sexta-feira, 12 de abril de 2013

LITURGIA DIÁRIA - REPARTIR NOSSO 'PÃO" E NOSSO 'PEIXE".


Primeira Leitura: Atos dos Apóstolos 5, 34-42

II SEMANA DA PÁSCOA
(branco - ofício do dia)

Leitura dos Atos dos Apóstolos - Naqueles dias, 34Levantou-se, porém, um membro do Grande Conselho. Era Gamaliel, um fariseu, doutor da lei, respeitado por todo o povo. 35Mandou que se retirassem aqueles homens por um momento, e então lhes disse: Homens de Israel, considerai bem o que ides fazer com estes homens. 36Faz algum tempo apareceu um certo Teudas, que se considerava um grande homem. A ele se associaram cerca de quatrocentos homens: foi morto e todos os seus partidários foram dispersados e reduzidos a nada. 37Depois deste, levantou-se Judas, o galileu, nos dias do recenseamento, e arrastou o povo consigo, mas também ele pereceu e todos quantos o seguiam foram dispersados. 38Agora, pois, eu vos aconselho: não vos metais com estes homens. Deixai-os! Se o seu projeto ou a sua obra provém de homens, por si mesma se destruirá; 39mas se provier de Deus, não podereis desfazê-la. Vós vos arriscaríeis a entrar em luta contra o próprio Deus. Aceitaram o seu conselho. 40Chamaram os apóstolos e mandaram açoitá-los. Ordenaram-lhes então que não pregassem mais em nome de Jesus, e os soltaram. 41Eles saíram da sala do Grande Conselho, cheios de alegria, por terem sido achados dignos de sofrer afrontas pelo nome de Jesus. 42E todos os dias não cessavam de ensinar e de pregar o Evangelho de Jesus Cristo no templo e pelas casas. - Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial(26)

REFRÃO: Ao Senhor eu peço apenas uma coisa: habitar no santuário do Senhor.

1. O Senhor é minha luz e salvação; de quem eu terei medo? O Senhor é a proteção da minha vida; perante quem eu temerei? -R.

2. Ao Senhor eu peço apenas uma coisa, e é só isto que eu desejo: habitar no santuário do Senhor por toda a minha vida; saborear a suavidade do Senhor e contemplá-lo no seu templo. -R.

3. Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver na terra dos viventes. Espera no Senhor e tem coragem, espera no Senhor! -R.


Evangelho: João 6, 1-15

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João - Naquele tempo, 1Depois disso, atravessou Jesus o lago da Galiléia (que é o de Tiberíades.) 2Seguia-o uma grande multidão, porque via os milagres que fazia em beneficio dos enfermos. 3Jesus subiu a um monte e ali se sentou com seus discípulos. 4Aproximava-se a Páscoa, festa dos judeus. 5Jesus levantou os olhos sobre aquela grande multidão que vinha ter com ele e disse a Filipe: Onde compraremos pão para que todos estes tenham o que comer? 6Falava assim para o experimentar, pois bem sabia o que havia de fazer. 7Filipe respondeu-lhe: Duzentos denários de pão não lhes bastam, para que cada um receba um pedaço.
 8Um dos seus discípulos, chamado André, irmão de Simão Pedro, disse-lhe: 9Está aqui um menino que tem cinco pães de cevada e dois peixes... mas que é isto para tanta gente? 10Disse Jesus: Fazei-os assentar. Ora, havia naquele lugar muita relva. Sentaram-se aqueles homens em número de uns cinco mil. 11Jesus tomou os pães e rendeu graças. Em seguida, distribuiu-os às pessoas que estavam sentadas, e igualmente dos peixes lhes deu quanto queriam. 12Estando eles saciados, disse aos discípulos: Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca. 13Eles os recolheram e, dos pedaços dos cinco pães de cevada que sobraram, encheram doze cestos. 14É vista desse milagre de Jesus, aquela gente dizia: Este é verdadeiramente o profeta que há de vir ao mundo. 15Jesus, percebendo que queriam arrebatá-lo e fazê-lo rei, tornou a retirar-se sozinho para o monte. - Palavra da salvação.



