sábado, 15 de novembro de 2014

"VAZIO INTERIOR" E "ARIDEZ ESPIRITUAL"

 
Por “fé” entendemos uma confiança amorosa acerca de realidades que não se podem ver, nem verificar cientificamente (Deus, a vida eterna, a presença de Cristo na Eucaristia). Num mundo que supervaloriza a ciência, é inevitável que toda pessoa que tenha fé passe por momentos ou períodos de “crise de fé”, afirma o Jesuíta Luiz González-Quevedo do Centro de Espiritualidade Inaciana.
O caminho de crescimento espiritual de pessoas como João da Cruz, Thomas Merton, Teresa de Ávila, Teresa de Lisieux e Inácio de Loyola também é marcado por crises de fé. Santa Teresinha escreveu: “Não sinto o gozo da fé, mas me esforço por praticar as obras da fé”. Como entender o vigor de Madre Teresa no seu testemunho de bondade, em meio a uma crise de fé e experiência de solidão? Orar, quando encontramos gosto, alegria e paz é fácil. Mas orar, quando não se encontra nisso o menor gosto, quando o coração está seco e a mente é assaltada por pensamentos contrários à própria fé, é muito mais difícil e meritório.
Não há duvida de que uma das possíveis causas do ateísmo, do agnosticismo ou da indiferença religiosa seja o escândalo da injustiça social, precisamente nas sociedades onde a religião está mais estendida. Todos os místicos coincidem em dizer que a experiência de Deus é inefável, tanto nos seus aspectos positivos (consolação, paz que supera todo sentido, sumo saber), quanto nos seus aspectos negativos (desolação, noite escura, deserto, saudade de Deus). Quem está em crise de fé está vivo e tem fé! Quem sofre com o “silêncio de Deus” é porque acredita Nele, tem saudade Dele, porque o ama e busca Sua Palavra.

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