quarta-feira, 30 de novembro de 2011

POR QUE OS JOVENS ABANDONAM A IGREJA?



Um livro tenta entender as razões
Pe. John Flynn, LC

ROMA, segunda-feira, 28 de novembro de 2011 (ZENIT.org) - É sabido que muitos jovens deixam de ser frequentadores ativos da Igreja.
O livro You Lost Me: Why Young Christians are Leaving the Church... and Rethinking Faith [“Fui! - Por que jovens cristãos estão abandonando a Igreja... e repensando a fé”], da Baker Books, analisa uma vasta pesquisa estatística do Grupo Barna para descobrir quais são as razões que levam os jovens para longe da Igreja.
Os autores David Kinnaman e Aly Hawkins analisaram uma enorme gama de estatísticas e apontaram três realidades particularmente importantes sobre a situação dos jovens.
1. As igrejas têm um envolvimento ativo com os adolescentes, mas depois da crisma, muitos deles param de ir à igreja. Poucos se tornam adulto seguidores de Cristo.

2. As razões pelas quais as pessoas abandonam a Igreja são diversificadas: é importante não generalizar sobre as novas gerações.

3. As igrejas têm dificuldade para formar a próxima geração a seguir a Cristo por causa de uma cultura em constante mudança.
Kinnaman explicou que não se trata de uma diferença de gerações. Não é verdade que os adolescentes de hoje sejam menos ativos na Igreja do que os de épocas anteriores. Aliás, quatro em cada cinco adolescentes na América do Norte, por exemplo, ainda passam parte da infância ou da adolescência numa congregação cristã ou numa paróquia. O que acontece é que a formação que eles recebem não é profunda o suficiente, e desaparece quando os jovens chegam à casa dos 20 anos de idade.
Para católicos e protestantes, a faixa etária dos vinte é a de menos compromisso cristão, independentemente da experiência religiosa vivida.
O principal problema é o da relação com a Igreja. Não necessariamente os jovens perdem a fé em Cristo; o que eles abandonam é a participação institucional.

Um fator importante que influencia a juventude é o contexto cultural em que ela vive. Nenhuma outra geração de cristãos, disse Kinnaman, sofreu transformações culturais tão profundas e rápidas.
Nas últimas décadas houve grandes mudanças na mídia, na tecnologia, na sexualidade e na economia. Isto levou a um grau muito maior de transitoriedade, complexidade e incerteza na sociedade.
Kinnaman usa ​​três conceitos para descrever a evolução dessas mudanças: acesso, alienação e autoridade.

Em relação ao acesso, ele salienta que o surgimento do mundo digital revolucionou a forma como os jovens se comunicam entre si e obtêm informações, o que gerou mudanças significativas na forma de se relacionarem, trabalharem e pensarem.
Há nisso um lado positivo, porque a internet e as ferramentas digitais abriram imensas oportunidades para difundir a mensagem cristã. No entanto, também há mais acesso a outros pontos de vista e outros valores culturais, mas com redução da capacidade de avaliação crítica.

Sobre a alienação, Kinnaman observa que muitos adolescentes e jovens adultos sofrem de isolamento em suas próprias famílias, comunidades e instituições. O elevado índice de separações, divórcios e nascimentos fora do casamento significa que um número crescente de pessoas crescem em contextos não-tradicionais, ou seja, onde a estrutura familiar é carente.
De acordo com Kinnaman, muitas igrejas não têm soluções pastorais para ajudar efetivamente aqueles que não seguem a rota tradicional rumo à vida adulta.

Além disso, muitos jovens adultos são céticos quanto às instituições que moldaram a sociedade no passado. Este ceticismo se transforma em desconfiança na autoridade.
A tendência ao pluralismo e à polêmica entre idéias conflitantes tem precedência sobre a aceitação das Escrituras e das normas morais.
Kinnaman observa que a tensão entre fé e cultura e um intenso debate também podem ter um resultado positivo, mas requerem novas abordagens pelas igrejas.

Ao analisar as causas do afastamento dos jovens das igrejas, Kinnaman admite que esperava encontrar uma ou duas razões principais, mas descobriu uma grande variedade de frustrações que levam as pessoas a esse abandono.
Alguns vêem a igreja como um obstáculo à criatividade e à auto-expressão. Outros se cansam de ensinamentos superficiais e da repetição de lugares-comuns.

Os mais intelectuais percebem uma incompatibilidade entre fé e ciência.
Por último, mas não menos importante, tem-se a percepção de que a Igreja impõe regras repressivas quanto à moralidade sexual. Além disso, as tendências atuais a enfatizar a tolerância e a aceitação de outras opiniões e valores colidem com a afirmação do cristianismo de possuir verdades universais.
Outros jovens cristãos dizem que sua igreja não permite que eles expressem dúvidas, e que as eventuais respostas a essas dúvidas não são convincentes.

Kinnaman também descobriu que, em muitos casos, as igrejas não conseguem educar os jovens em profundidade suficiente. Uma fé superficial deixa adolescentes e jovens adultos com uma lista de crenças vagas e uma desconexão entre a fé e a vida diária. Como resultado, muitos jovens consideram o cristianismo chato e irrelevante.
No final do livro, Kinnaman fornece recomendações para conter a perda de tantos jovens. É necessária, segundo ele, uma mudança na maneira como as gerações mais velhas encaram as gerações mais jovens.

Kinnaman pede ainda a redescoberta do conceito teológico de vocação, para se promover nos jovens uma consideração mais profunda sobre o que Deus quer deles.
Finalmente, o autor destaca a necessidade de enfatizar mais a sabedoria do que a informação. "A sabedoria significa a capacidade de se relacionar bem com Deus, com os outros e com a cultura".




Permalink:
http://www.zenit.org/article-29296?l=portuguese

PROSELITISMO AGRESSIVO DAS SEITAS.


“Percebe-se, contudo, um certo enfraquecimento da vida cristã no conjunto da sociedade e da própria pertença á Igreja Católica, devido ao proselitismo de numerosas seitas e de novas expressões religiosas”, Papa Bento XVI (1).

O Papa Bento XVI pediu a Igreja Católica do Brasil que não poupe esforços para deter o crescente abandono dos fiéis e enfrentar, por outro lado, a rápida expansão das comunidades evangélicas e neopentecostais. O pedido foi feito durante discurso aos bispos brasileiros, recebidos em Castelgandolfo (a cerca de 30 quilômetros de Roma), na tradicional visita ‘ad limina’, realizada a cada cinco anos pelos representantes eclesiais de cada país.
“É observada um crescente influencia de novos elementos da sociedade, que há poucas dezenas de anos não existiam. Isto provoca um crescente abandono por parte de muitos católicos da vida eclesial ou inclusive a Igreja, enquanto no panorama religioso do Brasil se assiste á rápida expansão das comunidades evangélicas neopentecostais”, explicou o Papa Bento XVI.
Segundo o Papa, este afastamento se deve a “uma evangelização, em nível pessoal, às vezes superficial”.

EMPENHO DA EVANGELIZAÇÃO

“Às vezes, os batizados não são suficientemente evangelizados, por isso são facilmente influenciáveis, já que tem uma fé frágil e frequentemente baseada em uma ingênua devoção”, acrescentou. Por isso, o Papa instou que “a Igreja Católica se empenhe na evangelização e que não economize esforços na busca de católicos que tenham se afastado ou de pessoas que conheçam pouco ou nada da mensagem cristã”. (Ler DA n. 225 d).
O Pontífice explicou que, mediante “do desafio da multiplicação incessante de novos grupos, nos quais ás vezes é feito uso de um proselitismo agressivo”, é necessário reforçar o “dialogo ecumênico”. Em 2007, durante visita ao Brasil, o Papa já havia se queixado do “proselitismo agressivo das seitas”.
“A falta de unidade (entre as igrejas cristãs) mina a credibilidade da mensagem cristã divulgada á sociedade”, destacou Bento XVI. Ele acrescentou que, por isso, o diálogo agora “é mais necessário do que nunca” (2).
“No fiel cumprimento de sua vocação batismal, o discípulo deve levar em consideração os desafios que o mundo de hoje apresenta á Igreja de Jesus, entre outros: o êxodo de fiéis para seitas e outros grupos religiosos” (DA, 185).
“Hoje se faz necessário reabilitar a autêntica apologética que faziam os pais da Igreja como explicação da fé. A apologética não tem por que ser negativa ou meramente defensiva por si. Implica, na verdade, a capacidade de dizer o que está em nossas mentes e corações de forma clara e convincente, como disse São Paulo, fazendo a verdade na caridade (Ef 4,15). Mais do que nunca os discípulos e missionários de Cristo de hoje necessitam de uma apologética renovada para que todos possam ter vida n’Ele (Cristo)” (DA, 229).

Número de Brasileiros Católicos Cai Abaixo dos 70% pela 1ª Vez
De acordo com estudo divulgado pela FGV, evangélicos e pessoas sem religião estão em crescimento no País.

