terça-feira, 17 de fevereiro de 2015


“Anoitecer: chuva, silêncio, alegria. Estou certo de que, onde o Senhor vê o pontinho de pobreza e extenuação e desamparo a que o monge é reduzido, o solitário e o homem de lágrimas, Ele então ”deve“ descer e vir e nascer, lá nessa angústia, e torná-la um ponto constante de alegria infinita, uma semente de paz no mundo. Esta é e sempre foi minha missão. Para mim, não há verdade nem sentido em nada que esconda de mim essa preciosa pobreza, esta semente de lágrimas e verdadeira alegria. Daí as distrações e demonstrações que me afastam disso serem tolas e inúteis, podendo constituir até mesmo infidelidades, se forem evasões.
 O que dizem os Salmos, senão isto? ”Em constante vigilância, verás que a ajuda do Senhor vem a ti!“ Quão profunda é essa verdade, que tremenda importância tem! Nós não esperamos por esse ”auxilium Domini“, essa ajuda do Senhor! Outros proclamam que ela chegou, mas sentimos que não! Vigilância constante: "constantes estote”. No momento devido, chegará para mim também, em segredo, na própria liberdade de Deus, além de todo o controle dos horários, mesmo os eclesiásticos! Este é um aspecto verdadeiro e profundo do mistério da Igreja: a liberdade de sua vida interior, que pode ou não corresponder às indicações exteriores do momento ritual“.




reflexões extraídas de “Merton na intimidade; sua vida em seus diários”

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