sábado, 1 de abril de 2023

5ª Semana da Quaresma - Males providenciais.

 PE. JOÃO CARLOS - BLOG DA MEDITAÇÃO DA PALAVRA: Os sete defeitos dos  fariseus

Ó Senhor, não fiqueis longe de mim! Ó minha força, correi em meu socorro! Sou um verme, e não um homem, opróbrio dos homens e rebotalho da plebe (Sl 21,20.7).

Em sua imensa sabedoria, Deus não deixa seus filhos e filhas mergulhar nas aflições nem desanimar no meio das dificuldades; ao contrário, lhes garante seu socorro: “Eu serei o seu Deus e ele será o meu povo”. Fortaleçamos nossa confiança na misericórdia divina e nossa fé em Jesus, que morreu por amor a nós.

Primeira Leitura: Ezequiel 37,21-28

Leitura da profecia de Ezequiel 21Assim diz o Senhor Deus: “Eu mesmo vou tomar os israelitas do meio das nações para onde foram, vou recolhê-los de toda parte e reconduzi-los para a sua terra. 22Farei deles uma nação única no país, nos montes de Israel, e apenas um rei reinará sobre todos eles. Nunca mais formarão duas nações nem tornarão a dividir-se em dois reinos. 23Não se mancharão mais com os seus ídolos e nunca mais cometerão infames abominações. Eu os libertarei de todo pecado que cometeram em sua infidelidade e os purificarei. Eles serão o meu povo e eu serei o seu Deus. 24Meu servo Davi reinará sobre eles, e haverá para todos eles um único pastor. Viverão segundo meus preceitos e guardarão minhas leis, pondo-as em prática. 25Habitarão no país que dei ao meu servo Jacó, onde moraram vossos pais; ali habitarão para sempre, também eles, com seus filhos e netos, e o meu servo Davi será o seu príncipe para sempre. 26Farei com eles uma aliança de paz, será uma aliança eterna. Eu os estabelecerei e multiplicarei, e no meio deles colocarei meu santuário para sempre. 27Minha morada estará junto deles. Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. 28Assim as nações saberão que eu, o Senhor, santifico Israel, por estar o meu santuário no meio deles para sempre”. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: Jr 31

O Senhor nos guardará qual pastor a seu rebanho.

1. Ouvi, nações, a palavra do Senhor / e anunciai-a nas ilhas mais distantes: / “Quem dispersou Israel vai congregá-lo / e o guardará qual pastor a seu rebanho!” – R.

2. Pois, na verdade, o Senhor remiu Jacó / e o libertou do poder do prepotente. / Voltarão para o monte de Sião, † entre brados e cantos de alegria / afluirão para as bênçãos do Senhor. – R.

3. Então a virgem dançará alegremente, / também o jovem e o velho exultarão; / mudarei em alegria o seu luto, / serei consolo e conforto após a guerra. – R.

Evangelho: João 11,45-56

Salve, ó Cristo, imagem do Pai, / a plena verdade nos comunicai!

Lançai para bem longe toda a vossa iniquidade! / Criai em vós um novo espírito e um novo coração! (Ez 18,31) – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, 45muitos dos judeus que tinham ido à casa de Maria e viram o que Jesus fizera, creram nele. 46Alguns, porém, foram ter com os fariseus e contaram o que Jesus tinha feito. 47Então os sumos sacerdotes e os fariseus reuniram o conselho e disseram: “O que faremos? Esse homem realiza muitos sinais. 48Se deixamos que ele continue assim, todos vão acreditar nele, e virão os romanos e destruirão o nosso lugar santo e a nossa nação”. 49Um deles, chamado Caifás, sumo sacerdote em função naquele ano, disse: “Vós não entendeis nada. 50Não percebeis que é melhor um só morrer pelo povo do que perecer a nação inteira?” 51Caifás não falou isso por si mesmo. Sendo sumo sacerdote em função naquele ano, profetizou que Jesus iria morrer pela nação. 52E não só pela nação, mas também para reunir os filhos de Deus dispersos. 53A partir desse dia, as autoridades judaicas tomaram a decisão de matar Jesus. 54Por isso, Jesus não andava mais em público no meio dos judeus. Retirou-se para uma região perto do deserto, para a cidade chamada Efraim. Ali permaneceu com os seus discípulos. 55A Páscoa dos judeus estava próxima. Muita gente do campo tinha subido a Jerusalém para se purificar antes da Páscoa. 56Procuravam Jesus e, ao reunirem-se no templo, comentavam entre si: “O que vos parece? Será que ele não vem para a festa?” – Palavra da salvação.

Reflexão
 
 No Evangelho de hoje, o sumo sacerdote Caifás pronuncia, sem se dar conta, uma profecia que se cumprirá dentro em pouco: “Não compreendeis que é melhor para vós morrer um só homem pelo povo do que ser destruída toda a nação?” Jesus acaba de ressuscitar Lázaro, e muitos judeus, por causa disso, começam a acreditar nele. Vendo a agitação do povo, enlevado pela pregação e as obras de Cristo, os chefes da nação decidem eliminá-lo de uma vez por todas:  “A partir desse dia”, escreve S. João, “resolveram matá-lo”. O mesmo evangelista faz notar ainda que Caifás não disse aquelas palavras “por si mesmo”, mas por ser o sumo sacerdote em função naquele ano. Esse pequeno comentário de João traz à tona uma verdade que ficará em destaque ao longo de toda a Semana Santa, a saber: Deus, em sua infinita sabedoria, serve-se dos maus como instrumentos de seu desígnio salvífico. Isso não quer dizer, é claro, que Deus queira ou produza o mal positivamente, mas que, ao permiti-lo — respeitando a liberdade de suas criaturas —, usa-o para alcançar bens ainda maiores. O demônio é livre, Caifás também o é, assim como Pilatos, Herodes, Judas e tantos outros que, de alguma maneira, cooperaram para a Paixão do Senhor. Todo o mal que fizeram por livre decisão serviu, segundo a providência divina, para alcançar-nos o maior bem que poderíamos receber: a nossa eterna salvação. Porque, como diz S. Paulo, “todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8, 28). Por isso, se estamos em sua graça, não há mal ou sofrimento que padeçamos que não sirva, de um modo ou de outro, para a nossa santificação pessoal. Da convergência dos pecados, livres e assumidos, dos que mataram a Cristo brotaram os frutos da Redenção; das tribulações que, unidos ao Senhor, suportamos neste mundo nos virão os méritos da recompensa futura. Que a Virgem SS. nos dê a graça de nos abandonarmos filialmente à bondosa providência de Deus, que respeita a nossa liberdade e sabe valer-se até mesmo das nossas faltas para reconduzir-nos ao caminho da justiça.
 
 
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