Em 1872, quando a religião no Brasil começou a ser mapeada, quase toda a população brasileira se declarava católica (99,72%). De lá pra cá, muito mudou. Segundo o “Novo Mapa das Religiões”, divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), em 2009 esse percentual caiu para 68,43%, o que representa cerca de 130 milhões de pessoas.
O grupo de evangélicos, no entanto, apresenta uma aceleração no crescimento do número de adeptos – nos primeiros anos da década passada, a subida foi de 16,2% para 17,9%. Em 2009, o salto alcançou o patamar de 20,23%.
Os brasileiros que se declaram sem religião também estão em maior números: o percentual aumentou entre 2003 e 2009 de 5,13% da população do País para 6,72%.
Ainda de acordo com o estudo da FGV, as mulheres são mais religiosas que os homens. No universo feminino, 5% não possuem religião, contra 8,52% dos homens.
A pesquisa também analisou a religiosidade em diferentes níveis escolares. De acordo com o estudo, a religiosidade é menor nos dois extremos estudados: 7,27% daqueles com até três anos de estudo dizem não ter religião, quase o mesmo percentual (7,46%) dos que têm 12 anos de estudo ou mais.

 
 
Pe. Inácio José do Vale
Professor de Historia Igreja
Especialista em Ciência Social da Religião
E-mail:
pe.inacio.jose@gmail.com .

O VERBO DE DEUS HABITOU ENTRE NÓS.



No contexto materializado de hoje o que se esquece muitas vezes é que o Natal é por excelência o dia de festa, de perdão e de alegria, mas isto porque o Verbo de Deus nasceu e habitou entre nós. Há na mídia em geral o direcionamento da atenção para aspectos inteiramente deslocados da figura do Redentor. Numa emissora de televisão se escutou um absurdo como este: “Há falta de pessoas para representarem o Papai Noel e sem Papai Noel não há Natal” (sic). Adite-se a ceia do Natal, não como uma reunião familiar para se festejar o Menino Deus, mas para gastos gastronômicos exorbitantes regados com as mais requintadas bebidas, o que é também ocasião para lucro dos supermercados que instrumentalizam a data sagrada A grande preocupação do comércio é o ganho que deverá ser maior do que no ano precedente. Jesus, que precisa ser homenageado, fica em segundo plano.

A humanidade recebeu do Divino Infante uma palavra que purificou e salvou e, contudo, muitos deixam de lhe preparar o coração para uma fervorosa, piedosa, celebração natalina. Tudo renasceu com Cristo, de sorte que o Natal do Jesus necessita ser ao mesmo tempo sua presença na existência de cada um de seus discípulos. Dia venturoso, de fato, no qual o Deus humanado para nós nasceu. Natal tem que ser o nosso dia de festa cristã e não pagã. A salvação não veio do palácio, nem do exército, nem da ciência, nem da força. Ela veio de um presépio, da pobreza, do que há de mais humilde e de mais fraco. Os anjos aos pastores de Belém, anunciando-lhes o nascimento de Cristo, lhes comunicou: “Não temais, pois vos anuncio um grande júbilo, para todo o povo. Nasceu-vos hoje, na cidade de Davi, um Salvador que é o Cristo Senhor. Isto vos servirá de sinal:encontrareis um menino envolvido em faixas e deitado numa manjedoura” (Lc 2,10-13.).

 Os homens carecem de um pedestal suntuoso para que possam ser distinguidos por outros. Jesus procurou a humilhação. Sua grandeza, porém, é tãoverdadeira, o seu poder tão grande, a sua glória, tão sublime, que nem a pobreza, nem o abandono, nem os sofrimentos, podem ofuscar-lhe o fulgor. Ele nasce em um estábulo, mas a sua mãe é uma virgem; escolhe o silêncio da noite, mas uma estrela, iluminando o espaço, revela ao longe o nascimento do Salvador do mundo; apenas José e Maria presenciam fato tão maravilhoso, mas os pastores vêm adorá-lo e apresentar-lhe as primícias do amor da humanidade. Porque é Deus, Ele procede como Deus.

A sua modéstia vai indicar aos homens o caminho da reabilitação e da virtude; a sua humilhação dir-lhes-á que na terra tudo é vaidade e soberba; os seus sofrimentos ensinarão que os prazeres terrenos corrompem e desvirtuam. Se, em vez da obscuridade de uma gruta e da pobreza do presépio, Jesus buscasse o esplendor e a opulência, suas mensagens não teriam penetrado tão fundo na consciência humana, o povo estaria dele afastado, os infelizes viveriam sem esperanças e os homens não teriam um Salvador. Assim a penúria de Jesus é um sinal, como disseram os anjos, mas um penhor de salvação. Escreveu François René Auguste de Chateaubriand, célebre escritor, diplomata e político francês que “quando o mundo inteiro levantasse a voz contra Jesus Cristo, quando todas as luzes da ciência se reunissem contra os seus dogmas, nunca nos persuadiriam que uma religião fundada sobre semelhante base seja uma religião humana.

Aquele que nasce em um estábulo e vai morrer depois sobre uma cruz, oferece aos homens, como digno de um culto especial, a humanidade padecente, a virtude perseguida, aquele, nós juramos, não pode ser senão um Deus”. Foi, realmente,com seu despojamento que Cristo se tornou o Redentor dos homens. Quando o mundo pagão, com o seu cortejo de devassidões e de vícios, encontrou-se frente a frente com Ele, parou atônito e confuso, e Jesus soube lançar através da corrupção reinante os raios do seu amor, de sua verdade. Quando os bárbaros invadiram a Europa, levando por toda parte a violência e a desordem, Cristo soube ainda comover aqueles corações de ferro, fazendo-se amar por eles. Quando os missionários percorreram a terra, os selvagens admirados, ouviram então falar desse Filho de Deus, que veio arrancá-los das sombras da morte, e O adoraram. Hoje, mais do que nunca mister se faz reabilitar a grandeza do Natal e refletir sobre tudo isto, deixando de lado aquilo que é secundário na celebração de solenidade tão fulgente. Os corações devem a Ele pertencerem. Ele ensina-nos a sofrer, a lutar e a esperar. Mostra como suportar o peso da vida apoiados em sua misericórdia.

 Seja o dia do seu nascimento o verdadeiro natal da humanidade, o dia de salvação. A participação na Missa deste dia, a reflexão sobre as grandes mensagens bíblicas natalinas, a aproximação da Mesa Eucarística, o júbilo de uma consciência em paz com Deus devem ser a característica do glorioso 25 de dezembro.


Fonte: Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Local:Mariana

LITURGIA DIÁRIA - VOCAÇÃO DE TODOS.


Primeira Leitura: Romanos 10, 9-18


SANTO ANDRÉ, APÓSTOLO
(vermelho, glória, pref.dos apóstolos - ofício da festa)


Leitura da carta de são Paulo aos Romanos - Imãos, 9Portanto, se com tua boca confessares que Jesus é o Senhor, e se em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. 10É crendo de coração que se obtém a justiça, e é professando com palavras que se chega à salvação. 11A Escritura diz: Todo o que nele crer não será confundido (Is 28,16). 12Pois não há distinção entre judeu e grego, porque todos têm um mesmo Senhor, rico para com todos os que o invocam, 13porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo (Jl 3,5). 14Porém, como invocarão aquele em quem não têm fé? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão falar, se não houver quem pregue? 15E como pregarão, se não forem enviados, como está escrito: Quão formosos são os pés daqueles que anunciam as boas novas (Is 52,7)? 16Mas não são todos que prestaram ouvido à boa nova. É o que exclama Isaías: Senhor, quem acreditou na nossa pregação (Is 53,1)? 17Logo, a fé provém da pregação e a pregação se exerce em razão da palavra de Cristo. 18Pergunto, agora: Acaso não ouviram? Claro que sim! Por toda a terra correu a sua voz, e até os confins do mundo foram as suas palavras (Sl 18,5). - Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial(18)

REFRÃO: Seu som ressoa e se espalha em toda a terra.
1. Narram os céus a glória de Deus, e o firmamento anuncia a obra de suas mãos. O dia ao outro transmite essa mensagem, e uma noite à outra a repete. - R.

2. Não é uma língua nem são palavras, cujo sentido não se perceba, porque por toda a terra se espalha o seu ruído, e até os confins do mundo a sua voz; aí armou Deus para o sol uma tenda. - R.


Evangelho: Mateus 4, 18-22

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus - Naquele tempo, 18Caminhando ao longo do mar da Galiléia, viu dois irmãos: Simão (chamado Pedro) e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores. 19E disse-lhes: Vinde após mim e vos farei pescadores de homens. 20Na mesma hora abandonaram suas redes e o seguiram. 21Passando adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, que estavam com seu pai Zebedeu consertando as redes. Chamou-os, 22e eles abandonaram a barca e seu pai e o seguiram. - Palavra da salvação.
catolicanet.com


Homilia - Pe Bantu

O Evangelho de hoje fala do chamado dos primeiros discípulos. Em primeiro lugar, sublinhamos o fato de Jesus buscar as pessoas para acompanhá-lo ou para trabalhar com ele. Ele vai a busca de simples pescadores, pois o que importa para Jesus não é preparo científico e títulos acadêmicos dos seus seguidores, mas que eles tenham fé e amor no coração. Porque aquele que prega ou profetiza por ordem de Cristo, não precisa demonstrar nada: só testemunhar a verdade do amor de Deus e a certeza da ressurreição do Senhor.

