quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

6ª Semana do Tempo Comum - Renuncie ao parasita que está em você!

 O preço da Eucaristia

Sede para mim um Deus protetor e um lugar de refúgio, para me salvar. Porque sois minha força e meu refúgio e, por causa do vosso nome, me guiais e sustentais (Sl 30,3s).

O Criador quer que seus filhos e filhas permaneçam unidos a ele e vivam em harmonia. O orgulho e o anseio de “ganhar o mundo inteiro” provocam, porém, desordem, confusão e o afastamento dos planos divinos. Somos chamados a construir a paz no ambiente em que vivemos, seguindo Jesus no caminho do Evangelho.

Primeira Leitura: Gênesis 11,1-9

Leitura do livro do Gênesis1Toda a terra tinha uma só linguagem e servia-se das mesmas palavras. 2E aconteceu que, partindo do oriente, os homens acharam uma planície na terra de Senaar e ali se estabeleceram. 3E disseram uns aos outros: “Vamos, façamos tijolos e cozamo-los ao fogo”. Usaram tijolos em vez de pedra, e betume em lugar de argamassa. 4E disseram: “Vamos, façamos para nós uma cidade e uma torre cujo cimo atinja o céu. Assim, ficaremos famosos e não seremos dispersos por toda a face da terra”. 5Então o Senhor desceu para ver a cidade e a torre que os homens estavam construindo. 6E o Senhor disse: “Eis que eles são um só povo e falam uma só língua. E isso é apenas o começo de seus empreendimentos. Agora, nada os impedirá de fazer o que se propuserem. 7Desçamos e confundamos a sua língua, de modo que não se entendam uns aos outros”. 8E o Senhor os dispersou daquele lugar por toda a superfície da terra, e eles cessaram de construir a cidade. 9Por isso, foi chamada Babel, porque foi lá que o Senhor confundiu a linguagem de todo o mundo e de lá dispersou os homens por toda a terra. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 32(33)

Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança!

1. O Senhor desfaz os planos das nações / e os projetos que os povos se propõem. / Mas os desígnios do Senhor são para sempre, † e os pensamentos que ele traz no coração, / de geração em geração, vão perdurar. – R.

2. Feliz o povo cujo Deus é o Senhor / e a nação que escolheu por sua herança! / Dos altos céus o Senhor olha e observa; / ele se inclina para olhar todos os homens. – R.

3. Ele contempla do lugar onde reside / e vê a todos os que habitam sobre a terra. / Ele formou o coração de cada um / e por todos os seus atos se interessa. – R.

Evangelho: Marcos 8,34-9,1

Aleluia, aleluia, aleluia.

Eu vos chamo meus amigos, / pois vos dei a conhecer o que o Pai me revelou (Jo 15,15). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Naquele tempo, 34chamou Jesus a multidão com seus discípulos e disse: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. 35Pois quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; mas quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho vai salvá-la. 36Com efeito, de que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro se perde a própria vida? 37E o que poderia o homem dar em troca da própria vida? 38Se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras diante dessa geração adúltera e pecadora, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na glória do seu Pai com seus santos anjos”. 9,1Disse-lhes Jesus: “Em verdade vos digo, alguns dos que aqui estão não morrerão sem antes terem visto o Reino de Deus chegar com poder”. – Palavra da salvação.

Reflexão
 
 A liturgia de hoje apresenta o Evangelho da cruz. Jesus nos diz que devemos renunciar a nós mesmos, tomar a nossa cruz e segui-lo. Mas, se é “evangelho”, significa que é uma boa notícia, mas abraçar a cruz não parece ser uma boa notícia. E se não estamos enxergando a boa notícia é porque, talvez, não percebamos a profundidade do que o Cristo está ensinando. 

É importante reconhecer que Deus é o Deus da vida, mas o inimigo, Satanás, apresenta-nos um simulacro de vida: “A vida verdadeira está em buscar a felicidade neste mundo”. Pois bem, sendo o pai da mentira, ele apresenta as coisas com uma aparência de verdade: por fora, é muito atraente, a embalagem é boa, mas, por dentro, o produto é estragado.

Já o Evangelho é o contrário. Por fora, é aparentemente assustador, porque nos pede a renúncia, abraçar a cruz e enveredar por uma porta estreita, enquanto nós, evidentemente, preferiríamos seguir o caminho mais largo. Contudo, esse invólucro assustador traz dentro de si um grande tesouro. Sim, o Reino dos Céus é um tesouro escondido sob o véu da fé. Então, precisamos penetrar através da luz da fé e meditar sobre este Evangelho.

O que quer dizer esse tomar a cruz? “Tomar a cruz” é uma metáfora que ele explica de forma mais clara quando diz: “Renuncia a ti mesmo”. Ou seja, precisamos crucificar o homem egoísta que está em nós. Se quisermos de fato amar, estamos buscando a verdadeira vida. Existe dentro de nós uma espécie de parasita; sim, um parasita que está sugando nossa energia, como aqueles vermes que, de tanto consumir nossos nutrientes, deixam-nos amarelos, abatidos, magros e disformes. Nesse caso, tomar um vermífugo é morte para os parasitas, não para nós.

Então, renunciar a si mesmo significa renunciar ao egoísta, ao homem velho que está parasitando a minha vida verdadeira. Sim, é verdade, o remédio é amargo na hora, mas depois é doce, porque nos dá a vida verdadeira, a vida do amor. O Evangelho é a boa notícia do amor, mas não pensemos que seja possível trilhar o caminho do amor e continuar nas nossas comodidades burguesas. Não! Deus vai nos contrariar. Não é possível que o Deus da vida não contrarie quem vive imerso numa cultura de morte e de egoísmo. As coisas não se coadunam, não dá para conciliar o Deus do amor com o homem velho e egoísta; o Deus da vida não tolera a vida mortífera daqueles que se acostumaram a estar no pecado.

 
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