quarta-feira, 13 de novembro de 2013

IGREJA: CARISMAS DIFERENTES, MAS UM MESMO ESPÍRITO

Uma oportunidade especial para refletir de maneira generosa sobre a universalidade da Igreja Católica.


Manuel Bru
© GABRIEL BOUYS / AFP








O Papa Francisco se referiu recentemente aos carismas na Igreja como "dons e graças especiais que o Espírito Santo distribui para a edificação da Igreja". E explicou como eles enriquecem a caridade, que está acima de tudo: "Sem amor, os carismas são vãos. Com amor, até o menor dos nossos atos repercute em benefício de todos".
O Santo Padre insistiu em que os bens espirituais que compartilhamos na Igreja estão ao serviço da comunhão e da missão e, mediante a comunhão dos santos, cada um de nós é sinal e sacramento do amor de Deus aos demais e ao mundo inteiro.
A vivência da "espiritualidade de comunhão", já proposta pelo Beato João Paulo II, aplicada à relação entre os velhos e os novos carismas, e entre eles e as igrejas locais, não consiste em uma espécie de fusão, no caso dos novos, perdendo cada um sua identidade e seu carisma; ou de um controle excessivo da contribuição dos antigos carismas religiosos por parte das estruturas diocesanas, freando sua vocação de missão de fronteira.
 
Ao contrário, trata-se de que todos se conheçam e reconheçam a novidade de cada carisma com a mesma alegria com que se experimenta a vivência da novidade do próprio; de dar um testemunho, diante da Igreja e da humanidade, de unidade (que é todo o contrário à uniformidade), de comunhão entre eles e de comunhão com toda a Igreja.
 
Este tempo se apresenta como uma esplêndida e providencial ocasião para contemplar com generosidade a universalidade da urgência evangelizadora, retomar o tesouro dos antigos, mas sempre novos carismas que regaram a Igreja com tantas ordens religiosas, e confrontar isso com a seiva dos novos carismas eclesiais, carismas que o Espírito Santo quis dar principalmente aos leigos, para acelerar uma nova primavera para as nossas Igrejas, para ser um povo evangelizado e evangelizador.
Talvez, se fôssemos um pouco menos fechados e tornássemos nossa a riqueza do outro na comunhão da Igreja, e buscássemos o bem da comunidade eclesial mais distante do mundo como se fosse a nossa; se pudéssemos, por um instante, ver a Igreja e o mundo com o olhar universal do Papa Francisco, e sentíssemos a paixão por amá-los como ele os ama, nossas igrejas acordariam do sonho e do desânimo e, na missão, encontrariam a luz e a vitalidade pelas quais anseiam.

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