sexta-feira, 22 de julho de 2022

16ª Semana do Tempo Comum - A transformação de Maria Madalena.

 Evangelho de hoje (Jo 20,1-2.11-18 - Egídio Serpa | Egídio Serpa - Diário  do Nordeste

Primeira Leitura: Cântico 3,1-4

Leitura do livro do Cântico dos Cânticos – Eis o que diz a noiva: 1“Em meu leito, durante a noite, busquei o amor de minha vida: procurei-o e não o encontrei. 2Vou levantar-me e percorrer a cidade, procurando, pelas ruas e praças, o amor de minha vida: procurei-o e não o encontrei. 3Encontraram-me os guardas que faziam a ronda pela cidade. ‘Vistes porventura o amor de minha vida?’ 4E logo que passei por eles, encontrei o amor de minha vida”. – Palavra do Senhor.

Leitura opcional: 2 Coríntios 5,14-17.

Salmo Responsorial: 62(63)

A minha alma tem sede de vós, Senhor!

1. Sois vós, ó Senhor, o meu Deus! / Desde a aurora, ansioso vos busco! / A minha alma tem sede de vós, † minha carne também vos deseja, / como terra sedenta e sem água! – R.

2. Venho, assim, contemplar-vos no templo / para ver vossa glória e poder. / Vosso amor vale mais do que a vida, / e por isso meus lábios vos louvam. – R.

3. Quero, pois, vos louvar pela vida / e elevar para vós minhas mãos! / A minha alma será saciada, / como em grande banquete de festa; / cantará a alegria em meus lábios / ao cantar para vós meu louvor! – R.

4. Para mim fostes sempre um socorro; / de vossas asas à sombra eu exulto! / Minha alma se agarra em vós; / com poder vossa mão me sustenta. – R.

Evangelho: João 20,1-2.11-18

Aleluia, aleluia, aleluia.

Responde-nos, ó Maria, / no teu caminho o que havia? / Vi Cristo ressuscitado, / o túmulo abandonado! – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 1No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo. 2Então ela saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram”. 11Maria estava do lado de fora do túmulo, chorando. Enquanto chorava, inclinou-se e olhou para dentro do túmulo. 12Viu, então, dois anjos vestidos de branco, sentados onde tinha sido posto o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. 13Os anjos perguntaram: “Mulher, por que choras?” Ela respondeu: “Levaram o meu Senhor e não sei onde o colocaram”. 14Tendo dito isso, Maria voltou-se para trás e viu Jesus, de pé. Mas não sabia que era Jesus. 15Jesus perguntou-lhe: “Mulher, por que choras? A quem procuras?” Pensando que era o jardineiro, Maria disse: “Senhor, se foste tu que o levaste, dize-me onde o colocaste, e eu o irei buscar”. 16Então Jesus disse: “Maria!” Ela voltou-se e exclamou em hebraico: “Rabunni” (que quer dizer mestre). 17Jesus disse: “Não me segures. Ainda não subi para junto do Pai. Mas vai dizer aos meus irmãos: subo para junto do meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”. 18Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor!” e contou o que Jesus lhe tinha dito. – Palavra da salvação.

Reflexão

Jesus, como nos narra o evangelista S. João, aparece hoje a Maria Madalena. De todas as aparições do Ressuscitado, este encontro entre o Senhor e aquela santa mulher tem algo de extraordinário, capaz de tocar mais a fundo o nosso coração. A razão disso, em boa medida, é a transformação radical que vemos ser operada na alma de Maria. Ela, que de acordo com o Evangelho segundo S. Lucas é a mulher da qual Jesus expulsou sete demônios, vivera como um pecadora, buscando no mundo um amor que o mundo não lhe podia dar. Mas, ao descobrir a Cristo, ela transforma-se em modelo de desapego de todas as realidades terrenas: para ela, com efeito, o seu tudo só pode ser Jesus. A aparição que hoje meditamos indica-o com toda clareza. Antes de ver a Cristo ressuscitado, ela vira anjos, testemunhas da maravilha que acabara de acontecer no sepulcro, e nada disso, porém, pôde consolá-la da tristeza de estar longe do seu Senhor: “Levaram o meu Senhor e não sei onde o colocaram”. É um coração como esse, desapegado e apaixonado por Jesus, que temos de pedir continuamente a Deus em nossas orações. Nada mais nos deveria importar, a não ser Cristo; nada nos deveria consolar, se estivermos sem Ele; nada mais nos deveria ocupar os pensamentos, senão o amor que o Mestre nos tem. Que Ele, vivo e glorioso, nos dê a graça de vivermos em sua presença amorosa, escondida na obscuridade da fé, mas nem por isso menos real, profunda e eficaz. Sim, Ele permanece conosco, por sua graça, em sua Igreja e em todos os sacrários da terra. Que possamos perseverar na fé, até o dia em que, rasgado o véu, contemplaremos face a face o rosto daquele que aprendemos a amar sem tê-lo visto.  


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