sábado, 23 de março de 2024

5ª Semana da Quaresma - A última profecia.

 Evangelho do Dia: Conspiração contra Jesus (Jo 11, 45-56) – Oratório São  Luiz – 120 Anos

Senhor, não afasteis de mim o vosso auxílio; olhai para mim em minha defesa, pois sou um verme e não um homem, vergonha dos homens e desprezo do povo (Sl 21,20.7).

Aproximando-nos da celebração da Páscoa do Senhor, somos convidados a dar graças ao Pai pela aliança que ele nos oferece em Cristo. Disponhamo-nos, pois, a ser colaboradores de seu projeto de salvação para reunir todos os irmãos e irmãs dispersos na única família do povo de Deus, reconciliada no amor.

Primeira Leitura: Ezequiel 37,21-28

Leitura da profecia de Ezequiel 21Assim diz o Senhor Deus: “Eu mesmo vou tomar os israelitas do meio das nações para onde foram, vou recolhê-los de toda parte e reconduzi-los para a sua terra. 22Farei deles uma nação única no país, nos montes de Israel, e apenas um rei reinará sobre todos eles. Nunca mais formarão duas nações nem tornarão a dividir-se em dois reinos. 23Não se mancharão mais com os seus ídolos e nunca mais cometerão infames abominações. Eu os libertarei de todo pecado que cometeram em sua infidelidade e os purificarei. Eles serão o meu povo e eu serei o seu Deus. 24Meu servo Davi reinará sobre eles, e haverá para todos eles um único pastor. Viverão segundo meus preceitos e guardarão minhas leis, pondo-as em prática. 25Habitarão no país que dei ao meu servo Jacó, onde moraram vossos pais; ali habitarão para sempre, também eles, com seus filhos e netos, e o meu servo Davi será o seu príncipe para sempre. 26Farei com eles uma aliança de paz, será uma aliança eterna. Eu os estabelecerei e multiplicarei, e no meio deles colocarei meu santuário para sempre. 27Minha morada estará junto deles. Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. 28Assim as nações saberão que eu, o Senhor, santifico Israel, por estar o meu santuário no meio deles para sempre”. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: Jr 31

O Senhor nos guardará qual pastor a seu rebanho.

1. Ouvi, nações, a palavra do Senhor / e anunciai-a nas ilhas mais distantes: / “Quem dispersou Israel vai congregá-lo / e o guardará qual pastor a seu rebanho!” – R.

2. Pois, na verdade, o Senhor remiu Jacó / e o libertou do poder do prepotente. / Voltarão para o monte de Sião, † entre brados e cantos de alegria / afluirão para as bênçãos do Senhor. – R.

3. Então a virgem dançará alegremente, / também o jovem e o velho exultarão; / mudarei em alegria o seu luto, / serei consolo e conforto após a guerra. – R.

Evangelho: João 11,45-56

Salve, ó Cristo, imagem do Pai, / a plena verdade nos comunicai!

Lançai para bem longe toda a vossa iniquidade! / Criai em vós um novo espírito e um novo coração! (Ez 18,31) –  R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, 45muitos dos judeus que tinham ido à casa de Maria e viram o que Jesus fizera, creram nele. 46Alguns, porém, foram ter com os fariseus e contaram o que Jesus tinha feito. 47Então os sumos sacerdotes e os fariseus reuniram o conselho e disseram: “O que faremos? Esse homem realiza muitos sinais. 48Se deixamos que ele continue assim, todos vão acreditar nele, e virão os romanos e destruirão o nosso lugar santo e a nossa nação”. 49Um deles, chamado Caifás, sumo sacerdote em função naquele ano, disse: “Vós não entendeis nada. 50Não percebeis que é melhor um só morrer pelo povo do que perecer a nação inteira?” 51Caifás não falou isso por si mesmo. Sendo sumo sacerdote em função naquele ano, profetizou que Jesus iria morrer pela nação. 52E não só pela nação, mas também para reunir os filhos de Deus dispersos. 53A partir desse dia, as autoridades judaicas tomaram a decisão de matar Jesus. 54Por isso, Jesus não andava mais em público no meio dos judeus. Retirou-se para uma região perto do deserto, para a cidade chamada Efraim. Ali permaneceu com os seus discípulos. 55A Páscoa dos judeus estava próxima. Muita gente do campo tinha subido a Jerusalém para se purificar antes da Páscoa. 56Procuravam Jesus e, ao reunirem-se no templo, comentavam entre si: “O que vos parece? Será que ele não vem para a festa?” – Palavra da salvação.

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Reflexão
 

O Evangelho de hoje nos coloca nas anteportas da Semana Santa, ao ser finalizado com a interrogação do povo acerca de Jesus: “Que vos parece? Será que Ele não vem para a festa?”

Nesse capítulo do Evangelho de São João, o Sumo Sacerdote Caifás pronunciou uma profecia, dizendo: “Vós não entendeis nada. Não percebeis que é melhor um só morrer pelo povo do que perecer a nação inteira?”. Caifás não falou por si mesmo, mas sendo sumo sacerdote em função naquele ano, profetizou que Jesus iria morrer pela nação.  

É interessante notarmos um contraste entre Caifás e São Pedro, as duas “pedras” que desempenham a função de Sumo Sacerdote: Caifás, do Antigo Testamento, condena Jesus; já Pedro, o Papa escolhido por Cristo para edificar a Sua Igreja, professa a fé, dizendo: “Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo” (Mt 16, 16).

 O poder sacerdotal do Antigo Testamento sai da boca do próprio Caifás, mesmo contra sua vontade, fazendo uma profecia: um homem precisa morrer pelo povo inteiro para que este não pereça. Jesus, de fato, irá morrer no nosso lugar. Aqui, é como se Caifás tivesse lido as profecias do Antigo Testamento que falavam de Cristo, o qual carregou sobre si as nossas dores e pecados.

 A voz do Antigo Testamento é cessada, portanto, com essa chave de leitura magistral. O que vivemos até então era profecia, agora veio a Redenção. Jesus, a própria Palavra que se fez carne, assume os nossos pecados, nossas misérias e nossa morte para que possamos participar de sua vida divina.

Portanto, com um coração cheio de fé e da graça de Deus, atravessemos a soleira da porta deste tempo extraordinário que é a Semana Santa. Vivamos esse momento de uma forma especial, intensificando a nossa oração, a nossa penitência e o nosso amor por Nosso Senhor, para bem celebrarmos os santos e divinos mistérios da nossa salvação.

 

https://padrepauloricardo.org/episodios/a-ultima-profecia

 

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