sábado, 10 de fevereiro de 2024

Memória - Santa Escolástica, virgem - Como Cristo nos quer alimentar?

 Tenho compaixão dessa multidão, porque já faz três dias q… | Flickr

Antífona

Como a oliveira verdejante na casa do Senhor, confio na clemência do meu Deus agora e para sempre (Sl 51,10).

Escolástica nasceu na Itália em 480 e lá faleceu em 547. Mulher de profunda intimidade com o Senhor e irmã de sangue de São Bento, fundou, por inspiração dele, a Ordem das Beneditinas. A seu exemplo, valorizemos a vida de oração e de profunda comunhão com Deus.

Primeira Leitura: 1 Reis 12,26-32; 13,33-34

Jeroboão divide o povo, Jesus reparte o pão. Nesse ato ele não age sozinho, mas conta com a colaboração dos discípulos e da multidão. A partilha representa a Eucaristia, em que o pão partido e distribuído é o próprio Jesus.

Leitura do primeiro livro dos Reis – Naqueles dias, 26Jeroboão refletiu consigo mesmo: “Como estão as coisas, o reino vai voltar à casa de Davi. 27Se este povo continuar a subir ao templo do Senhor em Jerusalém para oferecer sacrifícios, seu coração se voltará para o seu soberano, Roboão, rei de Judá; eles me matarão e se voltarão para Roboão, rei de Judá”. 28Depois de ter refletido bem, o rei fez dois bezerros de ouro e disse ao povo: “Não subais mais a Jerusalém! Eis aqui, Israel, os deuses que te tiraram da terra do Egito”. 29Colocou um bezerro em Betel e outro em Dã. 30Isso foi ocasião de pecado, pois o povo ia em procissão até Dã para adorar um dos bezerros. 31Jeroboão construiu também templos sobre lugares altos e designou como sacerdotes homens tirados do povo, que não eram filhos de Levi. 32E instituiu uma festa no dia quinze do oitavo mês, à semelhança da que era celebrada em Judá. E subiu ao altar. Fez a mesma coisa em Betel, para sacrificar aos bezerros que havia feito. E estabeleceu em Betel sacerdotes nos santuários que tinha construído nos lugares altos. 13,33Depois disso, Jeroboão não abandonou o seu mau caminho, mas continuou a tomar homens do meio do povo e a constituí-los sacerdotes dos santuários dos lugares altos. Todo aquele que queria era consagrado e se tornava sacerdote dos lugares altos. 34Esse modo de proceder fez cair em pecado a casa de Jeroboão e provocou a sua ruína e o seu extermínio da face da terra. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 105(106)

Lembrai-vos, ó Senhor, de mim, lembrai-vos, / segundo o amor que demonstrais ao vosso povo.

1. Pecamos como outrora nossos pais, / praticamos a maldade e fomos ímpios; / no Egito nossos pais não se importaram / com os vossos admiráveis grandes feitos. – R.

2. Construíram um bezerro no Horeb / e adoraram uma estátua de metal; / eles trocaram o seu Deus, que é sua glória, / pela imagem de um boi que come feno. – R.

3. Esqueceram-se do Deus que os salvara, / que fizera maravilhas no Egito; / no país de Cam fez tantas obras admiráveis, / no mar Vermelho, tantas coisas assombrosas. – R.

Evangelho: Marcos 8,1-10

Aleluia, aleluia, aleluia.

O homem não vive somente de pão, / mas de toda palavra da boca de Deus (Mt 4,4). – R.

Proclamação do santo Evangelho segundo Marcos 1Naqueles dias, havia de novo uma grande multidão e não tinha o que comer. Jesus chamou os discípulos e disse: 2“Tenho compaixão dessa multidão, porque já faz três dias que está comigo e não tem nada para comer. 3Se eu os mandar para casa sem comer, vão desmaiar pelo caminho, porque muitos deles vieram de longe”. 4Os discípulos disseram: “Como poderia alguém saciá-los de pão aqui no deserto?” 5Jesus perguntou-lhes: “Quantos pães tendes?” Eles responderam: “Sete”. 6Jesus mandou que a multidão se sentasse no chão. Depois, pegou os sete pães e deu graças, partiu-os e ia dando aos seus discípulos, para que os distribuíssem. E eles os distribuíam ao povo. 7Tinham também alguns peixinhos. Depois de pronunciar a bênção sobre eles, mandou que os distribuíssem também. 8Comeram e ficaram satisfeitos, e recolheram sete cestos com os pedaços que sobraram. 9Eram quatro mil, mais ou menos. E Jesus os despediu. 10Subindo logo na barca com seus discípulos, Jesus foi para a região de Dalmanuta. – Palavra da salvação.

Reflexão
 
 Jesus continua fora do território de Israel. Há dois dias, Ele se dirigira à região do Líbano, passando daí para a Decápole, perto da Síria e da Jordânia, onde Ele realiza hoje o milagre da segunda multiplicação dos pães. Mais do que uma repetição ociosa, essa narrativa traz consigo uma nova conotação, que não está presente no primeiro milagre: por estar fora dos limites da Terra Santa, Jesus indica que a sua mensagem e as suas obras se destinam também, ainda que não direta e primariamente, aos pagãos, ou seja, a quem não pertence ao povo eleito. O Senhor já o tinha indicado antes, como se vê no Evangelho de anteontem, ao conceder as “migalhas” do seu ministério àquela mulher siro-fenícia que, graças à sua fé e humildade, conseguiu dele a cura da filha endemoniada. Aqui, porém, Jesus dá muito mais do que migalhas; dá pão, e pão em abundância: “Eram”, estima o evangelista, “quatro mil, mais ou menos”, os que ficaram saciados. O Coração de Cristo nos mostra assim a sua generosidade invencível, que não faz acepção de pessoas e deseja muito ter um encontro íntimo com todos os que dele se aproximam com fé e humildade. Como a siro-fenícia, temos de acercar-nos dele com essas virtudes; como o surdo-mudo do Evangelho de ontem, temos de o buscar na solidão da oração e da ação de graças — às vezes, um deserto de dura travessia — para, ouvindo a sua Palavra e comungando o seu Corpo, sermos alimentados com aquela abundância de graças e consolos que apenas nele podemos achar. Assim nutridos, devemos revestir-nos do mesmo Espírito de Cristo, buscando-o não pelos benefícios e facilidades mundanas que dele se podem alcançar, mas por ser Ele quem é, fonte de todo bem e de todo consolo e força espiritual, digno de ser amado e servido ainda que nada recebêssemos em troca. Saibamos buscá-lo com perseverança, confiantes em que Ele nos dará tudo de que precisarmos, inclusive a graça de o buscarmos com coração reto e simples, fiel e humilde, não com o interesse das turbas que lhe vão ao encalço apenas pelo pão que sustenta o corpo (propter esum), mas com o santo interesse de quem precisa do pão eucarístico (propter Iesum) que nos alimenta nesta caminhada rumo à verdadeira terra prometida, ao Reino que Deus preparou para os seus eleitos.
 
 
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