Em segundo lugar, a vocação dos primeiros discípulos acontece “junto ao mar da Galiléia”. “O mar da Galiléia” é o lugar no qual vive o povo da Galiléia e ali trabalha. Isto quer nos dizer que o chamado não é feito num ambiente religioso particular, mas aí onde as pessoas verdadeiramente vivem, na sua vida cotidiana. Jesus procura e encontra o povo em sua própria situação concreta. Jesus apresenta a cada um o convite de segui-lo ali onde se encontra, numa situação comum, honesta e honrada como aquela dos primeiros discípulos ou então, numa situação desonrada e moralmente difícil como aquela do cobrador de impostos (Mt 9,9). Jesus vai de um ao outro e os chama. Neste chamamento sublinha-se o aspecto pessoal. Jesus se aproxima de cada um, fala e o chama. Da mesma maneira Jesus se aproxima de todas as pessoas, e ali onde ele está, lhe faz ouvir aquela palavra de esperança e de confiança que é o chamado a segui-lo.

Em terceiro lugar, Jesus os chama para “segui-lo”. “Seguir” significa ir atrás de alguém, pisando nas suas pecadas, percorrer o seu caminho e, portanto, pede, sobretudo, uma imensa confiança Nele. Seguir Jesus não é só aceitar sua doutrina, mas entregar-se incondicionalmente à sua pessoa, colaborar na sua missão, partilhar do seu destino que inclui a morte e glorificação. Seguir Jesus, por isso, supõe o abandono confiante Nele, isto é, uma confiança total, doação completa à pessoa de Jesus. O seguimento de Jesus exige, portanto, urgência, desacomodação diante da situação existente e opção por uma nova forma de ver as coisas e uma prática transformadora. Tudo isto é necessário para percorrer o caminho em direção ao conhecimento do mistério de Jesus.

Em quarto lugar, eles são chamados para ser “pescadores de homens”. A tradicional expressão “pescadores de homens”, que indica a atividade missionária dos discípulos de Jesus, significa não apenas atrair pessoas para a causa do Reino de Deus, mas possui também um matiz de julgamento profético, como o mostra Jeremias em 16,16. A imagem da pesca na tradição bíblica servia para indicar o juízo último de Deus (Jr 16,16; Hab 1,15-17). Nesta linha devemos entender também a parábola da pesca onde se lança a rede na água (Mt 13,45-50). Em outras palavras, a tarefa dos discípulos é a de preparar a humanidade para o acontecimento final. Dentro desta linha de pensamento percebe-se o conteúdo da pregação de Jesus: o anúncio do Reino e com o apelo à conversão (Mt 4,17).

Em quinto lugar, Os discípulos “imediatamente deixaram as redes e foram com Ele”. O atrativo da chamada de Jesus é irresistível e os fazem capazes de renunciar à sua família e ao seu trabalho para seguir Jesus. Esta ruptura com a própria família tinha umas implicações muito distintas às que têm hoje o abandono do lar familiar. Não era somente nem principalmente uma ruptura afetiva, e sim uma ruptura com todas as seguranças. A casa e a família eram, até então, o grupo de apoio mais sólido desde o ponto de vista social e econômico.

Ao deixar sua família e sua casa, aqueles discípulos fizeram uma opção muito radical: deixaram verdadeiramente tudo para seguir Jesus (cf. Mt 19,27-29). Através da pronta resposta dos discípulos ao convite de Jesus, Mateus propõe um exemplo da conversão radical que a chegada do Reino exige (Mt 4,17) e apresenta aos principais destinatários dos ensinamentos e sinais de Jesus.

Olhando para a vocação dos quatro primeiros discípulos, vamos nos perguntar: em primeiro lugar, o que significa para você “eles imediatamente deixaram as redes, a barca e o pai e seguiram Jesus”? O que representa para você “a barca” e “rede” na sua vida? Você prefere remar sua própria barca ou quer entrar na barca de Jesus?

Jesus não permite os adiamentos, pois com Ele tudo tem que ser “imediatamente” (Mt 8,21s). Nossa primeira vocação é o nosso chamado para sermos seres humanos, pessoas humanas; o resto são formas e caminhos. Enquanto você não tiver planejado sua vida como um benefício para os outros, não terá sentido que você pergunte por sua vocação. Na sua opção vocacional, não procure quem o exima de sua liberdade e de sua responsabilidade. Ninguém deve nem pode escolher e decidir por você. Não acreditamos que Deus se antecipe escolhendo por você; mas acreditamos que se compromete e escolhe com você quando você faz isso séria e livremente.

Pai, dá-me forças para ser verdadeiro companheiro na missão de seu Filho Jesus, mesmo devendo sofrer perseguições e contrariedades.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

A FILOSOFIA DO NOSSO TEMPO FEZ DA NEUTRALIDADE PERANTE QUALQUER VALOR O SEU ÚNICO DOGMA ACEITÁVEL.

João Pereira Coutinho
 
 
A Benetton ainda existe. Quem diria. Caminho pelas ruas e vejo a última campanha polémica da marca: grandes líderes mundiais em beijos apaixonados.
As parelhas são óbvias em sua óbvia diferença ou inimizade. Temos Barack Obama beijando o presidente chinês Hu Jintao. O israelense Benjamin Netanyahu beijando o palestino Mahmoud Abbas. O premiê sul-coreano beijando o ditador norte-coreano Kim Jong-il.
E o Papa Bento 16, claro, que nunca pode ser esquecido nessas ocasiões solenes, beijando com solenidade o imã da Grande Mesquita do Cairo.
A mensagem da Benetton, como sempre, é “simpática”, “leve” e “divertida”: para que tanto ódio quando um beijo cura tudo?
Divulgação/Benetton
Campanha da Benetton apresentou montagem com Hu Jintao e Obama, presidentes da China e dos EUA, respectivamente
Campanha da Benetton apresentou montagem com Hu Jintao e Obama, presidentes da China e dos EUA, respectivamente
De fato. Se, em 1939, Winston Churchill vestisse Benetton, ele saberia que a melhor forma de lidar com Adolf Hitler não seria derrotá-lo ou eliminá-lo. Seria, simplesmente, beijá-lo.
O problema da campanha da Benetton é que ela revela, de forma cristalina e aparentemente inofensiva, o que existe de ilógico na mensagem pacifista. Porque não há nada de mais ilógico do que a ideia “consensual” de que todos os seres humanos têm igual mérito moral.
Não interessa o que você é. Não interessa o que você faz. Para a Benetton, não existem diferenças entre um democrata e um ditador; não existem diferenças entre alguém que respeita os direitos humanos e quem os nega ou viola.
A Benetton é pacifista. E o pacifismo não discrimina: nunca atribui a nenhum sujeito uma qualidade moral distinta de acordo com a sua conduta ou caráter. Para a Benetton, somos todos iguais: criminosos ou respeitadores da lei; fundamentalistas ou tolerantes – somos todos, numa palavra, beijoqueiros.
Eis, em propaganda publicitária, a filosofia do nosso tempo. Um tempo que fez da neutralidade perante qualquer valor o seu único dogma aceitável. “É proibido proibir!”, dizia-se no maio parisiense de 1968. Hoje, é proibido condenar.
E se as vítimas, ou as famílias das vítimas de alguns desses ditadores ou torcionários, ainda alimentam um grão de ódio pelas injustiças dos carrascos, a Benetton tem um conselho para elas: fechar os olhos, juntar os lábios – e beijá-los.




carmadelio

QUE PASSAGENS BÍBLICAS ESCLARECEM A CADA UM DOS PECADOS CAPITAIS?



-
Confira quais as passagens bíblicas que esclarecem cada um dos pecados capitais.

