domingo, 10 de setembro de 2023

23º Domingo do Tempo Comum - Por que devemos corrigir o irmão?

 LITURGIA DA PALAVRA: LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Mt 18,15-20 - 07.09.2014 -  Se ele te ouvir, tu ganharás o teu irmão.

Vós sois justo, Senhor, e justa é a vossa sentença; tratai o vosso servo segundo a vossa misericórdia (Sl 118,137.124).

Reunidos em nome de Jesus, temos a garantia de sua presença entre nós. A liturgia nos motiva a valorizar a correção fraterna, a qual, agindo na caridade, procura o bem do próximo e estreita os laços que nos unem como discípulos e discípulas do Senhor. Somos convidados a superar os conflitos com diálogo e amor mútuo, a fim de que a harmonia e a paz reinem em nosso meio.

Primeira Leitura: Ezequiel 33,7-9

Leitura da profecia de Ezequiel – Assim diz o Senhor: 7“Quanto a ti, filho do homem, eu te estabeleci como vigia para a casa de Israel. Logo que ouvires alguma palavra de minha boca, tu os deves advertir em meu nome. 8Se eu disser ao ímpio que ele vai morrer, e tu não lhe falares, advertindo-o a respeito de sua conduta, o ímpio vai morrer por própria culpa, mas eu te pedirei contas da sua morte. 9Mas, se advertires o ímpio a respeito de sua conduta, para que se arrependa, e ele não se arrepender, o ímpio morrerá por própria culpa, porém tu salvarás tua vida”. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 94(95)

Não fecheis o coração; ouvi hoje a voz de Deus!

1. Vinde, exultemos de alegria no Senhor, / aclamemos o rochedo que nos salva! / Ao seu encontro caminhemos com louvores / e, com cantos de alegria, o celebremos! – R.

2. Vinde, adoremos e prostremo-nos por terra, / e ajoelhemos ante o Deus que nos criou! / Porque ele é o nosso Deus, nosso pastor, † e nós somos o seu povo e seu rebanho, / as ovelhas que conduz com sua mão. – R.

3. Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: / “Não fecheis os corações como em Meriba, / como em Massa, no deserto, aquele dia, † em que outrora vossos pais me provocaram, / apesar de terem visto as minhas obras”. – R.

Segunda Leitura: Romanos 13,8-10

Leitura da carta de São Paulo aos Romanos – Irmãos, 8não fiqueis devendo nada a ninguém, a não ser o amor mútuo, pois quem ama o próximo está cumprindo a Lei. 9De fato, os mandamentos: “Não cometerás adultério”, “não matarás”, “não roubarás”, “não cobiçarás” e qualquer outro mandamento se resumem neste: “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. 10O amor não faz nenhum mal contra o próximo. Portanto, o amor é o cumprimento perfeito da Lei. – Palavra do Senhor.

Evangelho: Mateus 18,15-20

Aleluia, aleluia, aleluia.

O Senhor reconciliou o mundo em Cristo, / confiando-nos sua Palavra; / a Palavra da reconciliação, / a Palavra que hoje, aqui, nos salva (2Cor 5,19). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, Jesus disse a seus discípulos: 15“Se o teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, mas em particular, a sós contigo! Se ele te ouvir, tu ganhaste o teu irmão. 16Se ele não te ouvir, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão seja decidida sob a palavra de duas ou três testemunhas. 17Se ele não vos der ouvido, dize-o à Igreja. Se nem mesmo à Igreja ele ouvir, seja tratado como se fosse um pagão ou um pecador público. 18Em verdade vos digo, tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu. 19De novo, eu vos digo: se dois de vós estiverem de acordo na terra sobre qualquer coisa que quiserem pedir, isso lhes será concedido por meu Pai que está nos céus. 20Pois, onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou aí, no meio deles”. – Palavra da salvação.

Reflexão

No Evangelho de hoje, Jesus nos ensina a praticar a chamada correção fraterna. O contexto em que as palavras de Nosso Senhor se situam é mais um de seus discursos dirigidos particularmente aos discípulos (cf. Mt 18, 1), ou seja, àqueles seguidores mais próximos que, pela , já começaram a compreender quem Ele é em profundidade. São Pedro confessara, poucos versículos antes (cf. Mt 16, 16-20), que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus vivo, e é sobre esta fé que Ele irá edificar a sua Igreja. Ora, é à luz desta realidade — ou seja, do fato de todos nós, pela recepção do mesmo Batismo e pela profissão da mesma fé, sermos membros de um só Corpo Místico — que deve interpretar-se o ensinamento sobre o perdão dos pecados e a correção do próximo. Com efeito, temos de relacionar-nos com o outro como se ele fosse parte nossa, já que todos somos membros de um único Corpo.

Ora, assim como cada um cuida do próprio corpo físico e procura que suas partes tenham saúde, assim também nós devemos zelar pelo bem do nosso irmão, a fim de que a Igreja resplandeça na santidade de seus múltiplos membros e estes, por sua vez, cumpram o propósito com vistas ao qual a ela foram incorporados: a salvação eterna. Devemos, pois, chamar a atenção de quem peca e se desvia do reto caminho, não só pelo bem-estar da comunidade, mas, acima de tudo, para que sejamos verdadeiramente uma unidade em Cristo, cujos laços de amor se consolidarão para sempre no Céu. Por isso, a correção fraterna não tem nunca o objetivo de "vingar-se" de injustiças ou ofensas privadas; visa, antes de mais, reconduzir quem pôs a própria alma em perigo e preservar os pequeninos, que poderiam escandalizar-se com o erro dos irmãos maiores. — Que o Senhor retifique, pois, o nosso coração e nos dê a graça de, com fraterna caridade, não pouparmos esforços para lucrar-Lhe as almas que dEle se afastaram.

 

 https://padrepauloricardo.org

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