. Onde a buscam? Onde a encontram". A estas perguntas responde o sociólogo Javier Elzo em seu novo livro.

O catedrático da Universidade de Deusto afirma que os jovens espanhóis do século XXI relacionam a felicidade «com a adoção de valores altruístas e com a rejeição dos comportamentos que não são cívicos».

Em seu livro "Os jovens e a felicidade", recém-publicado pela editora PPC, é analisado "até onde os jovens estão contentes com sua vida, o que mais lhes agrada, se eles se cansam ou não, em uma palavra, se são ou não felizes", segundo assinalou seu autor na apresentação do volume enviado em um comunicado de imprensa.

Elzo realizou um importante trabalho de recopilação de dados de diversos estudos e pesquisas realizados durante os últimos seis anos, e levou a cabo uma análise em profundidade do significado destes dados com o fio condutor da felicidade.

O autor destacou entre as conclusões do estudo que «os jovens que somente pensam em festas, bebem e consomem drogas até que o corpo ou o bolso agüente estão manifestamente menos contentes com suas vidas que os jovens que sabem aliar os momentos de festa com o trabalho, o estudo, o esporte ou, simplesmente, a vida cotidiana do dia seguinte».

Neste sentido, sublinhou que «entediam menos porque o sentido de sua vida está muito além da mera aventura sem limites. Mas cuidado! Um jovem que não se relaciona com amigos, vive retraído e fechado em seu mundo, ainda que não fume, nem beba, nem use droga alguma, não é tampouco um jovem feliz, em absoluto. Também -- acrescentou -- fatores como pensar no futuro e preparar-se para isso, ter o dinheiro controlado no bolso, boas relações em casa, bons amigos (não somente companheiros) e não ter necessidade dos chats para estar com desconhecidos, assim como uma aceitação crítica das instituições, também se correlacionam positivamente com a felicidade. Como o fato de ser mulher».

Conclui o livro sustentando que "a idéia socrática de felicidade aliada à virtude e à justiça, e a quinta-essência do cristianismo como caridade..., no final, parece ser, inclusive empiricamente falando, o mais certeiro, o que, em maior grau, explica que uns sejam mais felizes que outros".

Por outra parte, Javier Elzo destacou na apresentação que o tema da felicidade foi objeto de análise "só de forma muito parcial e fragmentada nos estudos sobre jovens que se editaram até agora na Espanha".

A partir da publicação do Informe da Fundação SM "Jovens espanhóis 2005", do qual Elzo também é autor, surgiu-lhe a oportunidade de aprofundar neste ponto "em um Curso de Verão do ano 2005 da Universidade Menéndez Pelayo, em Valência. Apresentei alguns esboços e imediatamente depois me pus a trabalhar neste livro, “Os jovens e a felicidade”. Percorri, em detalhe, o publicado nos últimos seis anos e, de forma especial, aprofundei mediante novas análises (em especial, uma tipologia inédita) no estudo “Jovens Espanhóis 2005”.

«No novo livro -- acrescentou -- apresentei um “Índice Subjetivo de Felicidade Juvenil”, que me permita dizer quem se diz mais feliz e que fatores são os que, em maior grau, os levam à felicidade. Insisto que busquei indicadores subjetivos de felicidade, pois não sou eu, o autor, quem ao final dirá quem são mais ou menos felizes, senão os próprios jovens.»

Para definir os jovens espanhóis de hoje, Javier Elzo sublinha que estes, «especialmente os de menor idade, têm mais recursos que juventude alguma teve antes, mas lhes falta, em muitos casos (ainda que felizmente não se possa nem deva generalizar) o essencial: pais que tenham tempo para estar com eles».

Neste sentido, enfatiza que este deve ser "um tempo de qualidade", já que em sua opinião «o acúmulo de normas e proibições aos hábitos dos jovens» não é a solução para seus conflitos, mas que é "a ajuda à educação no seio da família (não as creches ou aos assistentes do lar), que deve ser potenciada, para que educar os filhos não suponha uma discriminação trabalhista aos pais, o que, sejamos claros, quer dizer discriminação às mães".


Realizado pelo sociólogo Javier Elzo
Shalom Maná, estudo Realizado pelo sociólogo Javier Elzo

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