1. Soberba: relativo ao nosso orgulho, onde nos achamos melhor que todo mundo, não respeitando o próximo e passando por cima de tudo e de todos. Você se torna o seu próprio Deus pois a glória de tudo o que você faz sempre vai para você mesmo. O seu umbigo passa a ser o centro do universo. (Eclo 10,15; Romanos 3,27; Gálatas 6,4; Mateus 18,3)
2. Avareza: relativo ao apego e ao amor ao dinheiro. O dinheiro passa a ser tudo para você e você acredita que com o dinheiro pode fazer tudo e comprar tudo, inclusive as pessoas. As pessoas passam a valer menos que seu dinheiro. Seu deus se torna o dinheiro. (Mt 6,24; 1Timóteo 6,10; Marcos 10,21-22; João 12,5-6)
3. Luxúria: relativo ao apego aos prazeres sexuais. Sua vida passa a girar em torno do sexo. Se você vê um homem/mulher já pensa em sexo. Como exemplo da luxúria podemos citar: o adultério (traição) e a fornicação (sexo no namoro ou sexo fora do casamento), cobiçar a mulher/homem do próximo, a masturbação, o homossexualismo e lesbianismo, a zoofilia (sexo com animais). (2Pedro 2,13; Levítico 18, 20.22; Êxodo 20,17; Mateus 5,27; 1Coríntios 6,15; Gênesis 38,9-10)
4. Ira: quando brigamos a qualquer momento e com qualquer pessoa mesmo sem ter motivo. Quando guardamos mágoa ou rancor por alguém e não perdoamos as 70x7 que Jesus nos manda. (Mt 5,22; 21,12; 23,27)
5. Gula: quando comemos até não agüentar mais, chegando até mesmo a passar mal. Quando já saciamos nossa fome mas comemos o bife do outro deixando-o sem comida. (Filipenses 3,19; Isaías 5,11)
6. Inveja: quando queremos ter algo igual só porque nosso próximo tem, trata-se do famoso olho gordo. Relativo a cobiça e a todo tipo de inveja, inveja da mulher, inveja das amizades, inveja do emprego, inveja dos bens materiais, etc. (Sabedoria 2,24; Gênesis 4,1-16; Mateus 10,42-43; 20,1-16; Gênesis 37,4; 1Samuel 18,6-16)
7. Preguiça: quando temos todo tempo do mundo a nossa disposição e mesmo assim deixamos de fazer as boas coisas em função de Deus e do próximo. (Eclesiástico 33,28-29; Provérbios 24,30-31; Ezequiel 16,49; Mt 20,6)


por
Universo Católico

VOCÊ JÁ ESCOLHEU DEUS COMO "O TUDO" NA SUA VIDA?

 


“Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração, os quais vos apascentarão com inteligência e sabedoria” (Jr 3,15).

Deus promete que jamais seu povo será privado de pastores. Nem em todas as eventuais fraquezas deles, por sua humanidade, Deus deixou de cuidar de seu povo. E onde faltam ministros ordenados, Deus não deixa seu povo, Ele dá o seu jeito. João Paulo II dizia: “Cristo é cumprimento da promessa de Deus: "Eu sou o Bom Pastor”.

Nós, que somos ministros ordenados, somos apenas sacramentos do Cristo, que é o Bom Pastor. Quanto mais o sacerdote aprofunda seu conhecimento com Cristo, tanto mais ele se torna padre. O padre não tem consistência em si mesmo, ele é nada e, ao mesmo tempo, é tudo.
A Igreja e as pessoas chamadas aos ministérios recebem o convite de permanecer fiéis à graça recebida. Mas, muitas vezes, o chamado acontece e não é cuidado. Nós estamos diante do ministério do relacionamento de Deus com cada pessoa humana. Se você sentiu autenticamente o chamado do Pai, nunca permita que se apague esse chamado do amor de Deus. O profeta diz para não apagarmos a chama que ainda fumega.

Ninguém tem direito a uma espécie de “plano de carreira” na Igreja. Você foi chamado livremente por Jesus e Ele marca a vida das pessoas porque quer configurá-las a si mesmo. Algumas pessoas são levadas a criticar a expressão [que afirma que o cristão é:] “um outro Cristo”, mas somos chamados a agir na Pessoa do próprio Cristo.
Existe uma mudança radical que ocorre na pessoa quando ela é ordenada. Por isso, não inventem de dar tempo para si mesmos; o tempo do discernimento é agora. Se no tempo da sua ordenação, você não estiver seguro, tenha a coragem de adiar esta decisão, porque estará dando a sua boca e a sua vida para Jesus agir.

João Paulo II, quando veio ao Brasil, na homilia, disse: “Se um de vocês cair numa cama e não puder pregar, há algo que ninguém poderá tirar-lhe: a Eucaristia e a oração. Se continuar tendo isso, vocês continuarão sendo padres. É nesse dinamismo contínuo que acontece a sustentação do ministério sacerdotal. O núcleo do sacerdócio é o encontro com Jesus Cristo”.

O texto de número 15 do Documento de Aparecida é um convite que a Igreja quer fazer a todo ser humano, para que todos façam uma experiência pessoal com Nosso Senhor Jesus Cristo. O amor de Deus nos dá consciência do pecado e, diante dele, encontramos Alguém que é a “porta”: Jesus Cristo, Salvador. Diante de Cristo você vai experimentar o convite à salvação. Só que você sozinho não consegue viver essa fé, pois é Ele quem derrama sobre você os dons do Espírito Santo.

Você já conseguiu colocar em segundo plano qualquer outra coisa na sua vida? Pai, mãe, suas próprias idéias e temperamentos colocando Jesus em primeiro lugar? Essa pergunta é para nós. A escolha fundamental. Eu desejo que hoje, você reflita sobre essa escolha fundamental. Você já escolheu Deus como “o Tudo” na sua vida? Já conseguiu negar todo o resto para ser discípulo de Jesus Cristo? Somos chamados a seguir os passos de Jesus.

Dom Alberto Taveira

 

LITURGIA DIÁRIA - A ALEGRIA DE JESUS.

Primeira Leitura: Isaías 11, 1-10
I SEMANA DO ADVENTO
(roxo, pref. do advento I - ofício do dia)

Leitura do livro do profeta Isaías- Naqueles dias, 1Um renovo sairá do tronco de Jessé, e um rebento brotará de suas raízes. 2Sobre ele repousará o Espírito do Senhor, Espírito de sabedoria e de entendimento, Espírito de prudência e de coragem, Espírito de ciência e de temor ao Senhor. 3(Sua alegria se encontrará no temor ao Senhor.) Ele não julgará pelas aparências, e não decidirá pelo que ouvir dizer; 4mas julgará os fracos com eqüidade, fará justiça aos pobres da terra, ferirá o homem impetuoso com uma sentença de sua boca, e com o sopro dos seus lábios fará morrer o ímpio. 5A justiça será como o cinto de seus rins, e a lealdade circundará seus flancos. 6Então o lobo será hóspede do cordeiro, a pantera se deitará ao pé do cabrito, o touro e o leão comerão juntos, e um menino pequeno os conduzirá; 7a vaca e o urso se fraternizarão, suas crias repousarão juntas, e o leão comerá palha com o boi. 8A criança de peito brincará junto à toca da víbora, e o menino desmamado meterá a mão na caverna da áspide. 9Não se fará mal nem dano em todo o meu santo monte, porque a terra estará cheia de ciência do Senhor, assim como as águas recobrem o fundo do mar. 10Naquele tempo, o rebento de Jessé, posto como estandarte para os povos, será procurado pelas nações e gloriosa será a sua morada. - Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial(71)
REFRÃO: Nos seus dias, a justiça florirá / e paz em abundância para sempre.
1. De Salomão. Ó Deus, confiai ao rei os vossos juízos. Entregai a justiça nas mãos do filho real, para que ele governe com justiça vosso povo, e reine sobre vossos humildes servos com equidade. - R.
2. Florescerá em seus dias a justiça, e a abundância da paz até que cesse a lua de brilhar. Ele dominará de um ao outro mar, desde o grande rio até os confins da terra. - R.
3. Porque ele livrará o infeliz que o invoca, e o miserável que não tem amparo. Ele se apiedará do pobre e do indigente, e salvará a vida dos necessitados. - R.
4. Seu nome será eternamente bendito, e durará tanto quanto a luz do sol. Nele serão abençoadas todas as tribos da terra, bem-aventurado o proclamarão todas as nações. - R.
Evangelho: Lucas 10, 21-24
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas - Naquele tempo, 21Naquela mesma hora, Jesus exultou de alegria no Espírito Santo e disse: Pai, Senhor do céu e da terra, eu te dou graças porque escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, bendigo-te porque assim foi do teu agrado. 22Todas as coisas me foram entregues por meu Pai. Ninguém conhece quem é o Filho senão o Pai, nem quem é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar. 23E voltou-se para os seus discípulos, e disse: Ditosos os olhos que vêem o que vós vedes, 24pois vos digo que muitos profetas e reis desejaram ver o que vós vedes, e não o viram; e ouvir o que vós ouvis, e não o ouviram. - Palavra da salvação.
catolicanet.com

Homilia - Pe Bantu

No evangelho de hoje, vemos Jesus sorridente, com os olhos brilhando, “Jesus exultou de alegria no Espírito Santo” (Lc 10, 21)
A alegria é uma característica de todo cristão porque primeiro foi de Cristo, é dom do Espírito Santo para todo batizado, é o que os primeiros cristãos possuíam (cf At 2, 46) e todos nós devemos ter. Mas, porque Jesus exultou de alegria naquele momento? Porque viu os planos do Pai se concretizando de uma maneira que é bem característica da Santíssima Trindade. Jesus reconhece, exulta de alegria vendo a humanidade mais uma vez participar das grandezas divinas. Nosso Senhor glorifica seu pai porque Ele não escolheu os “sábios e entendidos” para serem os 1ºs discípulos do Mestre, mas os pequeninos: povo sem estudo, sem muito entendimento, que não era capaz de muita coisa.

