quinta-feira, 25 de outubro de 2012

EX-MORDOMO DO PAPA CUMPRIRÁ PENA NO VATICANO, NÃO NA ITÁLIA

Foto: Reprodução/Il Gazzettino
Ex-mordomo do papa cumprirá pena no Vaticano
Gabriele disse que furtou os documentos por “amor à Igreja”
O porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi, informou na terça-feira que o ex-mordomo do papa Bento 16, Paolo Gabriele, condenado a 18 meses de prisão por roubo, cumprirá sua pena em uma cela do Vaticano, caso não receba o perdão papal.
Segundo o porta-voz, diferentemente do que chegou a ser cogitado quando a sentença foi proferida, não há um acordo que permita que um cidadão do Vaticano, como é o caso de Gabriele, cumpra pena em uma cela na Itália. Por isso, ele deverá ser alocado em uma cela da delegacia de polícia local.
O porta-voz reiterou considerar que é “possível” que Bento 16 conceda o perdão a Gabriele. A declaração é diferente da dada no dia da sentença, quando Lombardi considerou que a chance de perdão era “concreta” e “muito verossímil”.
O Vaticano divulgou também o texto da sentença do Tribunal da Santa Sé, que estabelece que a pena será contada a partir da reclusão, em maio passado. Lombardi explicou que, dada a gravidade da pena, Gabriele não terá direito a liberdade condicional. Ele também terá de pagar € 1.000 (o equivalente a R$ 2.630).
O ex-mordomo, de 46 anos, foi condenado em 6 de outubro passado a um ano e meio de prisão por ter roubado centenas de documentos confidenciais do papa e do secretário dele e os repassado à imprensa. Gabriele era o laico mais próximo do papa.
O Tribunal do Vaticano condenou Gabriele a três anos de prisão, mas reduziu a pena à metade ao entender que houve atenuantes. A sentença ainda pode ser alterada, já que os prazos para apresentar recursos não chegaram ao fim. Gabriele também pode voltar a ser condenado por outros crimes pelos quais ainda não respondeu, como violação da privacidade do papa.
O especialista em computação do Vaticano Claudio Sciarpeletti, que teria atuado como cúmplice de Gabriele, será julgado no próximo dia 5.

Durante seu julgamento, Gabriele disse que não se considera um ladrão e que furtou os documentos que apontavam suspeitas de corrupção no Vaticano por causa do seu amor “visceral” pela Igreja e pelo papa, que ele afirma amar “como se fosse seu pai”.


Por Folhapress

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