quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

MULHER GRÁVIDA, SACRÁRIO VIVO.

Lá vai passando a mulher grávida. Sua barriga é como um sacrário. Lá dentro se esconde uma vida. Será que ela está feliz? Pergunto-me. Olho para ela e posso perceber pelo seu semblante e gestos, se o que ela traz dentro de si é algo importante ou não. Os olhos são o termômetro do coração. E os sentimentos são a revelação da escolha. Se ela sente dor ou amor, isso depende de como aconteceu. Foi uma aventura ou foi por acaso? Um ato de amor ou desamor? Um teste ou asneira? Loucura ou brincadeira?

Ser mãe é um assumir um compromisso com o Amor. Com o Amor não se brinca, pois as conseqüências da brincadeira deixam seqüelas e feridas enraizadas no inconsciente familiar e coletivo por várias gerações e ninguém tem o direito, por vingança ou por tentar reparar uma decisão mal tomada, de estragar a beleza que é o direito do outro ser feliz.

La vai passando outra mulher grávida. Sua barriga é como um sacrário. A mãe está triste, afobada, apressada... Parece que está escondendo algo, que carrega um peso... Tem um ar de “não agüento mais”. Pede a “essa coisa” para sair logo e parar de mexer. Seu ar é de sofrimento.

Na condução dou lugar a uma mulher grávida. Ela está feliz, radiante, e demonstra a todos o seu ar de felicidade. Olha, sorri, passa a mão na sua barriga (que é tal como um sacrário vivo). Ela tem um ar de delicadeza. Conversa com o bebê quando você, meu lindo, vai nascer?...

Assim, no cotidiano da vida, neste frenesi enlouquecedor que não pára, nos deparamos com dezenas e centenas de mulheres grávidas que cruzam nosso caminho. São verdadeiros sacrários vivos ambulantes. Uns bem ornamentados e cuidados, mostrando a todos que o que ali carregam são jóias preciosas de grande valor. Outras desfilam demonstrando apatia pelo que carregam, algo como bijuterias de pouquíssimo ou de valor nenhum.

O que a maioria das pessoas e principalmente a maioria das mulheres grávidas não se dão conta e nem querem saber – algumas têm raiva de quem sabe – é que dentro desse sacrário vivo, a sua barriga, elas carregam não uma coisa, um produto, mas uma vida humana. Um ser sagrado, que ama e exige ser amado, que não está à venda sob qualquer forma ou tipo e comércio. Dentro delas está esse tesouro de grande valor, que exige respeito e amor, a criança.

Menino ou menina é dom divino, homem ou mulher é imagem de Deus, igual a mim e a você. Um milagre que não se repete, um presente de Deus para ser amigo e companheiro nesta nossa trajetória pela vida.


A vida é dom, gratuidade, beleza e ternura. É o maior presente que recebemos de Deus. Por isso é prioridade absoluta e deve ser respeitada e defendida em todas as suas etapas de desenvolvimento. E nós todos, homens e mulheres, cidadãos conscientes, temos por dever lutar até o fim, para que todos tenham vida em abundância, pois quem defende e garante vida para todos, merece ser chamado filho de Deus.

Estou passando em frente à maternidade. Vejo uma mãe amamentando seu bebê. Começo a orar para que ele seja feliz e – se menina – para que ela, quando crescer, receba de Deus o dom de ser mãe – e uma boa mãe –, e que o fruto que nascer de seu sacrário vivo possa, por muitos e muitos anos, entre abraços e beijos, exclamar: Feliz Dia das Mães! Eu te amo, mamãe!


 
Fonte: Pe. Luiz Roberto Teixeira Di Lascio
Local:São Paulo (SP)

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