Creio que Jesus, em sua humanidade, tenha se desanimado um pouco ao olhar para aqueles 72 discípulos e ver a realidade. Tinha sido Ele mesmo que os havia escolhido por desígnio do Pai, mas Ele aconselha-os a rezarem ao Senhor pedindo mais operários para a messe (cf. Lc 10,2) pois aqueles não pareciam suficientes. Jesus reconhece que seus discípulos são ovelhinhas perto dos lobos astutos e inteligentes, mas envia-os acreditando que esses mesmos lobos darão a eles o sustento do dia de modo que nem precisam levar bolsas (cf. Lc 10,3-7), pois serão portadores de paz.

Apesar de toda a fé perfeita própria da divindade de Jesus, é difícil para a sua humanidade entender que essa gente com pouca instrução “dará conta do recado”.
Contudo, todos os 72 discípulos voltam alegres dizendo que até os demônios se submeteram a eles pelo nome de Jesus. Parece incrível, não? É como a profecia de Isaías na qual é prometida a harmonia entre lobo e cordeiro, pantera e cabrito, touro e leão, vaca e urso, criança e víbora. Tudo isso será possível porque sobre o nosso Salvador repousa o Espírito Santo com todos os seus dons e porque Ele não julga pelas aparências nem pelo ouvir dizer, mas com retidão e justiça. (cf. Is 11,1-8)

Esta é uma grande lição para todos aqueles que ficam tardando para dar uma resposta ao Senhor porque se acham incapazes, fracos, pequenos. Somente os pequeninos, isto é, os que abrem o coração e não colocam a razão em primeiro lugar, poderão distinguir os prodígios e milagres que acontecem quando o reino de Deus se lhes manifesta pela ação do Espírito Santo. Jesus louvou o Pai e exultou no Espírito quando os Seus discípulos “enxergaram” as maravilhas que ocorreram quando eles saíram anunciando o reino. “Felizes os olhos que vêem o que vós vedes!” Quando nos dispomos a divulgar o reino dos céus aqui na terra, é sinal de que ele já está acontecendo na nossa vida e, na medida em que nós nos abrimos, mais e mais nós vamos experimentando a alegria e a felicidade interior. O Pai se dá a conhecer através da revelação do Filho e quanto mais nós conhecermos a Jesus, mais nós teremos comunhão com Deus Pai e assim estaremos vivendo a felicidade tão almejada.

Pensar assim seria ter um olhar puramente humano que não leva em consideração a misericórdia de Deus e seu poder soberano. Afinal, todas as coisas foram entregues à Jesus pelo Pai e Ele as dá a quem lhe apraz e quando lhe aprouver.
O que vale para Ele não são a inteligência e sabedoria humanas, mas o conhecimento de Deus, e “Ninguém conhece quem é o Filho senão o Pai, nem quem é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho quiser revelar” (Lc 10,22). Ditosas são as nossas almas quando acreditamos na misericórdia e bondade do Senhor, mesmo que nossos olhos carnais não o tenham visto.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

PESQUISA:34 MIL FIÉIS POR DIA SE UNEM À IGREJA CATÓLICA.

Segundo o estudo anual "Status of global missions" realizado este ano, a Igreja Católica reúne um bilhão e 160 milhões de fiéis em todo mundo e a cada dia 34 mil pessoas ingressam nela.

Conforme informou a agência católica argentina AICA, os dados do relatório –difundidos pela agência Analisis Digital– afirmam que existem no mundo um 2 bilhões de pessoas, do total de 7 bilhões de habitantes do planeta, que nunca chegaram a ouvir a mensagem do evangelho.

Outros 2 bilhões 680 milhões ouviram falar dele alguma vez ou o conhecem em certa medida, mas não são cristãos.

"Embora Jesus Cristo tenha fundado uma única Igreja e pouco antes de morrer orava ‘que todos sejam um’, existem cada vez mais denominações cristãs diferentes: eram 1.600 ao início do século XX, 34 mil ao princípio do século XXI e 42 mil no presente ano de 2011", indica o estudo.

Por sua parte, os protestantes carismáticos chegam 612 milhões. Os protestantes "clássicos" somam 426 milhões e crescem em 20 mil por dia. As igrejas ortodoxas reúnem 271 milhões de batizados e ganham 5 mil adeptos a cada dia.

Os anglicanos, centrados sobre tudo na África e Ásia, chegam a 87 milhões, com 3 mil novos adeptos cada dia. Os que o estudo chama "cristãos da margem" (Testemunhas de Jeová, Mórmons, os que duvidam da Trindade ou da divindade do Jesus, etc.) são 35 milhões e crescem em 2 mil novos seguidores pro dia.

"A forma mais singela de crescer é ter muitos filhos e aderi-los à própria tradição religiosa. A conversão é menos comum, mas ocorre em milhões de pessoas anualmente, a mais comum é a de um cônjuge à religião do outro", acrescenta o estudo.

Em 2011, os cristãos de todas as denominações terão posto em circulação 71 milhões de bíblias a mais pelo mundo (já há 1.74 bilhões, algumas de forma clandestina).

Além disso, este ano serão enviados 409 mil cristãos a um país diferente do seu para evangelizá-lo, organizados em 4 800 entidades missionárias distintas.

por
ACI Digital

ANGELUS: " O VERDADEIRO DONO DO MUNDO NÃO É O HOMEM, MAS DEUS"


Bento XVI conduziu a oração mariana do Angelus, deste I Domingo do Advento, na Praça São Pedro, no Vaticano, repleta de fiéis e peregrinos que ouviram as palavras proferidas pelo Papa.

O Santo Padre iniciou o Angelus destacando o início do novo Ano Litúrgico: "Um novo caminho de fé que deve ser vivido junto com as comunidades cristãs, mas também, como sempre, um caminho que dever ser percorrido dentro da história do mundo, para abri-la ao mistério de Deus, para a salvação que vem de seu amor. O Ano Litúrgico se inicia com o Tempo do Advento: tempo maravilhoso em que se desperta nos corações a espera do retorno de Cristo e a memória de sua primeira vinda, quando se despojou de sua glória divina para assumir a nossa carne mortal."

O Papa frisou que o apelo de Jesus no Evangelho de hoje a vigiar é um convite dirigido não só aos seus discípulos, mas a todos nós: "É um convite salutar para nos lembrar que a vida não tem apenas a dimensão terrena, mas é projetada rumo ao além, como uma plantinha que brota da terra e se abre para o céu. Uma plantinha pensante, o ser humano, dotada de liberdade e responsabilidade, por isso cada um de nós será chamado a prestar contas de como viveu, como utilizou suas capacidades: se as guardou para si ou as fez frutificar em favor do bem dos irmãos."

O Santo Padre recordou que Isaías, o Profeta do Advento, nos faz refletir hoje com uma oração sincera, dirigida a Deus em nome do povo. "Ele reconheceu as falhas do seu povo e disse: Não há quem invoque o teu nome, quem acorde para em ti se apoiar, pois escondeste de nós a tua face, deixaste que, como onda, a força dos nossos pecados nos arrastasse" – disse Bento XVI citando o Profeta Isaías.

Segundo o Papa, tal descrição parece refletir certos panoramas do mundo pós-moderno: "As cidades onde a vida tornou-se anônima e horizontal, em que Deus parece estar ausente e o homem o único senhor, como se ele fosse o criador e o diretor de tudo: as construções, o trabalho, a economia, os transportes, as ciências, a tecnologia, tudo parece depender somente de homem. E às vezes, neste mundo que parece quase perfeito, acontecem coisas chocantes, ou na natureza, ou na sociedade, que nos leva a pensar que Deus tenha se retirado, nos tenha abandonado."

"Na realidade, o verdadeiro dono do mundo não o homem, mas Deus. O Tempo do Advento chega a cada ano para nos lembrar isso, a fim de que a nossa vida reencontre sua orientação justa, em direção à face de Deus. A face não de um patrão, mas de um Pai e amigo" – concluiu o Papa, que concedeu a todos a sua bênção apostólica.


por
Rádio Vaticano

JOGADORES COMPULSIVOS.

