segunda-feira, 9 de setembro de 2024

23ª Semana do Tempo Comum - Quais são as nossas reais intenções?

 Lucas 6, 6-11: Levántate y quédate de pie delante de todos – Boosco.org

Primeira Leitura (1Cor 5,1-8)

Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios

Irmãos, 1 é voz geral que está acontecendo, entre vós, um caso de imoralidade; e de imoralidade tal que nem entre os pagãos costuma acontecer: um dentre vós está convivendo com a própria madrasta. 2 No entanto, estais inchados de orgulho, ao invés de vestirdes luto, a fim de que fosse tirado do meio de vós aquele que assim procede? 3 Pois bem, embora ausente de corpo, mas presente em espírito, eu julguei, como se estivesse aí entre vós, esse tal que tem procedido assim: 4 Em nome do Senhor Jesus - estando vós e eu espiritualmente reunidos com o poder do Senhor nosso, Jesus - 5 entregamos tal homem a Satanás, para a ruína da carne, a fim de que o espírito seja salvo, no dia do Senhor. 6 Vós vos gloriais sem razão! Acaso ignorais que um pouco de fermento leveda a massa toda? 7 Lançai fora o fermento velho, para que sejais uma massa nova, já que deveis ser sem fermento. Pois o nosso cordeiro pascal, Cristo, já está imolado. 8 Assim, celebremos a festa, não com velho fermento, nem com fermento de maldade ou de perversidade, mas com os pães ázimos de pureza e de verdade.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Responsório Sl 5,5-6.7.12 (R. 9a)

— Na vossa justiça guiai-me Senhor!

— Na vossa justiça guiai-me Senhor!

— Não sois um Deus a quem agrade a iniquidade, não pode o mau morar convosco; nem os ímpios poderão permanecer perante os vossos olhos.

— Detestais o que pratica a iniquidade e destruís o mentiroso. Ó Senhor, abominais o sanguinário, o perverso e enganador.

— Mas exulte de alegria todo aquele que em vós se refugia; sob a vossa proteção se regozijem, os que amam vosso nome! 

Evangelho (Lc 6,6-11)

— Aleluia, Aleluia, Aleluia.

— Minhas ovelhas escutam minha voz e eu as conheço e elas me seguem.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas

— Glória a vós, Senhor.

Aconteceu num dia de sábado 6 que Jesus entrou na sinagoga, e começou a ensinar. Aí havia um homem cuja mão direita era seca. 7 Os mestres da Lei e os fariseus o observavam, para verem se Jesus iria curá-lo em dia de sábado, e assim encontrarem motivo para acusá-lo. 8 Jesus, porém, conhecendo seus pensamentos, disse ao homem da mão seca: "Levanta-te, e fica aqui no meio". Ele se levantou, e ficou de pé. 9 Disse-lhes Jesus: "Eu vos pergunto: O que é permitido fazer no sábado: o bem ou o mal, salvar uma vida ou deixar que se perca?" 10 Então Jesus olhou para todos os que estavam ao seu redor, e disse ao homem: "Estende a tua mão." O homem assim o fez e sua mão ficou curada. 11 Eles ficaram com muita raiva, e começaram a discutir entre si sobre o que poderiam fazer contra Jesus.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.

Reflexão

É dia de sábado. Está Jesus na sinagoga, rodeado de judeus. Entre eles, há um de mão seca. Eis o cenário que todos veem; mas há algo que só Jesus pode enxergar: o segredo dos corações. Com efeito, ali também estavam os mestres da Lei, e o Senhor bem lhes conhecia a maldade, porque eles o observavam, para ver se, curando em dia de sábado aquele irmão doente, teriam motivo para o acusar de impiedade e desobediência. Jesus, porém, conhecendo esses pensamentos maliciosos, não tem medo de os enfrentar e, devolvendo a saúde à mão do homem, demonstrar a todos, de hoje e de então, que a caridade está acima até mesmo do preceito sabático. Não porque este não tenha importância, mas porque a sua finalidade, ao contrário do que pensavam os fariseus, não era uma inação absoluta, mas dispor o homem, mediante o culto divino, para a superabundância do amor a Deus e ao próximo. Apesar da boa obra que veem Jesus realizar, os doutores e mestres da Lei “ficaram com muita raiva, e começaram a discutir entre si sobre o que poderiam fazer contra Ele”. Essa atitude, por sua vez, mostra que nem sempre, quando pensamos estar cumprindo os Mandamentos de Deus e da Igreja, temos uma intenção totalmente reta. Os fariseus que aqui vemos, por exemplo, observavam os rituais da sua religião com uma fidelidade mais do que literal, e no entanto o coração e os pensamentos deles estavam longe de Deus. Também isso pode suceder conosco, quando a prática da nossa santa religião, de início até bem intencionada, se vai transformando pouco a pouco num culto a nós mesmos, onde Jesus só parece ter espaço como certo “adereço” piedoso, e não como centro ao qual convergem todos os nossos afetos e ações. Façamos, pois, um sincero exame de consciência e vejamos se, na nossa vida cristã, o que nos tem movido é o desejo de nos unirmos a Cristo, despojando-nos do que somos para sermos todos dele, ou a pretensão, oculta e silenciada, de cultuarmos a nossa própria imagem, fazendo Deus servir aos nossos caprichos. Deixemos que Cristo nos revele a nossa miséria e vergonha: “Levanta-te, e fica aqui no meio”, porque é só assim, com franqueza e humildade, que poderemos começar a dar-lhe o culto que Ele merece.

 

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