sexta-feira, 22 de outubro de 2010

LITURGIA DIÁRIA - OS SINAIS DOS TEMPOS


Primeira Leitura: Efésios 4, 1-6

Leitura da carta de São Paulo aos Efésios - Irmãos, 1Exorto-vos, pois, - prisioneiro que sou pela causa do Senhor -, que leveis uma vida digna da vocação à qual fostes chamados, 2com toda a humildade e amabilidade, com grandeza de alma, suportando-vos mutuamente com caridade. 3Sede solícitos em conservar a unidade do Espírito no vínculo da paz. 4Sede um só corpo e um só espírito, assim como fostes chamados pela vossa vocação a uma só esperança. 5Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo. 6Há um só Deus e Pai de todos, que atua acima de todos, por todos e em todos. - Palavra do Senhor.

Evangelho: Lucas 12, 54-59

54Dizia ainda ao povo: Quando vedes levantar-se uma nuvem no poente, logo dizeis: Aí vem chuva. E assim sucede. 55Quando vedes soprar o vento do sul, dizeis: Haverá calor. E assim acontece. 56Hipócritas! Sabeis distinguir os aspectos do céu e da terra; como, pois, não sabeis reconhecer o tempo presente? 57Por que também não julgais por vós mesmos o que é justo? 58Ora, quando fores com o teu adversário ao magistrado, faze o possível para entrar em acordo com ele pelo caminho, a fim de que ele te não arraste ao juiz, e o juiz te entregue ao executor, e o executor te ponha na prisão. 59Digo-te: não sairás dali, até pagares o último centavo. - Palavra da salvação.

Jesus censura no Evangelho de hoje os homens que se julgavam possuidores de toda a ciência e conhecimento na interpretação dos fenómenos naturais e não conseguiam ver a necessidade do próximo. Aquele com quem cruzavam todos os dias. E mais não os seus olhos estavam fechados o ponto de não enxergarem o grande sinal dos últimos temos. Jesus Cristo presente entre eles.
Depois aponta-lhes aquele que os vai acusar diante do tribunal não terreste mas sim celeste. E antes que isso aconteça é preciso fazer as pazes.

Tu me poderias pergutar. E quem é o acusador dos homens? Quem os vai acusar?

É o ensino do mestre que nos chama a atenção. Eu quero misericórdia e não sacrifícios.
A misericórdia é complemento da doçura, porque aquele que não é misericordioso não sabe ser brando e pacífico; ela consiste no esquecimento e no perdão das ofensas. O ódio e o rancor denotam uma alma sem elevação, sem grandeza, o esquecimento das ofensas é próprio da alma elevada que está acima dos insultos que se lhe pode dirigir; uma é sempre ansiosa, de uma suscetibilidade desconfiada e cheia de fel; a outra é calma, cheia de mansidão e de caridade.

Ai daquele que diz: “Eu nunca perdoarei”, porque se não for condenado pelos homens, se-lo-á por Deus; com que direito reclamará o perdão das suas próprias faltas se ele mesmo não perdoa os dos outros? Jesus nos ensina que a misericórdia não deve ter limites, quando diz para perdoar ao irmão não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes.
Mas há duas maneiras bem diferentes de perdoar; uma grande, nobre, verdadeiramente generosa, sem segunda intenção, que poupa com delicadeza o amor-próprio e a suscetibilidade do adversário, tivesse mesmo este último toda a culpa. A segunda, pela qual o ofendido, ou aquele que acredita sê-lo, impõe ao outro condições humilhantes, e faz sentir o peso de um perdão que irrita, em lugar de aclamar; se estende a mão, não é com benevolência, mas com ostentação, a fim de poder dizer a todo mundo: “Vejam quanto sou generoso!”

Em tais circunstâncias, é impossível que a reconciliação seja sincera de parte a parte. Não, nisso não há generosidade, mas um modo de satisfazer o orgulho, Em toda contenda, aquele que se mostre mais conciliador, que prove mais desinteresse, caridade e verdadeira grandeza de alma, conquistará sempre a simpatia das pessoas imparciais.
Há na prática do perdão, e na do bem em geral, mais que um efeito moral, há também um efeito material.
De fato, o ato de perdoar é algo transcendental, além de imprescindível, porquanto para que sejamos perdoados é necessário que perdoemos. Não está o Pai Eterno a nos perdoar constantemente? Tomando-se por base esse ensinamento evangélico, ensinado e exemplificado pelo Divino Mestre Jesus Cristo, aprendamos, por conseguinte, a não permitir que mágoas, ofensas, prejuízos de qualquer espécie nos causem aborrecimentos, desilusões etc. Temos na figura incomparável de Nosso Senhor Jesus Cristo o exemplo máximo de perdão: Pai perdoa-lhes porque não sabem o que fazem!
Pe Bantu

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