BBCBBC
O psicólogo britânico Mark Griffiths, professor da Nottingham Trent University, vem estudando o jogo compulsivo há 25 anos e diz acreditar “enfaticamente” que o ato de jogar e apostar, se levado ao extremo, é tão viciante quanto qualquer droga
“Os efeitos sociais e de saúde da jogatina extremada são muitos e têm muita coisa em comum com os efeitos de vícios mais tradicionais, entre eles mau humor, problemas de relacionamento, absenteísmo do trabalho, violência doméstica e ir à falência.
Os efeitos para a saúde – para jogadores e seus parceiros e parceiras – incluem ansiedade, depressão, insônia, problemas intestinais, enxaquecas, stress, problemas estomacais e pensamentos suicidas.
Se comportamentos como a jogatina podem se tornar um vício genuíno, não existe razão em teoria que impediria alguém de se viciar em atividades como videogames, trabalho ou exercícios físicos.
Pesquisas sobre jogadores compulsivos relatam que eles sofrem ao menos um efeito colateral quando passam por períodos de abstinência, como insônia, dores de cabeça, perda de apetite, fraqueza física, palpitações cardíacas, dores musculares, dificuldades de respiração e calafrios.
Abstinência
Na verdade, jogadores compulsivos aparentam sofrer mais sintomas de abstinência física quando tentam cortar o vício do que viciados em drogas.
Mas quando é exatamente que um entusiasmo saudável se transforma em um vício?
Comportamento excessivo por si só não significa que alguém seja viciado.
Eu consigo pensar em muitas pessoas que se envolvem em atividades excessivas, mas eu não as classificaria como viciadas, já que elas parecem não sofrer qualquer efeito negativo ao apresentar tal comportamento.
Em essência, a diferença fundamental entre o excesso de entusiasmo e o vício é que os entusiastas saudáveis adicionam vida às atividades desprovidas dela.
Para qualquer comportamento ser definido como viciante, é preciso que existam consequências específicas como se tornar a atividade mais importante na vida de uma pessoa ou ser o meio pelo qual o humor dela pode melhorar.
Eles podem também começar a precisar fazer mais e mais da atividade ao longo do tempo para sentir seus efeitos e sentir sintomas físicos e psicológicos de abstinência se eles não conseguem fazê-lo.
Isso pode levar a conflitos com o trabalho e com responsabilidades pessoais e muitos podem até viver recaídas se tentam largar o vício.
A maneira pela qual os vícios se desenvolvem – sejam eles químicos ou comportamentais – é complexa.
Vícios ocultos’
O comportamento viciante se desenvolve a partir de uma combinação de predisposição biológica e genética de uma pessoa, o ambiente social em que elas cresceram e sua constituição psicológica, como traços de personalidade, atitudes, experiências e crenças e a própria atividade.
Muitos vícios comportamentais são vícios ”ocultos”. Diferentemente do alcoolismo, o viciado em trabalho não apresenta a fala embolada ou sai tropeçando.
Mas, no entanto, o vício comportamental é um tema relativo a saúde que precisa ser levado a sério por todos os profissionais das áreas médicas ou de saúde.
Se o principal objetivo dos profissionais da área médica é garantir a saúde de seus pacientes, então ter consciência sobre o vício comportamental e os temas que o cercam deveriam ser tão importantes quanto o conhecimento básico e o treinamento.
Diversos vícios comportamentais podem ser tão graves quanto vícios em drogas.”


carmadelio

LITURGIA DIÁRIA - JESUS CURA O EMPREGADO DO OFICIAL ROMANO.

Primeira Leitura: Isaías 2, 1-5

I SEMANA DO ADVENTO
(roxo, pref.do advento I - ofício do dia)


Leitura do livro do profeta Isaías- 1Visão de Isaías, filho de Amós, acerca de Judá e Jerusalém. 2No fim dos tempos acontecerá que o monte da casa do Senhor estará colocado à frente das montanhas, e dominará as colinas. Para aí acorrerão todas as gentes, 3e os povos virão em multidão: Vinde, dirão eles, subamos à montanha do Senhor, à casa do Deus de Jacó: ele nos ensinará seus caminhos, e nós trilharemos as suas veredas. Porque de Sião deve sair a lei, e de Jerusalém, a palavra do Senhor. 4Ele será o juiz das nações, o governador de muitos povos. De suas espadas forjarão relhas de arados, e de suas lanças, foices. Uma nação não levantará a espada contra outra, e não se arrastarão mais para a guerra. 5Casa de Jacó, vinde, caminhemos à luz do Senhor. - Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial(121)

REFRÃO: Que alegria quando me disseram: / "Vamos à casa do Senhor!"
1. Cântico das peregrinações. De Davi. Que alegria quando me vieram dizer: Vamos subir à casa do Senhor... Eis que nossos pés se estacam diante de tuas portas, ó Jerusalém! - R.

2. Jerusalém, cidade tão bem edificada, que forma um tão belo conjunto! Para lá sobem as tribos, as tribos do Senhor, segundo a lei de Israel, para celebrar o nome do Senhor. - R.

3. Por amor de meus irmãos e de meus amigos, pedirei a paz para ti. Por amor da casa do Senhor, nosso Deus, pedirei para ti a felicidade. - R.

Evangelho: Mateus 8, 5-11

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus - Naquele tempo, 5Entrou Jesus em Cafarnaum. Um centurião veio a ele e lhe fez esta súplica: 6Senhor, meu servo está em casa, de cama, paralítico, e sofre muito. 7Disse-lhe Jesus: Eu irei e o curarei. 8Respondeu o centurião: Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha casa. Dizei uma só palavra e meu servo será curado. 9Pois eu também sou um subordinado e tenho soldados às minhas ordens. Eu digo a um: Vai, e ele vai; a outro: Vem, e ele vem; e a meu servo: Faze isto, e ele o faz... 10Ouvindo isto, cheio de admiração, disse Jesus aos presentes: Em verdade vos digo: não encontrei semelhante fé em ninguém de Israel. 11Por isso, eu vos declaro que multidões virão do Oriente e do Ocidente e se assentarão no Reino dos céus com Abraão, Isaac e Jacó, - Palavra da salvação.
catolicanet.com

Homilia - Pe Bantu

Lucas tem, ao escrever o evangelho e os Atos, um fio condutor que permeia as duas obras: trata-se da nova história que Jesus inaugurou com os pobres e oprimidos e que continua na práxis dos primeiros cristãos. A nova história não passa pelos poderosos deste mundo, que perseguem Jesus e seus discípulos. O evangelista apresenta o fim desse sistema e a caminhada resistente dos que aderiram a Jesus para construir com ele história e sociedade novas. Esses versículos foram chamados de “discurso escatológico”. O autor escreve em estilo apocalíptico, forma privilegiada, naquele tempo, para suscitar ânimo e resistência nos momentos em que os conflitos se tornam mais agudos.


Já vimos no versículos 5 -11 o fim do sistema injusto e o disciernimento em tempos de tribulações. Quando Lucas escreveu o evangelho, Jerusalém e o Templo já haviam sido destruídos pelos romanos. Aquele sistema opressor – instalado no Templo e sustentado pelo Sinédrio, que levou Jesus à morte e perseguiu os primeiros cristãos – havia acabado. É próprio da linguagem apocalíptica tomar fatos passados e mostrá-los como ainda não acontecidos, com a finalidade de animar a resistência dos que são perseguidos diante de novos conflitos. Disso nasce uma constatação: a comunidade cristã que, a exemplo do Mestre, pôs o centro de atenção nos pobres e oprimidos, sobrevive àquela catástrofe que se abateu sobre o suporte da sociedade injusta, ou seja, sobrevive à destruição do Templo e de Jerusalém. Assim, a perspectiva futura fica aberta: cedo ou tarde todos os sistemas iníquos virão abaixo. Resta saber até quando continuará a sucessão desses sistemas.

Os ouvintes do Mestre querem saber quando os sistemas de morte vão deixar de existir e qual vai ser o sinal de que essas coisas estão para acontecer. Mas Jesus não veio satisfazer a curiosidade das pessoas. Ao quando ele responde com um convite ao discernimento: “Cuidado para não enganarem a vocês, porque muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Sou eu!’ – e ainda: ‘O tempo chegou!’ Não sigam essa gente!” O discernimento supõe posicionamento diante das catástrofes descritas nos: em primeiro lugar, elas não são o fim do mundo; em segundo lugar, expressam o desejo latente nos povos por liberdade e vida: “Um povo lutará contra outro povo, um país atacará outro país”. Além disso, essa afirmação de Jesus quer mostrar que os sistemas baseados na força e na intimidação acabarão se destruindo mutuamente. Em terceiro lugar, fazem nascer a esperança numa sociedade fraterna e justa. De fato, na linguagem apocalíptica, os abalos cósmicos - terremotos etc - não são anúncio de catástrofes naturais. Pelo contrário, são indicações de que algo totalmente novo está sendo gestado na história, e esse novo não tardará em se manifestar.

Agora Ele fala da resistência inteligente desmonta os sistemas de morte. “Antes que essas coisas aconteçam, vocês serão presos e perseguidos; serão entregues aos tribunais dos judeus e postos na prisão; serão levados diante de reis e governadores por causa do meu nome”. A resistência inteligente dos discípulos de Jesus tem poder de desmontar os sistemas que geram opressão e morte. Escrevendo o evangelho, Lucas tem presente o que já aconteceu com as primeiras comunidades: os discípulos diante do Sinédrio, a morte de Estêvão e Tiago, a resistência de Paulo etc. Esses acontecimentos, apesar de terem custado a vida de alguns, apontam para a nova sociedade que vai tomando corpo: “Assim vocês poderão reafirmar a sua fé”.

