quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O POVO SE PERDE POR FALTA DE CONHECIMENTO.

 
"O meu povo se perde por falta de conhecimento." (Os 4,6)
A falta de conhecimento torna-nos presas fáceis do inimigo. Associada à simplicidade e boa fé de nossa gente, a falta de conhecimento tem deixado abertas as portas para que mercenários entrem em nosso redil e devorem as ovelhas de Cristo (cf. Jo 10,13). É preciso permanecer em estado de alerta, pois “o ladrão não vem senão para furtar, matar e destruir.” (Jo 10,10).
Usando das atribuições que me foram conferidas de colaborador na formação do povo de Deus, venho alertar para uma realidade emergente e preocupante. Circula no âmbito carismático de nosso Estado, uma proposta de participação em marketing multinível, com possibilidades de obtenção de altos e rápidos lucros financeiros, por meio de recrutamento de pessoas.


Informados de que pessoas inseridas no Movimento estão realizando reuniões a fim de apresentarem a proposta e recrutar pessoas, percebemos a necessidade de alertar para os seguintes pontos:
  • O Marketing Multinível (MMN) é uma atividade legal, aprovada pelas normas da Legislação Comercial Brasileira e Mundial.
  • No entanto, diversas empresas de MMN funcionam como um sistema de "pirâmide camuflado ou disfarçado”. O sistema "pirâmide" é ilegal (Lei nº 1521, inciso IX do 2º artigo, do ano 1951). Trata-se de um modelo comercial não-sustentável que envolve basicamente a permuta de dinheiro, pelo recrutamento de outras pessoas para o esquema sem que qualquer serviço ou produto seja entregue. Para “camuflar” o esquema pirâmide, algumas empresas adotam “um produto” (planos de previdência privada, seguro de vida, clube de descontos, sistema de telefonia Voip, propaganda pela internet etc), porém o foco é o recrutamento de pessoas com um sistema piramidal enrustido.
  • Além do mais, embora os recrutadores apresentem testemunhos de pessoas que se tornaram milionários com essa atividade, é matematicamente comprovado que se trata de enganação. Somente quem está no topo da pirâmide é quem lucra.

A partir do fato de que alguns entre nós, infelizmente, têm sido facilmente recrutados por estas organizações e vindo a tornar-se, posteriormente, recrutadores de outras pessoas dentro da RCC, sentimos que é nosso dever dar essas orientações, a fim de que não sejamos presas fáceis desse tipo de enganação.
Apresentamos a seguir algumas características que podem ajudar na percepção dessas “pirâmides camufladas ou disfarçadas”:
  • Cobrança de uma taxa de adesão ou investimento inicial.
    • Normalmente isto é feito no início, sob certa “pressão psicológica” dos recrutadores que usam frases como “você não pode perder esta oportunidade, ela é única e pode não se repetir...”, “você vai ganhar sem precisar de grande esforço” etc.
  • Se não existe um produto ou serviço real, ou o produto e serviço vendido tem um valor acima do preço de mercado;
  • Se a empresa não oferece informações claras sobre o negócio, antes do pagamento de alguma taxa ou compra de algum produto ou serviço;
  • Se os afiliados forem recompensados principalmente pelo recrutamento de novos afiliados e não pelas vendas diretas realizadas;
  • Se forem cobradas altas taxas pelo treinamento de afiliados;
  • Se for incentivada a compra de grandes quantidades de produtos para que os afiliados subam nos planos de carreira, criando assim um estoque que dificilmente conseguirão vender;
  • Se for pedida uma pequena quantia em dinheiro com a promessa de uma grande recompensa no futuro, sem que você faça nenhum esforço (círculo de doações).
  • Vejam este link e leiam diversos artigos denunciando este modelo de atividade (http://industriadadecepcao.wordpress.com/)
Além das questões objetivas acima apresentadas, é importante relembrarmos os princípios básicos do Evangelho. “Não podeis servir a Deus e ao dinheiro.” (Lucas 16, 13). Estranhamente, algumas pessoas envolvidas, a fim de recrutarem membros no Movimento, tentam persuadir com um falso discurso de que isso poderia “beneficiar a evangelização”, pois além de se obter altos lucros e poder aplica-los à evangelização, a pessoa ficaria com o tempo mais livre e, portanto, disponível para evangelizar. É preciso estar alerta. No encontro de Puebla, em 1979, assim diziam os Bispos latino-americanos: “Os bens da terra se convertem em ídolo e em sério obstáculo para o Reino de Deus, quando o homem concentra toda a sua atenção em tê-los ou cobiçá-los. Então eles se tornam absolutos.”
Exortamos a todos os membros da RCC nacional, para que se mantenham atentos a essa prática, a fim de não permitirem que os filhos de Deus continuem sendo enganados e usados para o enriquecimento ilícito de verdadeiros “mercenários”, “lobos” que procuram seduzir as pessoas simples e de boa fé.







Rogério Soares
Coordenador Estadual RCC SP

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