sexta-feira, 6 de outubro de 2023

26ª Semana do Tempo Comum - O coração de quem não crê.

 


Senhor, tudo o que fizestes conosco com razão o fizestes, pois pecamos contra vós e não obedecemos aos vossos mandamentos. Mas honrai o vosso nome, tratando-nos segundo vossa misericórdia (Dn 3,31.29s.43-42).

Deus se mostra benevolente com o povo que reconhece os próprios pecados e, arrependido, anseia pelos benefícios divinos: “Venha logo sobre nós a vossa bondade”. Abramos nosso coração penitente para acolher as abundantes graças do Senhor.

Primeira Leitura: Baruc 1,15-22

Leitura do livro de Baruc – 15Ao Senhor nosso Deus cabe justiça; enquanto a nós, resta-nos corar de vergonha, como acontece no dia de hoje aos homens de Judá e aos habitantes de Jerusalém, 16aos nossos reis, nossos príncipes e sacerdotes, aos nossos profetas e nossos antepassados: 17pois pecamos diante do Senhor e lhe desobedecemos, 18e não ouvimos a voz do Senhor, nosso Deus, que nos exortava a viver de acordo com os mandamentos que ele pôs sob os nossos olhos. 19Desde o dia em que o Senhor tirou nossos pais do Egito até hoje, temos sido desobedientes ao Senhor nosso Deus, procedemos inconsideradamente, deixando de ouvir sua voz; 20por isso, perseguem-nos as calamidades e a maldição que o Senhor nos lançou por meio de Moisés, seu servo, no dia em que tirou nossos pais do Egito para nos dar uma terra que mana leite e mel, como de fato é hoje. 21Mas não escutamos a voz do Senhor, nosso Deus, como vem nas palavras dos profetas que ele nos enviou, 22e entregamo-nos, cada qual, às inclinações do perverso coração, para servir a outros deuses e praticar o mal aos olhos do Senhor, nosso Deus! – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 78(79)

Por vosso nome e vossa glória, / libertai-nos, ó Senhor!

1. Invadiram vossa herança os infiéis,  profanaram, ó Senhor, o vosso templo, / Jerusalém foi reduzida a ruínas! / Lançaram aos abutres, como pasto, / os cadáveres dos vossos servidores; / e às feras da floresta entregaram / os corpos dos fiéis, vossos eleitos. – R.

2. Derramaram o seu sangue como água † em torno das muralhas de Sião, / e não houve quem lhes desse sepultura! / Nós nos tornamos o opróbrio dos vizinhos,  um objeto de desprezo e zombaria / para os povos e àqueles que nos cercam. / Mas até quando, ó Senhor, veremos isso?  Conservareis eternamente a vossa ira? / Como fogo arderá a vossa cólera? – R.

3. Não lembreis as nossas culpas do passado,  mas venha logo sobre nós vossa bondade, / pois estamos humilhados em extremo. – R.

4. Ajudai-nos, nosso Deus e salvador!  Por vosso nome e vossa glória, libertai-nos! / Por vosso nome, perdoai nossos pecados! – R.

Evangelho: Lucas 10,13-16

Aleluia, aleluia, aleluia.

Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: / Não fecheis os corações como em Meriba! (Sl 94,8) – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, disse Jesus: 13“Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e Sidônia tivessem sido realizados os milagres que foram feitos no vosso meio, há muito tempo teriam feito penitência, vestindo-se de cilício e sentando-se sobre cinzas. 14Pois bem, no dia do julgamento, Tiro e Sidônia terão uma sentença menos dura do que vós. 15Ai de ti, Cafarnaum! Serás elevada até o céu? Não, tu serás atirada no inferno. 16Quem vos escuta a mim escuta; e quem vos rejeita a mim despreza; mas quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou”. – Palavra da salvação.

Reflexão
No Evangelho de hoje, Nosso Senhor dirige palavras duras a algumas cidades que, tendo ouvido a pregação evangélica da boca do próprio Verbo encarnado e de seus Apóstolos, preferiram persistir em seus pecados e fechar os ouvidos ao chamado de Deus: "Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida!" Ora, a razão desta séria repreensão de Cristo se deve à dureza de coração com que os habitantes das duas cidades se portaram ante o anúncio do Reino. Nem os milagres, diz o Senhor, foram o bastante para que eles se convertessem, pois, à semelhança do faraó a que Moisés se dirigira, ouviram sem fé a palavra de Deus e se obstinaram em sua surdez e dureza de alma. Diante disso, poder-se-ia dizer, num certo sentido, que é até melhor não receber a palavra de Deus e, assim, permanecer na ignorância do que, tendo-a recebido, tratá-la com despeito e incredulidade. É a  que nos proporciona a vida eterna, começada em germe já neste mundo, de maneira que, privados dela, não podemos agradar a Deus (cf. Hb 11, 6), chegar ao consórcio de filhos e alcançar por fim a salvação eterna (cf. Mt 10, 22; 24, 13). Por isso, acolhamos com fé viva e esperançosa a palavra do Senhor, que nos vem através de sua única Igreja — santa, católica, apostólica e romana —, e deixemos que ele configure à imagem do seu o nosso pobre e miserável coração.

https://padrepauloricardo.org

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