A resistência dos cristãos há que ser inteligente e cheia de esperança, pois Jesus está com eles, dando-lhes uma linguagem à qual nenhum inimigo poderá resistir ou rebater. Isso faz lembrar a criatividade de nossos movimentos populares, que geram uma sociedade alternativa com seu modo de ser e de agir. Há que ser, também, uma resistência solidária na comunidade dos que têm fé, a nova família de Jesus (cf. 8,21), pois os cristãos correm o risco de ser entregues pelos familiares. É, ainda, uma resistência realista, consciente de que “todos vão odiá-los e matar alguns de vocês”. Há que ser, finalmente, uma resistência esperançosa, pois é permanecendo firmes que iremos ganhar a vida .

domingo, 27 de novembro de 2011

ROTEIRO HOMILÉTICO - I DOMINGO DO ADVENTO.


RITOS INICIAIS
Salmo 24,1-3
ANTÍFONA DE ENTRADA: Para Vós, Senhor, elevo a minha alma. Meu Deus, em Vós confio Não seja confundido nem de mim escarneçam os inimigos. Não serão confundidos os que esperam em Vós.

Introdução ao espírito da Celebração

O homem está marcado por ritmos que organizam e desenvolvem o tempo na sua existência: o dia e a noite, o trabalho e o descanso, as estações do ano, as semanas, os meses e os anos.
A manifestação da nossa fé segue também alguns destes ritmos, sendo exemplo disso a celebração dominical e o ano litúrgico. O mistério de Cristo, desde o seu nascimento até à ascensão que celebramos ao longo de cada ano, faz-nos avançar na experiência do Senhor e na prática da vida cristã.
Hoje iniciamos um novo ano litúrgico com o tempo do Advento. Este não se limita a preparar-nos para o Natal, mas insere-nos em toda a História da Salvação. Faz-nos viver a esperança da espera do Messias vivida pelo Povo de Deus, mas, ao mesmo tempo, relembra-nos que Ele já veio e voltará no fim dos tempos.
Manifestemos, pois, a nossa confiança em Deus e peçamos que nos perdoe a falta de convicção que talvez nos tenha faltado durante o passado ano.
ORAÇÃO COLECTA: Despertai, Senhor, nos vossos fiéis a vontade firme de se prepararem, pela prática das boas obras, para ir ao encontro de Cristo, de modo que, chamados um dia à sua direita, mereçam alcançar o reino dos Céus. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

LITURGIA DA PALAVRA

Primeira Leitura

Monição: O profeta Isaías aponta o que é o homem quando está afastado de Deus. Recorda também a oração do Povo eleito que almejava ardentemente a vinda do Salvador. Através de palavras cheias de confiança lembra que Deus é Pai e Redentor.
Isaías 63, 16b-17.19b; 64, 2b-7
13bVós, Senhor, sois nosso Pai e nosso Redentor, desde sempre, é o vosso nome. 17Porque nos deixais, Senhor, desviar dos vossos caminhos e endurecer o nosso coração, para que não Vos tema? Voltai, por amor dos vossos servos e das tribos da vossa herança. 19bOh, se rasgásseis os céus e descêsseis! Ante a vossa face estremeceriam os montes! 2bMas Vós descestes e perante a vossa face estremeceram os montes. 3Nunca os ouvidos escutaram, nem os olhos viram que um Deus, além de Vós, fizesse tanto em favor dos que n’Ele esperam. 4Vós saís ao encontro dos que praticam a justiça e recordam os vossos caminhos. Estais indignado contra nós, porque pecámos e há muito que somos rebeldes, mas seremos salvos. 5Éramos todos como um ser impuro, as nossas acções justas eram todas como veste imunda. Todos nós caímos como folhas secas, as nossas faltas nos levavam como o vento. 6Ninguém invocava o vosso nome, ninguém se levantava para se apoiar em Vós, porque nos tínheis escondido o vosso rosto e nos deixáveis à mercê das nossas faltas. 7Vós, porém, Senhor, sois nosso Pai e nós o barro de que sois o Oleiro; somos todos obra das vossas mãos.



O texto desta leitura, tirado do Terceiro Isaías (Is 56 – 66), é um veemente e comovente apelo à misericórdia de Deus, de grande afinidade com alguns Salmos, e também um hino ao seu amor de Pai.
16b «Nosso Pai». Já no A. T. Deus é designado Pai, mas é no N. T. que se revela o sentido profundo da sua paternidade e sobretudo a nossa condição de «filhos no Filho». «E nosso Redentor» (goél, em hebraico). A Deus é dado o mesmo nome que se dava ao parente mais próximo encarregado de defender a pessoa oprimida e necessitada: o goél tinha obrigação de resgatar quem caísse na escravidão, de resgatar uma propriedade, de vingar o sangue dum parente assassinado, e até de obviar à falta de filhos de uma viúva dum parente, casando com ela. Quando se designa a Deus Redentor (goél) de Israel, indica-se que Yahwéh é o responsável pela defesa do povo que elegeu para si. Chamar-lhe Redentor é apelar para a sua segura defesa e protecção.
19 «Oh, se rasgásseis os céus e descêsseis!» A Liturgia do Advento aplica este texto à vinda de Deus à terra no mistério da Incarnação: Jesus Cristo é o próprio Deus que vem resgatar-nos do pecado e da perdição eterna.
1-2a.5-6 «Pecámos». Os primeiros versículos do capítulo 64 são obscuros, traduzidos de diversos modos (a versão litúrgica atém-se basicamente ao texto oficial da Neovulgata). Uma ideia, porém, fica clara: o reconhecimento das culpas é o ponto de partida para o veemente apelo do Profeta à misericórdia divina. Também não se poderia exprimir com mais veemência a repugnante situação de impureza do pecador perante Deus: «as nossas acções justas eram todas como veste imunda» (a Vulgata traduz à letra o original hebraico bem expressivo e realista – «pannus menstruatæ» –, que, para não ferir a sensibilidade de algum leitor, a Neovulgata suavizou para «pannus inquinatus», «um trapo sujo»). A confissão humilde dos nossos pecados é também uma atitude básica para preparar o Natal, aliás este poderia ficar reduzido a um bonito folclore, mas vazio.
8 «Nós o barro…» Esta imagem tão frequente na Escritura (cf. Is 29, 16; 30, 14; 45, 9; Jer 18, 1-6; 19, 1-13; Sir 33, 13; Rom 9, 9-20-21) é muito expressiva, pois, por um lado, exprime a fragilidade do homem, por outro, o domínio total de Deus sobre nós. Pode-se tirar partido da imagem para falar da docilidade à acção do Espírito Santo na alma, a fim de que Deus possa moldar-nos segundo a imagem de Cristo, que quer «nascer» em nós.

Salmo Responsorial

Sl 79, 2ac e 3b, 15-16.18-19 (R.4)



Monição: No salmo pedimos ao Senhor que venha de novo, a fim de n’Ele encontrarmos a salvação.
Refrão: SENHOR NOSSO DEUS, FAZEI-NOS VOLTAR,
MOSTRAI-NOS O VOSSO ROSTO E SEREMOS SALVOS.



Pastor de Israel, escutai,
Vós que estais sentado sobre os Querubins, aparecei.
Despertai o vosso poder
e vinde em nosso auxílio.



Deus dos Exércitos, vinde de novo,
olhai dos céus e vede, visitai esta vinha.
Protegei a cepa que a vossa mão direita plantou,
o rebento que fortalecestes para Vós.



Estendei a mão sobre o homem que escolhestes,
sobre o filho do homem que para Vós criastes;
e não mais nos apartaremos de Vós:
fazei-nos viver e invocaremos o vosso nome.



Segunda Leitura

Monição: S. Paulo fala-nos da manifestação de Cristo e aconselha-nos a que permaneçamos fiéis, a fim de não recearmos a Sua vinda.
1 Coríntios 1, 3-9
Irmãos: 3A graça e a paz vos sejam dadas da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. 4Dou graças a Deus, em todo o tempo, a vosso respeito, pela graça divina que vos foi dada em Cristo Jesus. 5Porque fostes enriquecidos em tudo: em toda a palavra e em todo o conhecimento; 6e deste modo, tornou-se firme em vós o testemunho de Cristo. 7De facto, já não vos falta nenhum dom da graça, a vós que esperais a manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo. 8Ele vos tornará firmes até ao fim, para que sejais irrepreensíveis no dia de Nosso Senhor Jesus Cristo. 9Fiel é Deus, por quem fostes chamados à comunhão com seu Filho, Jesus Cristo, Nosso Senhor.
S. Paulo, nas suas cartas, utiliza o formulário epistolar greco-romano. A leitura de hoje contém a segunda parte (vv. 3-9) do início (a præscriptio) da sua carta, deixando de parte os vv. 1-2 (o remetente, asuperscriptio – «Paulo e Sóstenes», e os destinatários, a adscriptio: «à Igreja de Deus que está em Corinto…»). A nossa leitura começa no v. 3, com a saudação (salutatio). A saudação judaica era «a paz!» (a que muitas vezes acrescentavam «a bênção»; a sudação entre os gregos era «alegra-te!» khaire / khairein; entre os romanos era «tem saúde!, salutem). Paulo utiliza simultaneamente a saudação grega e a judaica, mas dando-lhes um novo sentido, o sentido cristão; assim não diz khairein (alegria), mas sim kháris (graça); e a sudação «paz» é especificada acrescentando «da parte de Deus… e do Senhor Jesus», pondo assim em evidência o dom gratuito da salvação que vem de Deus por Jesus. Como era corrente à saudação segue-se um agradecimento, mas aqui é «a Deus» que Paulo agradece os dons concedidos à comunidade de Corinto (vv. 4-7).
7-8 «Esperais a manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo». É a manifestação que corresponde ao «dia de Nosso Senhor Jesus Cristo», o dia da segunda e última vinda de Jesus, para o julgamento final de todos os homens (cf. Mt 25, 31-46). Em cada festa de Natal toda a Igreja recorda e revive a primeira vinda do Senhor e antecipa e prepara a sua segunda vinda (a parusía, assim chamada noutros lugares), oumanifestação [apokálypsis]. Pensa-se que S. Paulo, nalgum momento, poderia mesmo ter chegado a participar da esperança que havia entre os primeiros cristãos de uma vinda próxima de Jesus; com efeito, sendo estes conscientes de que em Jesus se dava o culminar da história da salvação, não podiam imaginar que Ele pudesse tardar a sua manifestação definitiva; com efeito, do plano teológico era fácil resvalar para o plano cronológico; mas isto nunca foi objecto propriamente do ensino apostólico.

