sábado, 10 de março de 2018

Liturgia Diária -


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Antífona de entrada
Alegra-te, Jerusalém! Reuni-vos, vós todos que a amais; vós que estais tristes, exultai de alegria! Saciai-vos com a abundância de suas consolações (Is 66,10s)
Oração do Dia
ORAÇÃO DO DIA Ó Deus, que por vosso Filho realizais de modo admirável a reconciliação do gênero humano, concedei ao povo cristão correr ao encontro das festas que se aproximam cheio de fervor exultando de fé. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1a Leitura - 2 Crônicas 36,14-16.19-23
Leitura do livro das Crônicas.
36 14 Todos os chefes dos sacerdotes e o povo continuaram a multiplicar seus delitos, imitando as práticas abomináveis das nações pagãs e profanando o templo que o Senhor tinha consagrado para si em Jerusalém.
15 Em vão o Senhor, Deus de seus pais, lhes tinha enviado, por meio de seus mensageiros, avisos sobre avisos, pois tinha compaixão de seu povo e de sua própria habitação;
16 eles zombavam de seus enviados, desprezavam seus conselhos e riam de seus profetas, até que a ira de Deus se desencadeou sobre o seu povo, e não houve mais remédio.
l9 Incendiaram o templo, destruíram os muros de Jerusalém, entregaram às chamas seus palácios e todos os tesouros foram lançados à destruição.
20 Nabucodonosor deportou para Babilônia todos os que tinham escapado à espada, e eles se tornaram seus escravos, dele e de seus filhos, até o advento do domínio persa.
21 Assim se cumpria a profecia que o Senhor tinha dado pela boca de Jeremias: “Até que a terra desfrutasse os seus sábados, pois a terra ficou inculta durante todo esse período de desolação, até que se completaram setenta anos”.
22 No primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia, a fim de que se cumprisse a profecia do Senhor, posta na boca de Jeremias, o Senhor excitou o espírito de Ciro, rei da Pérsia, e este mandou fazer em todo o seu reino, à viva voz e também por escrito, a proclamação seguinte:
23 Assim fala Ciro, rei da Pérsia: “o Senhor, Deus do céu, deu-me todos os reinos da terra, e me encarregou de lhe construir um templo em Jerusalém, que está na terra de Judá. Todo aquele dentre vós que for de seu povo, esteja seu Deus com ele, e que ele para lá se dirija!”
Palavra do Senhor.

Salmo - 136/137
Que se prenda a minha língua ao céu da boca
se de ti, Jerusalém, eu me esquecer!

Junto aos rios da Babilônia
nos sentávamos chorando,
com saudades de Sião.
Nos salgueiros por ali
penduramos nossas harpas.

Pois foi lá que os opressores
nos pediram nossos cânticos;
nossos guardas exigiam
alegria na tristeza:
“Cantai hoje para nós
algum canto de Sião!”

Como havemos de cantar
os cantares do Senhor
numa terra estrangeira?
Se de ti, Jerusalém,
algum dia eu me esquecer,
que resseque a minha mão!

Que se cole a minha língua
e se prenda ao céu da boca
se de ti não me lembrar!
Se não for Jerusalém
minha grande alegria!
2a Leitura - Efésios 2,4-10
Leitura da carta de são Paulo aos Efésios.

2 4 Mas Deus, que é rico em misericórdia, impulsionado pelo grande amor com que nos amou,
5 quando estávamos mortos em conseqüência de nossos pecados, deu-nos a vida juntamente com Cristo - é por graça que fostes salvos! -,
6 juntamente com ele nos ressuscitou e nos fez assentar nos céus, com Cristo Jesus.
7 Ele demonstrou assim pelos séculos futuros a imensidão das riquezas de sua graça, pela bondade que tem para conosco, em Jesus Cristo.
8 Porque é gratuitamente que fostes salvos mediante a fé. Isto não provém de vossos méritos, mas é puro dom de Deus.
9 Não provém das obras, para que ninguém se glorie.
10 Somos obra sua, criados em Jesus Cristo para as boas ações, que Deus de antemão preparou para que nós as praticássemos.

Palavra do Senhor.
Evangelho - João 3,14-21
Louvor e honra a vós, Senhor Jesus.
Tanto Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único; todo aquele que crer nele há de ter a vida eterna (Jo 3,16)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: 3 14 “Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim deve ser levantado o Filho do Homem,
15 para que todo homem que nele crer tenha a vida eterna.
16 Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.
17 Pois Deus não enviou o Filho ao mundo para condená-lo, mas para que o mundo seja salvo por ele.
18 Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado; por que não crê no nome do Filho único de Deus.
19 Ora, este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas do que a luz, pois as suas obras eram más.
20 Porquanto todo aquele que faz o mal odeia a luz e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas.
21 Mas aquele que pratica a verdade, vem para a luz. Torna-se assim claro que as suas obras são feitas em Deus”.

Palavra da Salvação.
A mensagem deste 4º domingo de Quaresma é a feliz notícia de que Deus ama o ser humano e, por isso oferece vida e salvação para todo aquele que acreditar em seu Filho que fez, da cruz, instrumento de salvação para todos os povos. Desta forma, aquilo que era instrumento de morte, a cruz, passou a ser instrumento de vida e Salvação.
A liturgia da Palavra apresenta-nos o modo de agir de Deus, que, nos seus desígnios misteriosos, é capaz de tirar o bem para seus filhos de onde nada poderia se esperar (1ª leitura). Na verdade, diz são Paulo, é por esta Graça de Deus que somos salvos e não pelos méritos pessoais (2ª leitura). Só temos que colocar Cristo no centro de nossas vidas e deixar-nos atrair por Ele (evangelho) porque todo aquele que crê no Filho de Deus tem a vida eterna.
1ª leitura: 2 Crônicas 36,14-16.19-233
Como consequência de que “ninguém buscava a Deus”, a vida social do povo de Israel entrou em decadência e acabaram sendo conquistados pelos caldeus e deportados para a Babilônia. Tiveram que esperar, depois de um longo exílio, que Ciro, rei da Pérsia, derrubasse o poder do império da Babilônia.
Deus, movido de compaixão para com seu povo, inspirou este rei pagão para lhes dar a liberdade e permitir que voltassem para sua terra e reconstruíssem o templo de Jerusalém. A história se encerra com um convite (a eles e a nós) que é a recomeçar tudo, após a provação e o sofrimento, confiando na misericórdia de Deus.
2ª leitura: Efésios 2,4-10
Para Paulo, tudo é dom e graça de Deus. Neste texto, insiste em que a salvação não se deve à nossas boas obras e aos nossos merecimentos e sim ao dom gratuito de Deus, à graça que recebemos por acreditar n'Ele (“De fato, vocês foram salvos pela graça, por meio da fé; e isso não vem de vocês, mas é dom de Deus”). Tudo depende da nossa união com Cristo através da fé e do Batismo, pois existem dois modos de viver: sem Cristo e com Cristo.
Viver sem Cristo é a vida do mundo pagão, cuja mentalidade, modo de pensar e de agir manifestam a presença ativa do mal que é o egoísmo em todas as suas formas individuais e coletivas e que traz como consequência a divisão e a rivalidade entre os homens. Viver com Cristo, porém, é a nova forma de vida dos que acreditam n'Ele, fundamentada no amor, que gera doação e comunhão, solidariedade e prática de boas obras como continuação da ação de Cristo, conforme o Plano de Deus.
Esta nova forma de viver é a graça de Deus presente em nossa vida pela qual somos salvos. A Salvação é algo tão superior a nós que, por muitas obras boas que fizéssemos, nunca poderíamos fazer-nos merecedores dela. É Deus que a dá, de graça, para aqueles que vivem guiados pela fé. Por nós mesmos nada somos, mas, pela graça, somos obra de Deus. Neste sentido, a vida cristã é um caminho de perfeição, um passar constante de um modo de vida para o outro.
Evangelho: João 3,14-21
O texto deste evangelho corresponde à resposta que Jesus deu a Nicodemos quando, no diálogo entre ambos, quis saber como poderia acontecer o “nascimento no Espírito” do qual Jesus falava. Nicodemos era um destacado fariseu que admirava e respeitava Jesus. Foi ter com Ele, para tirar as suas dúvidas, meio em segredo (“à noite”), por causa da sua posição social.
Nesta conversa, o Senhor vai lhe falando do sentido da vida, da salvação para todos, do contraste entre a luz e as trevas, do que é viver na verdade e de uma das convicções mais profundas que irão iluminar a fé dos seus discípulos: o ser humano não pode chegar à plenitude de vida pela observância da Lei de Moises, mas pela capacidade de amar, que completa o seu ser. Só com pessoas como Ele, dispostas a entregar-se até o fim, pode construir-se uma sociedade verdadeiramente justa e fraterna. Uma sociedade baseada apenas na Lei, e não sobre o amor, nunca deixará de ser opressora e injusta.
Se “Deus amou de tal forma o mundo, que entregou o seu Filho único, para que todo o que nele acredita não morra, mas tenha a vida eterna” é porque não quer que os homens se percam na tristeza e na vida sem sentido. A grande novidade para toda a humanidade está em Jesus. Mas um Jesus elevado na cruz representando a vitória da doação e do amor, através do qual, a generosidade e a paz vencem o egoísmo e a violência. Só o amor dá sentido à vida, viver fora dele é desumanizar-se e cair no vazio.
Esta cruz de Cristo, porém, incomoda a partir do momento em que coloca o mundo dos homens em julgamento, exigindo tomar uma decisão (“quem acredita nele, não está condenado; quem não acredita, já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho único de Deus”). De um lado, os que acreditam em Jesus e vivem o amor, continuando a palavra e a ação d'Ele em favor da vida. De outro lado, os que não acreditam n'Ele e não vivem o amor, permanecendo fechados no egoísmo dos próprios interesses que originam opressão e exploração. Por isso estes sempre escondem suas verdadeiras intenções e não se aproximam da luz (“a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz, porque suas ações eram más”).
A única atitude válida para receber a graça de Deus será abrir sem reservas o coração para a luz da verdade, pois “quem age conforme à verdade, se aproxima da luz”.
Palavra de Deus na vida
Falando com Nicodemos, Jesus lhe expõe o que, mais tarde, Paulo irá chamar “o escândalo da cruz” (1 Corintios 1,23). Assim como Moises fez da serpente de bronze um remédio às avessas para os que eram mordidos pelas serpentes venenosas (Números 21,9), assim também a cruz de Cristo, instrumento de morte e maldição (Deuteronômio 21,23), tornou-se instrumento de vida para os que n'Ele crêem porque “Deus amou de tal forma o mundo, que entregou o seu Filho único, para que todo o que nele acredita não morra, mas tenha a vida eterna”.
O sentido da cruz é difícil de entender para quem não acredita que Cristo, morrendo nela, tenha vencido a morte e, ressuscitando dos mortos, tenha nos devolvido à Vida. Ele não fez mais que levar à prática o que tinha ensinado para que os discípulos fossem capazes de imitá-lo, dando a vida por grandes ideais e vivendo em plenitude (“quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas, quem perde a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la” (Mateus16,25). Existe maior contradição do que tudo isto?
Na verdade, Deus só pode parecer contraditório para a nossa mentalidade humana. Enquanto formos peregrinos nesta vida, nunca seremos capazes de penetrar no mistério de Deus. Por isso o profeta Isaías 55,9 diz: “tanto quanto o céu está acima da terra, assim os meus caminhos estão acima dos caminhos de vocês, e os meus projetos estão acima dos seus projetos”. A única forma, portanto, de podermos identificar-nos com os projetos e caminhos de Deus só pode ser através de fé.
Diante de Jesus crucificado não há como ficar “encima do muro”. Ou tropeçamos no “escândalo da cruz” (escândalo significa “tropeço”, mesmo) e perdemos a luz e o rumo da vida fechando-nos num egoísmo estéril por não acreditar no amor de Deus, ou, pelo contrário, entramos na dinâmica do bem e da solidariedade agindo conforme à verdade e iluminados por Jesus, a “luz (que) veio ao mundo”.
Na história do cristianismo, a cruz de Cristo é sinal da Salvação. Nossa “marca registrada” presente em todos os espaços da nossa sociedade atual. Quando “nos benzemos” estamos interiorizando e dando testemunho do mistério da Paixão, morte e Ressurreição de Jesus, que é a prova suprema do amor de Deus por nós.
Pensando bem...
A história do mundo ocidental é marcada pela cruz. Ela se encontra em todo lugar. Não só na torre das igrejas, mas nos lugares públicos também.
É verdade que não falta gente advogando por uma sociedade laica, isenta de todo e qualquer símbolo religioso. Tudo bem. Quando vemos o que, muitas vezes, se faz à sombra da cruz compreendemos o que escreveu frei Demetrius, concordando em retirá-la “dos tribunais onde os pobres têm menos direitos que os ricos e as sentenças são barganhadas, vendidas e compradas; das Câmaras legislativas, onde a corrupção é a moeda mais forte; das delegacias, cadeias e quartéis, onde os pequenos são constrangidos e torturados; dos pronto-socorros e hospitais, onde pessoas pobres morrem sem atendimento; das repartições públicas, porque Cristo não abençoa a sórdida política brasileira, causa das desgraças, das misérias e sofrimentos dos pequenos, dos pobres e dos menos favorecidos”.
No entanto, é bom que fiquem lá para servir-nos de estímulo a fim de evangelizar esses ambientes, tão importantes, onde deve reinar a fraternidade e a justiça. A final de contas, a cruz é o nosso “sinal” e essa é a nossa missão. Como não lembrar aquela música que novamente vai ser cantada na próxima Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro: “No peito eu levo uma cruz, no meu coração o que disse Jesus”?
A mensagem deste 4º domingo de Quaresma é a feliz notícia de que Deus ama o ser humano e, por isso oferece vida e salvação para todo aquele que acreditar em seu Filho que fez, da cruz, instrumento de salvação para todos os povos. Desta forma, aquilo que era instrumento de morte, a cruz, passou a ser instrumento de vida e Salvação.
A liturgia da Palavra apresenta-nos o modo de agir de Deus, que, nos seus desígnios misteriosos, é capaz de tirar o bem para seus filhos de onde nada poderia se esperar (1ª leitura). Na verdade, diz são Paulo, é por esta Graça de Deus que somos salvos e não pelos méritos pessoais (2ª leitura). Só temos que colocar Cristo no centro de nossas vidas e deixar-nos atrair por Ele (evangelho) porque todo aquele que crê no Filho de Deus tem a vida eterna.
1ª leitura: 2 Crônicas 36,14-16.19-233
Como consequência de que “ninguém buscava a Deus”, a vida social do povo de Israel entrou em decadência e acabaram sendo conquistados pelos caldeus e deportados para a Babilônia. Tiveram que esperar, depois de um longo exílio, que Ciro, rei da Pérsia, derrubasse o poder do império da Babilônia.
Deus, movido de compaixão para com seu povo, inspirou este rei pagão para lhes dar a liberdade e permitir que voltassem para sua terra e reconstruíssem o templo de Jerusalém. A história se encerra com um convite (a eles e a nós) que é a recomeçar tudo, após a provação e o sofrimento, confiando na misericórdia de Deus.
2ª leitura: Efésios 2,4-10
Para Paulo, tudo é dom e graça de Deus. Neste texto, insiste em que a salvação não se deve à nossas boas obras e aos nossos merecimentos e sim ao dom gratuito de Deus, à graça que recebemos por acreditar n'Ele (“De fato, vocês foram salvos pela graça, por meio da fé; e isso não vem de vocês, mas é dom de Deus”). Tudo depende da nossa união com Cristo através da fé e do Batismo, pois existem dois modos de viver: sem Cristo e com Cristo.
Viver sem Cristo é a vida do mundo pagão, cuja mentalidade, modo de pensar e de agir manifestam a presença ativa do mal que é o egoísmo em todas as suas formas individuais e coletivas e que traz como consequência a divisão e a rivalidade entre os homens. Viver com Cristo, porém, é a nova forma de vida dos que acreditam n'Ele, fundamentada no amor, que gera doação e comunhão, solidariedade e prática de boas obras como continuação da ação de Cristo, conforme o Plano de Deus.
