quarta-feira, 25 de outubro de 2023

Santo Antônio de Sant'Ana Galvão - Cristo virá como um ladrão à noite



 Eu vos darei pastores segundo o meu coração, que vos conduzam com inteligência e sabedoria (Jr 3,15).

Antônio, conhecido como frei Galvão, nasceu em 1739, em Guaratinguetá (SP), e faleceu em São Paulo, capital, em 1822. Foi padre, religioso franciscano e membro da Academia Paulista de Letras. Destacou-se pela piedade e virtudes exemplares. Empenhou-se com afinco para aliviar os sofrimentos alheios; tinha o dom da cura. É o primeiro santo que nasceu, viveu e morreu no Brasil. A seu exemplo, firmemos o propósito de dedicar tempo e ações concretas em favor dos enfermos.

Primeira Leitura: Romanos 6,12-18

Leitura da carta de São Paulo aos Romanos – Irmãos, 12que o pecado não reine mais em vosso corpo mortal, levando-vos a obedecer às suas paixões. 13Não ofereçais mais vossos membros ao pecado como armas de iniquidade. Pelo contrário, oferecei-vos a Deus como pessoas vivas, isto é, como pessoas que passaram da morte à vida, e ponde vossos membros a serviço de Deus como armas de justiça. 14De fato, o pecado não vos dominará, visto que não estais sob o regime da Lei, mas sob o regime da graça. 15Então, iremos pecar, porque não estamos sob o regime da Lei, mas sob o regime da graça? De modo algum! 16Acaso não sabeis que, oferecendo-vos a alguém como escravos, sois realmente escravos daquele a quem obedeceis, seja escravos do pecado para a morte, seja escravos da obediência para a justiça? 17Graças a Deus que vós, depois de terdes sido escravos do pecado, passastes a obedecer, de coração, aos ensinamentos aos quais fostes entregues. 18Libertados do pecado, vos tornastes escravos da justiça. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 123(124)

Nosso auxílio está no nome do Senhor.

1. Se o Senhor não estivesse ao nosso lado, / que o diga Israel neste momento; / se o Senhor não estivesse ao nosso lado / quando os homens investiram contra nós, / com certeza nos teriam devorado / no furor de sua ira contra nós. – R.

2. Então as águas nos teriam submergido, / a correnteza nos teria arrastado / e, então, por sobre nós teriam passado / essas águas sempre mais impetuosas. / Bendito seja o Senhor, que não deixou / cairmos como presa de seus dentes! – R.

3. Nossa alma como um pássaro escapou / do laço que lhe armara o caçador; / o laço arrebentou-se de repente, / e assim nós conseguimos libertar-nos. / O nosso auxílio está no nome do Senhor, / do Senhor que fez o céu e fez a terra! – R.

Evangelho: Lucas 12,39-48

Aleluia, aleluia, aleluia.

Vigiai, diz Jesus, vigiai, / pois, no dia em que não esperais, / o vosso Senhor há de vir (Mt 24,42.44). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 39“Ficai certos, se o dono da casa soubesse a hora em que o ladrão iria chegar, não deixaria que arrombasse a sua casa. 40Vós também ficai preparados! Porque o Filho do Homem vai chegar na hora em que menos o esperardes”. 41Então Pedro disse: “Senhor, tu contas esta parábola para nós ou para todos?” 42E o Senhor respondeu: “Quem é o administrador fiel e prudente que o senhor vai colocar à frente do pessoal de sua casa para dar comida a todos na hora certa? 43Feliz o empregado que o patrão, ao chegar, encontrar agindo assim! 44Em verdade eu vos digo, o senhor lhe confiará a administração de todos os seus bens. 45Porém, se aquele empregado pensar: ‘Meu patrão está demorando’, e começar a espancar os criados e as criadas, e a comer, a beber e a embriagar-se, 46o senhor daquele empregado chegará num dia inesperado e numa hora imprevista, ele o partirá ao meio e o fará participar do destino dos infiéis. 47Aquele empregado que, conhecendo a vontade do senhor, nada preparou nem agiu conforme a sua vontade será chicoteado muitas vezes. 48Porém o empregado que não conhecia essa vontade e fez coisas que merecem castigo será chicoteado poucas vezes. A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido!” – Palavra da salvação.

Reflexão
Uma vez que o Filho do Homem, tanto em seu retorno glorioso como em seu encontro com cada fiel após a morte, virá de improviso e quando menos esperarmos, é evidente com que vigilância e solicitude devemos estar preparados para a sua vinda, a fim de que Ele não nos surpreenda desatentos ou adormecidos. Os evangelhos sinóticos, cada um ao seu modo, falam-nos dessa realidade em ao menos quatro parábolas: a do ladrão e o dono da casa; a do administrador fiel; a das virgens néscias; e, por fim, a dos talentos (cf. Mt 24, 42-25, 30; Mc 13, 33-37; Lc 12, 35-48; 21, 34-36). No Evangelho de hoje, o Senhor nos conta pela pena de S. Lucas as duas primeiras, nas quais se destacam dois aspectos centrais: de um lado, a certeza de que Cristo virá, a incerteza de quando virá e, por isso, a necessidade de manter-se alerta, como um vigia prudente que está sempre atento ao menor sinal de assalto; de outro, o fato de os bens da casa (isto é, da Igreja), enquanto não chega o dia do Senhor, estarem confiados a um grupo de administradores, os Apóstolos e seus sucessores, chamados a guardar fielmente a sã doutrina, pregar sem medo a Palavra de Deus e administrar com zelo os santos sacramentos. Desse modo, entre a primeira vinda de Cristo, pela qual fomos salvos, e a segunda e definitiva, na qual terá fim a nossa história, há uma fase intermediária — chamada tempo da economia sacramental —, em que todos os fiéis devem estar vigilantes, à espera do seu Senhor, e os pastores, constituídos chefes da família cristã, têm o dever particular de custodiar o depósito da fé e alimentar espiritualmente os seus súditos com a doutrina revelada e a graça dos sacramentos, para que, assim, o Senhor encontre a todos fiéis à vocação do Batismo e perseverantes na mesma fé, católica e apostólica. Mantenhamo-nos, pois, constantes na prática da nossa santa religião, observando-lhe os mandamentos e confessando, de voz e coração, a única fé que Cristo nos revelou. Encomendemos também todos os pastores e prelados da Igreja, para que Deus lhes conceda a graça de procurarem, não os seus próprios interesses, mas os de Cristo; de se entregarem, não aos prazeres da vida, mas ao serviço dos irmãos; e de evitarem, com uma vida limpa e irrepreensível, a pena reservada aos prevaricadores e aos fariseus hipócritas.

https://padrepauloricardo.org

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