sexta-feira, 26 de setembro de 2014

LITURGIA DIÁRIA - QUEM DIZ O POVO QUE EU SOU?

Primeira Leitura(Ecl 3,1-11)
Leitura do Livro do Eclesiastes.
1Tudo tem seu tempo. Há um momento oportuno para tudo o que acontece debaixo do céu. 2Tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de colher a planta. 3Tempo de matar e tempo de salvar; tempo de destruir e tempo de construir. 4Tempo de chorar e tempo de rir; tempo de lamentar e tempo de dançar. 5Tempo de atirar pedras e tempo de as amontoar; tempo de abraçar e tempo de separar. 6Tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de esbanjar. 7Tempo de rasgar e tempo de costurar; tempo de calar e tempo de falar. 8Tempo de amar e tempo de odiar; tempo de guerra e tempo de paz.
9Que proveito tira o trabalhador de seu esforço? 10Observei a tarefa que Deus impôs aos homens, para que nela se ocupassem. 11As coisas que ele fez são todas boas no tempo oportuno. Além disso, ele dispôs que fossem permanentes; no entanto o homem jamais chega a conhecer o princípio e o fim da ação que Deus realiza.

Responsório(Sl 143)
Bendito seja o Senhor, meu rochedo!
Bendito seja o Senhor, meu rochedo!
Bendito seja o Senhor, meu rochedo. Ele é meu amor, meu refúgio, libertador, fortaleza e abrigo. É meu escudo: é nele que espero.
Que é o homem, Senhor, para vós? Por que dele cuidais tanto assim, e no filho do homem pensais? Como o sopro de vento é o homem, os seus dias são sombra que passa.
 
Evangelho(Lc 9,18-22)

Aconteceu que Jesus 18estava rezando num lugar retirado, e os discípulos estavam com ele. Então Jesus perguntou-lhes: “Quem diz o povo que eu sou?” 19Eles responderam: “Uns dizem que és João Batista; outros, que és Elias; mas outros acham que és algum dos antigos profetas que ressuscitou”.
20Mas Jesus perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu: “O Cristo de Deus”. 21Mas Jesus proibiu-lhes severamente que contassem isso a alguém.
22E acrescentou: “O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia”.

 Reflexão 

Lucas nos apresenta hoje a preocupação de Jesus sobre o conceito que as pessoas tem e fazem da Sua pessoa e então faz aos discípulos a inquietante pergunta: “Quem dizem as pessoas sobre quem é o Filho do Homem?” E o interessante disso tudo é que os discípulos escutavam os mesmos comentários que chegaram aos ouvidos de Herodes: que Jesus era ou João Batista, ou Elias, ou algum dos profetas antigos, que ressuscitou. Mas o que Jesus realmente queria saber era o que os seus discípulos pensavam a respeito dele. E nesse momento é Pedro quem toma a iniciativa da resposta e erguendo a voz diz: Tu és o Cristo de Deus!
A palavra Cristo vem do grego, é uma tradução literal de Messias, e significa ungido. Esta resposta de Pedro tem todo um significado, e é sobre isso que vamos refletir hoje.
Os livros proféticos do Antigo Testamento falam da vinda do Messias, o Salvador. E atribui a Ele o poder de curar os doentes, expulsar demônios, e trazer a paz ao povo. João Batista sabia disso. E é por isso que quando ele mandou seus discípulos perguntarem a Jesus se Ele era o Messias, Jesus pediu que os discípulos de João o acompanhassem durante aquela tarde enquanto Ele realizou a cura de cegos e aleijados. Depois disso, Jesus disse aos discípulos de João que voltassem para dizer o que tinham visto. Jesus não queria dizer, neste momento, que Ele era o Messias, pois muitas coisas ainda precisavam acontecer antes do seu martírio. João Batista, como conhecedor das Escrituras, sabia desses sinais. Se Jesus já afirmasse desde esse momento que era a Promessa de Deus, o alvoroço e a polêmica seriam ainda maiores do que este que já estava acontecendo. E isso poderia encurtar a sua trajetória no meio de nós.
Mas então as pessoas da época não sabiam que Ele era o Ungido de Deus? O Filho de Deus? Que não deveriam esperar que viesse outro? Pois é, não sabiam. Somente os discípulos sabiam disso. E foram severamente proibidos de comentar isso com alguém até que Ele passasse pelo martírio, morte e ressurreição.
Ainda hoje os judeus esperam a primeira vinda do Messias. Para eles, Jesus foi apenas mais um profeta, que teve a sua importância, mas que não libertou o povo, como eles esperavam. O entendimento deles não permite que vejam a libertação que Jesus veio trazer… A libertação da escravidão do pecado. Essa libertação vai muito além da libertação que eles esperavam, que era a libertação da servidão aos romanos da época, e depois a tantos outros povos ao longo da história. A libertação que Jesus veio trazer é de dentro para fora. Você pode estar acorrentado numa prisão, e ser livre. Você pode estar doente em um leito de hospital, rejeitado pelos seus pais e estar em um orfanato ou um asilo, pode ter perdido a saúde, a dignidade, o dinheiro, a liberdade de ir e vir… e ainda ser livre. Parece contraditório, mas é a Verdade. E a Verdade vos libertará. Nem a morte causa medo a quem tem essa liberdade. E essa é a maior prova de fé: não temer a morte.
Para Pedro, Jesus é Filho do Homem. É o Deus que se faz humano, convivendo no dia-a-dia comum entre as multidões e comunicando-lhes seu amor divino e eterno, que permanece para sempre, além da morte. E para ti quem é Jesus? A pergunta: E vós quem dizeis que Eu sou?, exige um comprometimento pessoal. Pedro corajosamente mostrou sua crescente lealdade, ao afirmar que Jesus era o Cristo de Deus. Nesta confissão Pedro quis dizer que Jesus era o único Deus, Filho ungido para seus propósitos. Quais propósitos? A maioria não tinha idéia, portanto Jesus não queria que seus discípulos divulgassem o que Pedro havia dito. Ao invés de um Rei ungido para sofrer e morrer por pecadores, a maioria dos judeus estavam à procura de um rei que trouxesse libertação política. Jesus então deixou claro o preço que teria que pagar para seguir a confissão de Pedro num mundo que não apenas estava confuso a seu respeito, como também era contra seu ministério. Concordar com a confissão de Pedro significa causar conflito entre os crentes e o mundo e os levaria a negar a si mesmos, ao carregarem a cruz do discipulado.
O discipulado de Cristo lá e aqui tem seu preço, seu custo. Dar a sua vida por amor aos seus irmãos. Esta é a mensagem para o dia de hoje. Peça e ore ao Senhor para que te ajude a abrir mão, se preciso for, da segurança, conforto e diversões deste mundo para O seguir. Que Ele te ensine a negar a ti mesmo, carregar a cruz e seguí-lo. Pois, sua promessa é: quem perder a vida por minha causa, este a salvará.

Por isso, peça a Deus esta graça. Pai, só tu podes revelar-me a identidade de teu Filho Jesus. Que eu a conheça de forma verdadeira para poder conformar com ela a minha vida.








CN



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