 Homilia - Pe Bantu

Evangelho da encarnação, da Palavra que se fez carne, de Deus que se fez gente! É assim que pode ser chamado o Evangelho segundo João. Ele é o que mais aprofunda a transparência divina das realidades humanas. Cada uma dessas realidades, tocadas por Jesus, se transforma em sinal: são sinais da sua glória, como o foi a água transformada em vinho, em Caná; como o foi ainda a água, pedida e oferecida à samaritana, junto ao poço de Jacó; como o foi o paralítico curado à beira da piscina de Betesda, ou o cego de nascença, na fonte de Siloé; ou como os cinco pães, multiplicados para a multidão, nas colinas da Galiléia. São sinais que tantos viram, tantos presenciaram, mas não entenderam. E não entenderam porque não creram, não abriram o coração à fé.
Começando hoje o capítulo 6, João aborda um fato notório na vida pública de Jesus: o milagre da multiplicação dos pães, narrado também pelos outros evangelistas. Diferentemente de Marcos e Mateus João não apenas narra o episódio, mas reflete longamente sobre o seu significado, exatamente, a sua transparência.

No Evangelho de João, na narrativa da última ceia de Jesus em Jerusalém, não há menção à partilha eucarística do pão. A grande ação de Jesus nesta ceia é a de lavar os pés dos discípulos, como exemplo de serviço. Ele apresenta a eucaristia neste episódio da partilha do pão. A mesa da refeição tem lugar na montanha, onde Deus dá os dez mandamentos a Moisés. É o seu novo mandamento, mandamento da partilha, do amor. A figura destaque é um menino, com cinco pães de cevada e dois peixes. Jesus dá graças pela partilha, e ela acontece a partir dos mais humildes. 

Dentre muitos apectos que poderia salientar está a prática da caridade da partilha. Jesus nos ensina que a vida é partilha, é um dom que deve ser fomentado. Alias costuma dizer-se que o pouco partilhado chega para todos. Assim, aconteceu com o milagre da multiplicação. Todos comeram e ficaram saceados. Sem medo de errar ouso afirmar que o milagre só aconteceu porque Jesus tinha em mente o espírito de não despedir o povo com fome, mas sim o de com eles e para eles repartir o pão. Assim você meu irmão. Se não aprender a partilhar com os sem pão, sem roupa sem teto, não terá a verdadeira a alegria de viver no seu dia a dia e nada conseguirá para a verdadeira saciedade. Alías o próprio Jesus diz: há mais alegria em dar do que em receber. 

Sem excluir a ação do milagre da multiplicação vejo que a caridade foi um fator primordial na multiplicação dos pães.

Jesus mandou que se formassem grupos e se sentassem porque sabia de algo básico do ser humano: a maioria das pessoas não consegue comer vendo outra pessoa passando fome na sua frente. Imagine você dentro de desse grupo, com comida na sua bolsa. A maioria das pessoas com fome. Você, comeria sozinho ou dividiria uma parte da sua comida com as pessoas mais próximas? Se sim estás de parabéns. E se não for, é hora de rever seus conceitos. Deus deu a você o que tem para partilhar com os seus irmãos e irmãs. Decida-se, a vida é partilha e doação, é gração

A multiplicação dos pães não é questão do bla, bla. É na realidade uma questão de Fé! Veja que no Evangelho embora não apareca podemos imaginar a reação dos discípulos quando Jesus mandou que trouxessem os 5 pães e 2 peixes até Ele, na intenção de alimentar aquela multidão de 5 mil homens. Para quem não entende o que é fé, poderia duvidar e dizer será que isso vai dar certo? Mas Jesus como em todos os milagres, Jesus fez a parte d’Ele, e deixou que cada pessoa na multidão também fizesse a sua parte. Essa é a sua vez. Quando todos ao seu redor dizem que aquilo em que você acredita não existe, é preciso que você não desfaleça, vá e aguente firme. Acredite que com Jesus e pela força da oração tudo pode ser mudado. Se a fé de Jesus fosse fraca, Ele nem teria tentado repartir os pães e peixes.
Somos você e eu convidados a viver a eucaristia como partilha concreta da vida na certeza de que com Cristo em Cristo e para Cristo nada é impossível. Por hoje, que saibamos repartir o nosso “pão” e nosso “peixe” com quem está do nosso lado passando fome quem física quer espiritual.

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