domingo, 23 de junho de 2024

12º Domingo do Tempo Comum - Acaso Deus está dormindo?

 Jesus acalma uma tempestade no mar cartazes para a parede • posters  discípulos, repreensão, Galiléia | myloview.com.br

O Senhor é a força do seu povo, é a fortaleza de salvação do seu Ungido. Salvai vosso povo, Senhor, abençoai vossa herança e governai-a pelos séculos (Sl 27,8s).

Em meio aos sofrimentos e às contrariedades da vida, que chegam como ondas perigosas, necessitamos da graça do Senhor, a fim de não sermos tragados e submersos pelo medo e pela falta de fé. Invoquemos a Jesus, nosso Mestre, nesta liturgia, para que venha em nosso socorro com a força do seu amor.

Primeira Leitura: Jó 38,1.8-11

Diante dos frequentes perigos que nos ameaçam, a Palavra de Deus nos anima e nos garante a presença do Senhor. Nele perdemos o medo e somos novas criaturas.

Leitura do livro de Jó 1O Senhor respondeu a Jó, do meio da tempestade, e disse: 8“Quem fechou o mar com portas quando ele jorrou com ímpeto do seio materno, 9quando eu lhe dava nuvens por vestes e névoas espessas por faixas; 10quando marquei seus limites e coloquei portas e trancas, 11e disse: ‘Até aqui chegarás, e não além; aqui cessa a arrogância de tuas ondas’?” – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 106(107)

Dai graças ao Senhor porque ele é bom, / porque eterna é a sua misericórdia!

1. Os que sulcam o alto-mar com seus navios, / para ir comerciar nas grandes águas, / testemunharam os prodígios do Senhor / e as suas maravilhas no alto-mar. – R.

2. Ele ordenou, e levantou-se o furacão, / arremessando grandes ondas para o alto; / aos céus subiam e desciam aos abismos, / seus corações desfaleciam de pavor. – R.

3. Mas gritaram ao Senhor na aflição, / e ele os libertou daquela angústia. / Transformou a tempestade em bonança, / e as ondas do oceano se calaram. – R.

4. Alegraram-se ao ver o mar tranquilo, / e ao porto desejado os conduziu. / Agradeçam ao Senhor por seu amor / e por suas maravilhas entre os homens! – R.

Segunda Leitura: 2 Coríntios 5,14-17

Leitura da segunda carta de São Paulo aos Coríntios – Irmãos, 14o amor de Cristo nos pressiona, pois julgamos que um só morreu por todos e que, logo, todos morreram. 15De fato, Cristo morreu por todos, para que os vivos não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou. 16Assim, doravante, não conhecemos ninguém conforme a natureza humana. E, se uma vez conhecemos Cristo segundo a carne, agora já não o conhecemos assim. 17Portanto, se alguém está em Cristo, é uma criatura nova. O mundo velho desapareceu. Tudo agora é novo. – Palavra do Senhor.

Evangelho: Marcos 4,35-41

Aleluia, aleluia, aleluia.

Um grande profeta surgiu, / surgiu e entre nós se mostrou; / é Deus que seu povo visita, / seu povo meu Deus visitou (Lc 7,16). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – 35Naquele dia, ao cair da tarde, Jesus disse a seus discípulos: “Vamos para a outra margem!” 36Eles despediram a multidão e levaram Jesus consigo, assim como estava, na barca. Havia ainda outras barcas com ele. 37Começou a soprar uma ventania muito forte e as ondas se lançavam dentro da barca, de modo que a barca já começava a se encher. 38Jesus estava na parte de trás, dormindo sobre um travesseiro. Os discípulos o acordaram e disseram: “Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?” 39Ele se levantou e ordenou ao vento e ao mar: “Silêncio! Cala-te!” O vento cessou e houve uma grande calmaria. 40Então Jesus perguntou aos discípulos: “Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?” 41Eles sentiram um grande medo e diziam uns aos outros: “Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?” – Palavra da salvação.

Reflexão
A Liturgia de hoje nos propõe à meditação o Evangelho da tempestade acalmada. Jesus dorme tranquilamente na barca de Pedro, símbolo da Igreja, que, chacoalhada de um lado a outro pelas ondas do Mar da Galileia, parece estar a ponto de ir a pique. Diante de uma Igreja em crise, cujos átrios parecem encher-se d’água, fazemos eco à pergunta dos Apóstolos: “Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?” É fácil ver como nesse Evangelho está presente a história do Corpo de Cristo ao longo dos séculos: seus problemas, suas crises, seus dilemas e a aparente “inatividade” de Jesus. O difícil é perceber quais são as conclusões que daí se podem tirar. Por que o Senhor parece às vezes estar adormecido, esquecido de sua Esposa, desatento às necessidades dela, como nos mostram tantos períodos dramáticos em que o pecado e a dissolução chegaram até mesmo ao trono de Pedro? E no entanto é justamente nestes momentos de dor, de fracasso, derrota, que Deus quer fazer surgir o triunfo e manifestar o poder de sua graça. O Cristo que desperta do sono e se levanta para acalmar a tempestade é o Jesus ressuscitado que, levantando-se do túmulo, vem acalmar a tempestade da nossa falta de fé. Ele, o guarda de Israel, não dorme nem cochila, senão que se demora, ainda que entrementes tenhamos de sofrer, para introduzir-nos ao fim numa vida nova. Peçamos a Maria SS., Mãe da Igreja, que nos dê grande confiança no poder, na presença e no cuidado constante que seu Filho não deixa nunca de nos dispensar.


https://padrepauloricardo.org

Nenhum comentário: