quarta-feira, 8 de abril de 2015

A IGREJA CATÓLICA NÃO ERA AQUILO QUE EU IMAGINAVA SER.

Conheça o belo testemunho de Joathan, o jovem que, graças ao Papa Francisco e à formação do site, abandonou o protestantismo para abraçar a fé católica.

A Jornada Mundial da Juventude de 2013 foi um evento decisivo para o jovem Joathan, de Mossoró, Rio Grande do Norte. Depois de cinco anos no protestantismo, o seu coração inquieto conheceu o sucessor de São Pedro e voltou para casa. Conheça o seu belo testemunho e descubra como a formação do site fê-lo deixar o mundo e as suas ilusões para abraçar a fé católica.
Olá, meus caros da Equipe Christo Nihil Praeponere!
Sei que o Reverendíssimo Padre Paulo Ricardo é um homem muito atarefado, mas gostaria que, se possível, pelo menos uma parte desta mensagem chegasse até ele. Na verdade, gostaria de ter falado sobre minha história a vocês há muito tempo, mas após ver a postagem "Católico e protestante debatem em avião", senti que já era hora de contar como o Pe. Paulo Ricardo ajudou a me levar a Roma. Aí vai:

"Eu peço que vocês sejam revolucionários, que vão contra a corrente; sim, nisto peço que se rebelem: que se rebelem contra esta cultura do provisório que, no fundo, crê que vocês não são capazes de assumir responsabilidades, que não são capazes de amar de verdade. Eu tenho confiança em vocês, jovens, e rezo por vocês. Tenham a coragem de 'ir contra a corrente'. Tenham a coragem de ser felizes!" (Papa Francisco, Encontro com os Voluntários da JMJ, 28 de julho de 2013)
Amado padre,

Parecia que seria uma semana normal, mas, na realidade, a partir dali minha vida mudaria por completo. Começava a Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro. Um evento que parecia sem importância para mim, afinal, há cinco anos eu tinha ingressado em uma igreja protestante.

Aos 12 anos, batizado e nascido em uma família católica, aceitei o convite de um amigo para assistir a um culto na Assembleia de Deus. No início do culto, o pastor informava à comunidade que ali se encontrava um jovem que queria aceitar a Jesus como seu Salvador. Naquele ambiente totalmente novo, aquilo parecia irresistível.

Eu, inocente, era esse jovem. Fascinado com a alegria daquelas pessoas, pela forma calorosa com a qual fui recepcionado, levantei a mão e fui conduzido até o púlpito para que a assembleia fizesse uma oração. No dia seguinte, fui à primeira aula de um curso de novos convertidos.

Naquelas aulas aprendi que adorar imagens era errado, que o sacerdote pode casar, que somos salvos apenas pela fé no Senhor Jesus, que a Bíblia é a única fonte infalível de fé e que nos seus 2.000 anos a Igreja Católica havia se perdido e se tornado um antro de perdição. Poucos anos depois, me tornei professor convidado do curso e lecionava a aula sobre Bíblia, quando aproveitava para reverenciar os reformadores protestantes, que teriam tornado as Sagradas Escrituras acessíveis a todos, firmados nos postulados da sola Scriptura e na livre interpretação pessoal.

Cinco anos depois, algo me incomodava. Meu coração sofria um turbilhão de emoções, de pensamentos desordenados. As palavras daquele Papa sorridente, de alguma forma, preenchiam um vazio dentro de mim. As imagens que eu via, na televisão, daquela miríade de jovens exultando alegria com sua fé católica me perturbavam.

Após a Jornada, notei que, no Instituto Federal do Rio Grande do Norte, onde eu estudava, havia um grupo universitário de oração tímido, mas bastante ativo, e que aquelas quatro pessoas davam um testemunho genuíno da sua fé (enquanto isso, o grupo de oração protestante estava desativado porque os irmãos evangélicos não se interessavam mais em manter os encontros).

"Como é possível?" – eu me perguntava. Meus pastores haviam ensinado que a Igreja Católica era a grande babilônia, a prostituta do Apocalipse! Qual a explicação para a alegria daqueles jovens com sua fé? Eu ouvira suposições de que o Papa era o Anticristo. Mas como Francisco confortava tanto meu coração?

Apesar de pertencer a uma igreja pentecostalista, eu não era como os outros. Preferia me recolher aos estudos de teologia, à oração individual e silenciosa, à evangelização nos hospitais e favelas. Buscava, dia e noite, a santificação. Mas como não me identificava com minha própria igreja, minha fé enfraquecia, minha busca sempre falhava. Meu pastor passou a proibir os jovens de irem ao shopping, ao cinema, as meninas de fazer um penteado curto. Segundo ele, não era coisa de cristão. E eu não podia concordar com aquilo.

Havia um vazio dentro de mim. Faltava algo. Finalmente, percebi que não era compatível com a Assembleia de Deus. Não podia encontrar ali o cristianismo de que gostaria. Por isso, no começo do ano, havia me afastado de uma vez por todas da igreja. O remédio para minha angústia foi o mundo e as ilusões que ele tem para oferecer.
Na verdade, meu choque ao ver aqueles jovens na JMJ ou aqueles do grupo de oração católico é que eles pareciam ser o que eu sempre quis ser também. Eles amavam ardentemente sua fé, sua Igreja, seu Papa. Aquilo que eu passei a observar ia de encontro com o que eu sempre havia pensado sobre religião. Se igreja protestante tinha erros, a católica muito mais!
Essa inquietação me fez ir atrás de respostas. Lembrei que tinha um site de um padre que eu odiava, em virtude dos seus vídeos criticando a fé protestante. O padre Paulo Ricardo! Acabei me tornando assinante do site e as aulas sobre o culto aos santos e às imagens e a sua intercessão foram o estopim para eu descobrir que não conhecia nada sobre catolicismo e deveria me aprofundar mais no assunto.

Foi então que eu descobri que os católicos não adoram os santos. Que, ao contrário do que eu ensinava nas aulas sobre a Bíblia, as indulgências e o purgatório faziam sentido, sim! Que, mesmo após a morte, continuamos pertencentes ao Corpo Místico de Cristo e nem a própria morte pode nos separar de Seu amor e da comunhão dos santos! Logo percebi que as doutrinas católicas nunca se chocavam com as Sagradas Escrituras e que estas só podiam existir graças à Sagrada Tradição (única fonte de fé dos primeiros cristãos) zelada pelo Magistério da Igreja, o fidei depositum.

Definitivamente, a Igreja Católica não era aquilo que eu imaginava ser.

Logo, comecei a frequentar as missas na Paróquia de São José. Ia aos sábados, visto que tinha menos gente e seria mais difícil alguém me reconhecer. Eu reparava em cada detalhe. Observava as imagens no Altar, me perdia a cada gesto feito pela assembleia na liturgia. Por que aquilo tudo? Eu não sabia. Só sabia que, de alguma forma, me sentia bem em estar ali.

Foi aí que eu percebi que estava diante de uma numerosa família de santos e anjos. Mais que uma comunidade eclesial, a Igreja é uma família na qual Cristo se faz real e substancialmente presente na Eucaristia, que alimenta e mantém firme aqueles que vão ao Seu encontro. Só então pude entender o verdadeiro significado da parusia tão falada no Novo Testamento. Não se trata apenas da vinda do Senhor no final dos tempos, mas também de sua presença real e gloriosa na Eucaristia. Eu tinha de fazer parte dessa família!

Padre, a Igreja é tão bela e minhas descobertas foram tão extraordinárias que é difícil resumir em um e-mail – dá para escrever um livro! Ah, eu poderia ainda falar sobre como me tornei escravo de amor de Nossa Senhora. Ainda relutei durante vários meses para ter meu encontro com Ela e ele só foi possível depois que descobri, através do senhor, o Tratado da Verdadeira Devoção. Mas fica para a próxima!

O fato é que aquele vazio já é passado. Conheci uma pequena comunidade nova chamada Missão Fides in Deum, onde me tornei vocacionado e hoje sou missionário. Aqui não me canso de retransmitir tudo o que aprendo com o senhor e numerosos outros santos, como Santa Teresa de Ávila e os santos doutores João da Cruz, Teresa de Lisieux, Tomás de Aquino, Agostinho e todo o vasto Magistério da Igreja, além – é claro – da minha querida e amada Beata Chiara Luce, um exemplo extraordinário para jovens católicos que, assim como eu, travam uma batalha espiritual diariamente nas universidades a fim de rejeitar o que é efêmero e dizer sim ao que é eterno e à vida em plenitude. O senhor – com seu site – me ajudou a chegar aqui! Não sei como agradecê-lo!

Hoje, menos de dois anos depois do que relatei aqui, minha vida é totalmente diferente. Amar Jesus Cristo e dedicar a vida à Igreja é o verdadeiro caminho da felicidade, não obstante a pesada cruz que isso requer que suportemos. Sim, padre, vale a pena!

Que o Senhor Jesus abençoe cada vez mais seu trabalho para que mais e mais católicos voltem à Mãe Igreja para beber da água de vida eterna, dos sacramentos e do rico magistério católico, a fim de que seja possível que mais homens como eu, afastados e sedentos de Deus, encontrem a verdade, "algo completamente novo. Como uma esperança que lhes cabe, como uma resposta que sempre procuraram secretamente", como diz o Papa Bento XVI.

Inobstante toda a distância de Mossoró a Cuiabá, peço que meu anjo da guarda vá a seu encontro e transmita meu mais sincero e agradecido abraço!

Que Santa Luzia, padroeira de nossa Diocese, seja luz no múnus que o Senhor te confiou e Maria Santíssima, Senhora de Todos os Santos, interceda e ampare sempre todos vocês da Equipe Christo Nihil Praeponere.

Contem com minhas orações!

Mossoró/RN, 21 de março de 2015

Em Cristo,

Joathan.







Christo Nihil Praeponere 

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