Esta nova forma de viver é a graça de Deus presente em nossa vida pela qual somos salvos. A Salvação é algo tão superior a nós que, por muitas obras boas que fizéssemos, nunca poderíamos fazer-nos merecedores dela. É Deus que a dá, de graça, para aqueles que vivem guiados pela fé. Por nós mesmos nada somos, mas, pela graça, somos obra de Deus. Neste sentido, a vida cristã é um caminho de perfeição, um passar constante de um modo de vida para o outro.
Evangelho: João 3,14-21
O texto deste evangelho corresponde à resposta que Jesus deu a Nicodemos quando, no diálogo entre ambos, quis saber como poderia acontecer o “nascimento no Espírito” do qual Jesus falava. Nicodemos era um destacado fariseu que admirava e respeitava Jesus. Foi ter com Ele, para tirar as suas dúvidas, meio em segredo (“à noite”), por causa da sua posição social.
Nesta conversa, o Senhor vai lhe falando do sentido da vida, da salvação para todos, do contraste entre a luz e as trevas, do que é viver na verdade e de uma das convicções mais profundas que irão iluminar a fé dos seus discípulos: o ser humano não pode chegar à plenitude de vida pela observância da Lei de Moises, mas pela capacidade de amar, que completa o seu ser. Só com pessoas como Ele, dispostas a entregar-se até o fim, pode construir-se uma sociedade verdadeiramente justa e fraterna. Uma sociedade baseada apenas na Lei, e não sobre o amor, nunca deixará de ser opressora e injusta.
Se “Deus amou de tal forma o mundo, que entregou o seu Filho único, para que todo o que nele acredita não morra, mas tenha a vida eterna” é porque não quer que os homens se percam na tristeza e na vida sem sentido. A grande novidade para toda a humanidade está em Jesus. Mas um Jesus elevado na cruz representando a vitória da doação e do amor, através do qual, a generosidade e a paz vencem o egoísmo e a violência. Só o amor dá sentido à vida, viver fora dele é desumanizar-se e cair no vazio.
Esta cruz de Cristo, porém, incomoda a partir do momento em que coloca o mundo dos homens em julgamento, exigindo tomar uma decisão (“quem acredita nele, não está condenado; quem não acredita, já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho único de Deus”). De um lado, os que acreditam em Jesus e vivem o amor, continuando a palavra e a ação d'Ele em favor da vida. De outro lado, os que não acreditam n'Ele e não vivem o amor, permanecendo fechados no egoísmo dos próprios interesses que originam opressão e exploração. Por isso estes sempre escondem suas verdadeiras intenções e não se aproximam da luz (“a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz, porque suas ações eram más”).
A única atitude válida para receber a graça de Deus será abrir sem reservas o coração para a luz da verdade, pois “quem age conforme à verdade, se aproxima da luz”.
Palavra de Deus na vida
Falando com Nicodemos, Jesus lhe expõe o que, mais tarde, Paulo irá chamar “o escândalo da cruz” (1 Corintios 1,23). Assim como Moises fez da serpente de bronze um remédio às avessas para os que eram mordidos pelas serpentes venenosas (Números 21,9), assim também a cruz de Cristo, instrumento de morte e maldição (Deuteronômio 21,23), tornou-se instrumento de vida para os que n'Ele crêem porque “Deus amou de tal forma o mundo, que entregou o seu Filho único, para que todo o que nele acredita não morra, mas tenha a vida eterna”.
O sentido da cruz é difícil de entender para quem não acredita que Cristo, morrendo nela, tenha vencido a morte e, ressuscitando dos mortos, tenha nos devolvido à Vida. Ele não fez mais que levar à prática o que tinha ensinado para que os discípulos fossem capazes de imitá-lo, dando a vida por grandes ideais e vivendo em plenitude (“quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas, quem perde a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la” (Mateus16,25). Existe maior contradição do que tudo isto?
Na verdade, Deus só pode parecer contraditório para a nossa mentalidade humana. Enquanto formos peregrinos nesta vida, nunca seremos capazes de penetrar no mistério de Deus. Por isso o profeta Isaías 55,9 diz: “tanto quanto o céu está acima da terra, assim os meus caminhos estão acima dos caminhos de vocês, e os meus projetos estão acima dos seus projetos”. A única forma, portanto, de podermos identificar-nos com os projetos e caminhos de Deus só pode ser através de fé.
Diante de Jesus crucificado não há como ficar “encima do muro”. Ou tropeçamos no “escândalo da cruz” (escândalo significa “tropeço”, mesmo) e perdemos a luz e o rumo da vida fechando-nos num egoísmo estéril por não acreditar no amor de Deus, ou, pelo contrário, entramos na dinâmica do bem e da solidariedade agindo conforme à verdade e iluminados por Jesus, a “luz (que) veio ao mundo”.
Na história do cristianismo, a cruz de Cristo é sinal da Salvação. Nossa “marca registrada” presente em todos os espaços da nossa sociedade atual. Quando “nos benzemos” estamos interiorizando e dando testemunho do mistério da Paixão, morte e Ressurreição de Jesus, que é a prova suprema do amor de Deus por nós.
Pensando bem...
A história do mundo ocidental é marcada pela cruz. Ela se encontra em todo lugar. Não só na torre das igrejas, mas nos lugares públicos também.
É verdade que não falta gente advogando por uma sociedade laica, isenta de todo e qualquer símbolo religioso. Tudo bem. Quando vemos o que, muitas vezes, se faz à sombra da cruz compreendemos o que escreveu frei Demetrius, concordando em retirá-la “dos tribunais onde os pobres têm menos direitos que os ricos e as sentenças são barganhadas, vendidas e compradas; das Câmaras legislativas, onde a corrupção é a moeda mais forte; das delegacias, cadeias e quartéis, onde os pequenos são constrangidos e torturados; dos pronto-socorros e hospitais, onde pessoas pobres morrem sem atendimento; das repartições públicas, porque Cristo não abençoa a sórdida política brasileira, causa das desgraças, das misérias e sofrimentos dos pequenos, dos pobres e dos menos favorecidos”.
No entanto, é bom que fiquem lá para servir-nos de estímulo a fim de evangelizar esses ambientes, tão importantes, onde deve reinar a fraternidade e a justiça. A final de contas, a cruz é o nosso “sinal” e essa é a nossa missão. Como não lembrar aquela música que novamente vai ser cantada na próxima Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro: “No peito eu levo uma cruz, no meu coração o que disse Jesus”?
Campanha da fraternidade 2012
O mundo da saúde ocupou sempre um lugar privilegiado na ação caritativa da Igreja. Através dos séculos, ela não só favoreceu entre os cristãos o nascimento de diversas obras de misericórdia como também fez surgir de seu interior muitas instituições religiosas com a finalidade específica de promover, organizar, aperfeiçoar e estender a assistência aos doentes, fracos e pobres.
Nesta Campanha da Fraternidade precisamos renovar o nosso compromisso de AGIR e suscitar energias de humanização para que a saúde pública nunca caia no abandono, especialmente para os mais pobres que dependem dela.
Uma das iniciativas importantes é a PASTORAL DA SAÚDE. Seu objetivo geral é promover, educar, prevenir, cuidar, recuperar, defender e celebrar a vida ou promover ações em prol da vida saudável e plena de todo o povo de Deus, tornando presente, no mundo de hoje, a ação libertadora de Cristo na área da saúde.
A Pastoral da Saúde tem uma dimensão SOLIDÁRIA pela qual faz chegar aos irmãos o consolo do próprio Cristo; outra dimensão COMUNITÁRIA, de caráter educativo e preventivo para toda a comunidade; e, finalmente, uma dimensão POLÍTICO-INSTITUCIONAL, que visa conscientizar o cidadão de seus direitos e deveres a respeito da Saúde.
O conceito de saúde está sendo transformado num negócio sem coração e é, justamente nesse ambiente, que a Pastoral da Saúde é vital, fazendo a diferença pela sua presença e sendo o “sal e a luz” para que todos tenham vida.
padre Ciriaco Madrigal
 

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