Salvai-nos, Senhor nosso Deus, e do meio das nações nos congregai, para ao vosso nome agradecer e para termos nossa glória em vos louvar! (Sl 105,47)
Incontáveis são as possibilidades de fazer o bem ao próximo ao longo do dia. Importante é não desanimarmos e nos mantermos nesse propósito, apesar dos obstáculos. Busquemos motivações e força na Palavra de Deus, que nos convida: “Perseverai no amor fraterno”.
Leitura da carta aos Hebreus – Irmãos, 1perseverai no amor fraterno. 2Não esqueçais a hospitalidade, pois, graças a ela, alguns hospedaram anjos sem o perceber. 3Lembrai-vos dos prisioneiros, como se estivésseis presos com eles, e dos que são maltratados, pois também vós tendes um corpo! 4O matrimônio seja honrado por todos e o leito conjugal, sem mancha, porque Deus julgará os imorais e adúlteros. 5Que o amor ao dinheiro não inspire a vossa conduta. Contentai-vos com o que tendes, porque ele próprio disse: “Eu nunca te deixarei, jamais te abandonarei”. 6De modo que podemos dizer, com ousadia: “O Senhor é meu auxílio, jamais temerei; que poderá fazer-me o homem?” 7Lembrai-vos de vossos dirigentes, que vos pregaram a Palavra de Deus, e, considerando o fim de sua vida, imitai-lhes a fé. 8Jesus Cristo é o mesmo, ontem e hoje e por toda a eternidade. – Palavra do Senhor.
O Senhor é minha luz e salvação!
1. O Senhor é minha luz e salvação; / de quem eu terei medo? / O Senhor é a proteção da minha vida; / perante quem eu tremerei? – R.
2. Se contra mim um exército se armar, / não temerá meu coração; / se contra mim uma batalha estourar, / mesmo assim confiarei. – R.
3. Pois um abrigo me dará sob o seu teto / nos dias da desgraça; / no interior de sua tenda há de esconder-me / e proteger-me sobre a rocha. – R.
4. Senhor, é vossa face que eu procuro; / não me escondais a vossa face! / Não afasteis em vossa ira o vosso servo, † sois vós o meu auxílio! / Não me esqueçais nem me deixeis abandonado. – R.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Felizes os que observam a Palavra do Senhor de reto coração / e que produzem muitos frutos, até o fim perseverantes! (Lc 8,15) – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Naquele tempo, 14 o rei Herodes ouviu falar de Jesus, cujo nome se tinha tornado muito conhecido. Alguns diziam: “João Batista ressuscitou dos mortos. Por isso os poderes agem nesse homem”. 15Outros diziam: “É Elias”. Outros ainda diziam: “É um profeta como um dos profetas”. 16Ouvindo isso, Herodes disse: “Ele é João Batista. Eu mandei cortar a cabeça dele, mas ele ressuscitou!” 17Herodes tinha mandado prender João e colocá-lo acorrentado na prisão. Fez isso por causa de Herodíades, mulher do seu irmão Filipe, com quem se tinha casado. 18João dizia a Herodes: “Não te é permitido ficar com a mulher do teu irmão”. 19Por isso Herodíades o odiava e queria matá-lo, mas não podia. 20Com efeito, Herodes tinha medo de João, pois sabia que ele era justo e santo, e por isso o protegia. Gostava de ouvi-lo, embora ficasse embaraçado quando o escutava. 21Finalmente, chegou o dia oportuno. Era o aniversário de Herodes, e ele fez um grande banquete para os grandes da corte, os oficiais e os cidadãos importantes da Galileia. 22A filha de Herodíades entrou e dançou, agradando a Herodes e seus convidados. Então o rei disse à moça: “Pede-me o que quiseres e eu to darei”. 23E lhe jurou, dizendo: “Eu te darei qualquer coisa que me pedires, ainda que seja a metade do meu reino”. 24Ela saiu e perguntou à mãe: “O que vou pedir?” A mãe respondeu: “A cabeça de João Batista”. 25E, voltando depressa para junto do rei, pediu: “Quero que me dês agora, num prato, a cabeça de João Batista”. 26O rei ficou muito triste, mas não pôde recusar. Ele tinha feito o juramento diante dos convidados. 27Imediatamente, o rei mandou que um soldado fosse buscar a cabeça de João. O soldado saiu, degolou-o na prisão, 28trouxe a cabeça num prato e a deu à moça. Ela a entregou à sua mãe. 29Ao saberem disso, os discípulos de João foram lá, levaram o cadáver e o sepultaram. – Palavra da salvação.
Reflexão
Lemos no Evangelho desta 6.ª-feira a respeito martírio de São João Batista, degolado por causa da vaidade de Herodes. Vemos, pois, a imensidade deste pecado, o seu poder destrutivo, a sua força corruptora. O tetrarca, de fato, se comprazia em ouvir as pregações do Batista: gostava de o escutar, "embora ficasse embaraçado" ao ver-se tão pecador e, ao mesmo tempo, tão indisposto ao arrependimento. Envergonhava-se, quem sabe, de ver-se como efetivamente era: mesquinho e pecador; não se envergonhava, contudo, de sua mesquinharia e de seus pecados. Com efeito, Herodes se agradava ao ouvir a Palavra de Deus; não estava preocupado, porém, em ele próprio agradar ao Senhor. Eis aqui a raiz de sua iniquidade, eis o princípio de suas ações terríveis. Ora, por ser cheia de verdade e justiça, a Palavra de Deus atrai os corações, ilumina as inteligências; mas de nada adianta ouvi-la se não se está disposto a pagar o preço da conversão que ela nos exige.
Chegara, enfim, o "tempo oportuno". Em meio à destemperança de teus festejos, ó Herodes, ainda que o tenhas feito a contragosto, preferiste dar cabo do Batista a desagradar aos convivas. Preferiste tirar a vida de um justo a perder o aplauso dos ímpios. Como poderias crer, ó Herodes, tu que, ainda que te deleites com pregações e homilias, recebes a glória dos teu fâmulos, e não buscas a glória que é só de Deus (cf. Jo 5, 44)? Daqui se vê o que realmente separa o justo de um ímpio. O primeiro quer agradar a Deus; o segundo, apenas a si mesmo. O justo vai à Igreja por amor e renúncia; o ímpio, por vaidade e passatempo. O primeiro, arrependido de suas faltas, escuta: "Não te é permitido ficar com a mulher do teu irmão", e vai logo fazer penitência, deixando para trás a sujeira de sua velha vida; o segundo, ao ouvir a mesma pregação, decide fazer-se de surdo e matar o pregador. Se a Igreja admoesta o justo com incômodas verdades, logo ele se conforma ao que lhe manda a Esposa de Cristo; o ímpio, ao contrário, se não lhe apraz este ou aquele ponto da doutrina, antes julga melhor repreender a Igreja e conformá-la às suas próprias loucuras.
Que Herodes seja para nós, igrejeiros tão pouco cristãos, um aviso sério de que uma vida de verdadeira santidade é muito mais do que devoções ou piedades. Temos de estar dispostos a querer agradar a Deus acima de todas as vanglórias humanas, de todos os olhares deste mundo, ainda que isto nos custe o sangue, nos custe amizades, nos custe a "boa fama" que poderíamos construir. Que o bem-aventurado Precursor do Senhor, com o exemplo de seu martírio, nos evangelize hoje e nos faça livres da "beatice" superficial e maquilada de um Herodes Agripa. Seja o nosso amor pronto a tudo entregar por Deus, a tudo sofrer por Deus, a tudo perder por Deus.
https://padrepauloricardo.org
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