Aclamação ao Evangelho

Salmo 84 (85), 8
Monição: Só no Senhor pode residir a nossa confiança, pois a Sua misericórdia proporciona-nos a salvação.

ALELUIA

Mostrai-nos, Senhor, a vossa misericórdia e dai-nos a vossa salvação.



Evangelho

São Marcos 13, 33-37
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 33«Acautelai-vos e vigiai, porque não sabeis quando chegará o momento. 34Será como um homem que partiu de viagem: ao deixar a sua casa, deu plenos poderes aos seus servos, atribuindo a cada um a sua tarefa, e mandou ao porteiro que vigiasse. 35Vigiai, portanto, visto que não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se de manhãzinha; 36não se dê o caso que, vindo inesperadamente, vos encontre a dormir. 37O que vos digo a vós, digo-o a todos: Vigiai!»



O texto evangélico de hoje é o final do discurso escatológico de S. Marcos (Mc 13, 1-37), o Evangelista do ano B.
33 «Vigiai, porque não sabeis quando chegará o momento». O momento em que Jesus «de novo há-de vir a julgar os vivos e os mortos» é-nos absolutamente desconhecido. Esta ignorância não nos deve assustar, mas sim estimular-nos a aproveitar bem o tempo, com sentido de urgência e a estar sempre preparados para comparecer diante do nosso Salvador, que aparecerá como Juiz remunerador; também aqui bem se aplica o célebre aforismo de «douta ignorância» (Sto. Agostinho). No seu Comentário ao Diatéssaron, 18, 15-17, Santo Efrém diz que o Senhor «quis ocultar-nos isto a fim de permanecermos vigilantes e para que cada um de nós possa pensar que este acontecimento se produzirá durante a sua vida. Ele disse muito claramente que há-de vir, mas sem precisar em que momento. E assim todas as gerações O esperam ardentemente». E a Liturgia do Advento desperta em nós esta atitude de espera ansiosa.
Sugestões para a homilia
Fragilidades e falta de coragem
Convidam à vigilância
Para permanecermos fiéis
Fragilidades e falta de coragem
Os israelitas exilados na Babilónia, recolhidos em oração, descobrem que a causa das suas desgraças fora motivada por terem abandonado a Deus. O profeta Isaías, com palavras cheias de confiança, lembra ao Povo escolhido que, apesar de toda a fragilidade e falta de coragem, Deus continua a ser o seu Pai e Redentor.
Em muitas ocasiões também nós nos encontramos em situações parecidas com a dos israelitas. Seduzidos pelas falsas promessas do mal, abandonamos a Deus e deixamo-nos deslumbrar por muitas fragilidades pensando alcançar a felicidade. Tais fraquezas levam-nos a decepções, isolamento, desonra, vergonha e angústia profunda. Sentimo-nos, então, sós e com falta de coragem.
Por que não repetir na oração, a súplica que o profeta nos sugere?
O tempo do Advento é convite à esperança e estímulo para nos aproximarmos do Senhor preparando com vigilância e atenção o encontro definitivo do segundo Advento.
Convidam à vigilância
O Evangelho aponta também para esta perspectiva da segunda vinda do Senhor pois nos alerta: acautelai-vos e vigiai!
Quem está de vigia vive em atitude permanente de cuidado ao seu dever, não se deve deixar abater pelo sono, não se pode distrair.
O cristão nunca pode adormecer, não pode agir como aqueles que se abandonam à corrupção, ao inebriamento, às aventuras. Tal atitude não constitui uma maneira negativa de quem se protege da imperfeição. Deve ser a regra de quem aproveita todas as circunstâncias para realizar o plano de Deus, daquele que sabe descobrir a protecção do Senhor e está atento a tudo o que acontece à sua volta, a fim de permanecer fiel.
Para permanecermos fiéis
Por isso, S. Paulo fala-nos da manifestação de Cristo e adverte-nos de que devemos permanecer fiéis, para não temermos a Sua vinda.
Quando nós, todavia, pensamos na nossa fragilidade, somos tentados a deixar-nos vencer pelo desalento e convencemo-nos de que nunca seremos capazes de colaborar para a construção dum mundo novo. Os Coríntios, a quem Paulo escreve esta carta, também tinham muitos defeitos. Contudo eles são-nos apresentados como modelo de quem espera o Senhor.
Deus não nos priva da sua graça, apenas espera que abramos o nosso coração aos seus dons.
Por isso, saibamos estar atentos e vigilantes para permanecermos fiéis ao nosso baptismo. Esperemos com toda a confiança a vinda do Senhor, que se mostra ao bater à nossa porta em cada situação da vida em que qualquer irmão solicita a nossa ajuda.
Fala o Santo Padre
«O Advento está impregnado de esperança e de expectativa espiritual.»
Com o domingo hodierno tem início o Advento, um tempo de grande sugestão religiosa, porque está impregnado de esperança e de expectativa espiritual: todas as vezes que a Comunidade cristã se prepara para fazer memória do nascimento do Redentor, sente em si um frémito de alegria que, em certa medida, se transmite a toda a sociedade. No Advento, o povo cristão revive o duplo movimento do espírito: por um lado, eleva o olhar rumo à meta final da sua peregrinação na história, que é a vinda gloriosa do Senhor Jesus; por outro, recordando com emoção o seu nascimento em Belém, inclina-se diante do Presépio. A esperança dos cristãos orienta-se para o futuro, mas permanece sempre bem arraigada num acontecimento do passado. Na plenitude dos tempos, o Filho de Deus nasceu da Virgem Maria: «Nasceu de uma mulher, submetido à lei», como escreve o Apóstolo Paulo (Gl 4, 4).
Hoje, o Evangelho convida-nos a permanecer vigilantes, na expectativa da última vinda de Cristo. «Vigiai!», diz Jesus, «porque não sabeis quando o dono da casa vai voltar» (Mc 13, 35.37). A breve parábola do homem que partiu para uma viagem, e dos servos encarregados de fazer as suas vezes, põe em evidência como é importante estar prontos para acolher o Senhor quando, de repente, Ele chegar. A Comunidade cristã espera com ansiedade a sua «manifestação», e o Apóstolo Paulo, escrevendo aos Coríntios, exorta-os a confiar na fidelidade de Deus e a viver de maneira a serem encontrados «irrepreensíveis» (cf. 1 Cor 1, 7-9) no dia do Senhor. Por isso, muito oportunamente, no início do Advento a liturgia coloca nos nossos lábios a invocação do Salmo: «Senhor, mostra-nos o teu amor, concede-nos a tua salvação» (Sl 85 [84], 8). […]
Bento XVI, Angelus, 27 de Novembro de 2005
LITURGIA EUCARÍSTICA
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS: Aceitai, Senhor, estes dons que recebemos da vossa bondade e fazei que os sagrados mistérios que celebramos no tempo presente sejam para nós penhor de salvação eterna. Por Nosso Senhor.
Prefácio do Advento I: p. 453 [586-698]
SANTO
Monição da Comunhão
A comunhão do Corpo e Sangue de Jesus é dom precioso de Deus nosso Pai. Que a sua recepção seja para nós motivo de alerta vigilante para a vinda quotidiana de Cristo, a fim de que se torne para nós semente e penhor da felicidade eterna.
Salmo 84, 13
ANTÍFONA DA COMUNHÃO: O Senhor nos dará todos os bens e a nossa terra produzirá o seu fruto.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO: Fazei frutificar em nós, Senhor, os mistérios que celebramos, pelos quais, durante a nossa vida na terra, nos ensinais a amar os bens do Céu e a viver para os valores eternos. Por Nosso Senhor.
RITOS FINAIS
Monição final
Que o Senhor nos ajude a encontrar a luz que nos esclareça ao longo da vida e nos ensine a dar o justo valor às coisas e aos acontecimentos, para que, com vigilância permanente, continuemos fiéis a aguardar com toda a confiança a vinda de Cristo.